A chanceler alem�, Angela Merkel, come�ou a percorrer neste domingo (18/7) �reas devastadas pelas piores inunda��es "do s�culo" na Europa Ocidental, que deixaram ao menos 191 mortos na Alemanha e na B�lgica e dezenas de desaparecidos, al�m de danos consider�veis.
Com uma express�o s�ria no rosto, Merkel chegou pouco antes das 13h locais (8h no hor�rio de Bras�lia) na cidade de Schuld, no estado de Ren�nia-Palatinado, um dos dois mais atingidos no oeste da Alemanha, onde o transbordamento do rio Ahr destruiu casas e deixou as ruas cheias de escombros, segundo imagens da televis�o.
"� uma situa��o surreal e fantasmag�rica. Diria at� que o idioma alem�o tem dificuldade em encontrar palavras para descrever a devasta��o que foi causada", disse Merkel em coletiva de imprensa. "N�o digo que uma inunda��o seja o exemplo da mudan�a clim�tica, mas se observarmos os danos dos �ltimos anos, s�o simplesmente maiores que no passado", acrescentou a chanceler, que pediu um "esfor�o muito grande" e para acelerar as pol�ticas clim�ticas.
Ao menos 160 pessoas morreram desde quarta-feira nas piores inunda��es na hist�ria recente da Alemanha, e outras 31 morreram na B�lgica. Equipes de resgate dos dois pa�ses buscam sobreviventes entre os escombros, em condi��es perigosas. As chuvas extremas tamb�m afetaram a Su��a, Luxemburgo e Holanda.
O papa Francisco manifestou sua "solidariedade" neste domingo �s popula��es afetadas.
As �guas come�aram a baixar em Ren�nia-Palatinado e Ren�nia do Norte-Vestf�lia (RNW) e a preocupa��o se voltou agora para a regi�o sul de Alta Bav�ria, onde as fortes chuvas inundaram por�es e provocaram transbordamentos de rios e riachos na noite de s�bado.
Uma pessoa morreu na fronteira de Berchtesgadener Land, disse � AFP uma porta-voz do distrito b�varo.
Na �ustria, trabalhadores de emerg�ncia nas regi�es de Salzburgo e Tirol se mantinham em alerta de inunda��es. A cidade hist�rica de Hallein, perto da fronteira com a Alemanha, estava coberta de �gua.
Merkel classificou as inunda��es como uma "trag�dia" e prometeu apoio do governo para os munic�pios alem�es afetados.
O governo alem�o informou que pretende criar um fundo especial para atender os danos, cujo custo poderia alcan�ar os bilh�es de d�lares.
Riso inoportuno
O desastre teve fortes conota��es pol�ticas na Alemanha, que realizar� elei��es gerais em 26 de setembro, marcando o fim dos 16 anos de Merkel no poder. Especialistas afirmam que o aquecimento global faz com que os eventos clim�ticos extremos se tornem mais frequentes e os candidatos que buscam suceder Merkel pedem mais a��es clim�ticas.Armin Laschet, chefe de governo do golpeado estado de Ren�nia do Norte-Vestf�lia e favorito na disputa para chanceler, pediu para acelerar o combate � mudan�a clim�tica.
Mas Laschet, l�der do partido de Merkel que lidera as pesquisas, teve sua imagem manchada no s�bado quando foi gravado rindo da devastada cidade de Erftstadt, onde as inunda��es provocaram um aterro. Nas imagens, Laschet conversava e ria no fundo enquanto o presidente alem�o, Frank-Walter Steinmeier, expressava sua dor �s fam�lias afetadas. "Laschet ri enquanto o pa�s chora", publicou o jornal Bild.
O dirigente se desculpou posteriormente no Twitter pelo momento "inadequado".
Mais de 300 pessoas continuavam desaparecidas no s�bado � noite somente na cidade de Bonn (Ren�nia do Norte-Vestf�lia), onde vivem cerca de 600.000 habitantes. Do outro lado da fronteira, na B�lgica, o n�mero de mortos subiu para 31 com v�rias pessoas ainda desaparecidas.
A presidente da Comiss�o Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro Alexander de Croo, visitaram no s�bado as �reas inundadas de Rochefort e Pepinster, na B�lgica. "A Europa est� com voc�s", tuitou Von der Leyen ap�s a visita. "Acompanhamos sua dor e estaremos com voc�s na reconstru��o". A B�lgica declarou um dia oficial de luto na ter�a-feira.