Inunda��es varreram uma faixa da Europa Ocidental ontem matando ao menos 63 pessoas, arrastando vilarejos inteiros em turbulentas �guas marrons e revirando carros ap�s um dil�vio de ver�o (no Hemisf�rio Norte) em n�veis que n�o eram vistos na regi�o havia um s�culo.
Pelo menos 58 pessoas morreram na Alemanha, de longe o pa�s mais atingido, onde vilarejos inteiros ficaram isolados. Algumas casas foram simplesmente arrastadas quando um afluente do Rio Reno transbordou. Com o cair da noite de ontem, cresceu o temor de que o n�mero de mortos pudesse aumentar, diante das dezenas de desaparecidos.
Mais de 200 mil casas ficaram sem eletricidade. Milhares de pessoas passariam a noite em abrigos improvisados em academias de gin�stica ou com parentes ap�s deixarem suas casas. Havia amea�a de mais uma noite de chuvas, enchentes e rompimento de barragens.
Na B�lgica, pelo menos cinco pessoas morreram, o que levou o primeiro-ministro Alexander de Croo a apelar por ajuda internacional. Inunda��es severas tamb�m afetaram a Holanda, Luxemburgo e Su��a, e alertas foram emitidos em mais de uma d�zia de regi�es da Fran�a.
Falando de Washington, onde est� em visita oficial para se encontrar com o presidente Joe Biden, a chanceler alem�, Angela Merkel, disse que palavras como chuva forte e inunda��o s�o insuficientes para descrever o n�vel da trag�dia. "Nessas horas, lugares pac�ficos est�o passando por uma cat�strofe", disse Merkel, descrevendo seu choque ao ver relatos de pessoas presas em telhados em seu pa�s.
Segundo ela, algumas pessoas morreram afogadas nos por�es de suas casas, e alguns bombeiros morreram ao tentar resgat�-las.
O extraordin�rio dil�vio - em n�veis n�o vistos na regi�o por pelo menos nos �ltimos 100 anos - desencadeou apelos para que se acelerem as a��es contra as mudan�as clim�ticas e seja aumentada a prote��o contra enchentes em meio a eventos clim�ticos irregulares. A trag�dia ocorre um dia depois de a Uni�o Europeia anunciar planos ambiciosos para reduzir, em menos de uma d�cada, as emiss�es l�quidas de gases do efeito estufa em pelo menos 55% abaixo dos n�veis de 1990.
Nas partes mais atingidas da Alemanha, a precipita��o em apenas 24 horas foi o dobro da m�dia normal para todo o m�s de julho, de acordo com o Deutscher Wetterdienst, a ag�ncia meteorol�gica alem�.
Pelo menos 28 pessoas morreram no Estado da Ren�nia-Palatinado. Uma regi�o conhecida por sua produ��o de vinho, os vilarejos ao longo do Vale Ahr foram engolidos pelas �guas das enchentes. "De onde vem toda essa chuva? � uma loucura. Houve estrondos espantosos", disse Annemarie M�ller, da localidade de Mayen. "Em 2016 vivemos grandes inunda��es, mas estas est�o ainda pior", disse Uli Walsdorf, subchefe dos bombeiros de Mayen.
V�deos mostraram as ruas da cidade transformadas em rios turbulentos e outras tomadas por deslizamentos de terra. Carros foram revirados e jogados de lado como destro�os amassados. Vistos de cima, alguns vilarejos pareciam ter desaparecido quase completamente, apenas os topos das casas apareciam nas enchentes.
"� uma cat�strofe! H� mortos, desaparecidos e muitas pessoas ainda em perigo. Todos os nossos servi�os de emerg�ncia est�o em a��o 24 horas por dia e arriscando as pr�prias vidas", disse Malu Dreyer, primeira-ministra de Ren�nia-Palatinado. "Nunca vimos um desastre semelhante. � realmente devastador."
Segundo ela, helic�pteros foram enviados para o resgate de moradores. A pol�cia criou uma linha direta para os residentes denunciarem pessoas desaparecidas.
No Estado vizinho de Ren�nia do Norte-Vestf�lia, o n�mero de mortos chegou a 30, de acordo com o Minist�rio do Interior local. O Ex�rcito enviou tanques e caminh�es � cidade de Hagen, onde tr�s de suas pontes foram destru�das, para limpar e remover os entulhos das estradas.
"Fiquei totalmente surpreso. Pensei que um dia entraria �gua aqui, mas nada parecido com isso", disse Michael Ahrend, morador de Ahrweiler, � ag�ncia Reuters. "Isso n�o � uma guerra, � simplesmente a natureza atacando. Finalmente devemos come�ar a prestar aten��o nisso." (Com ag�ncias internacionais)
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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