Egito liberta seis militantes ap�s advert�ncia dos EUA

O Egito libertou neste domingo seis militantes, incluindo a jornalista e blogueira Esraa Abdel-Fattah, um dos s�mbolos da revolu��o de 2011, dias depois que os Estados Unidos manifestaram preocupa��o com as viola��es dos direitos humanos no pa�s.

Desde a chegada ao poder do presidente Abdel Fatah al-Sisi, em 2014, autoridades eg�pcias reprimem todos os tipos de opositores, desde os islamitas at� os liberais. Segundo analistas, a liberta��o dos militantes � uma forma de tranquilizar os parceiros estrangeiros, ap�s a advert�ncia feita nesta semana pelos Estados Unidos de que a persegui��o a militantes que defendem os direitos humanos poderia pesar nas futuras negocia��es sobre a venda de armas entre os dois pa�ses.

Em uma decis�o inesperada, a promotoria eg�pcia ordenou na noite deste s�bado a liberta��o de Esraa, 43, ap�s 22 meses de pris�o preventiva sem julgamento. Uma das fundadoras em 2008 do "Movimento 6 de Abril", que, tr�s anos depois, promoveu a mobiliza��o de milh�es de eg�pcios durante a revolta que causou a queda de Hosni Mubarak na esteira da Primavera �rabe, ela havia sido presa em outubro de 2019, por "divulga��o de informa��es falsas e colabora��o com um grupo terrorista". Sua pris�o gerou fortes cr�ticas.

Esraa, que se op�s � Irmandade Mu�ulmana quando a mesma chegou ao poder no Egito, em 2012, apoiou os apelos para depor o regime e as manifesta��es que levaram � sa�da do presidente islamita Mohamed Morsi.

A Justi�a eg�pcia tamb�m decidiu ontem libertar o militante Abdel Nasser Ismail, l�der do Partido da Alian�a Popular, de esquerda, preso em setembro de 2019 por "participa��o em um grupo terrorista", segundo advogados de direitos humanos.

O jornalista e opositor eg�pcio Gamal el-Gammal, preso ao retornar da Turquia em fevereiro passado, tamb�m foi libertado, assim como o advogado e ativista de direitos humanos Mahienur el Masry e os jornalistas Motaz Wadnan e Mostafa el Asar. Esses militantes foram acusados de divulgar informa��es falsas e de cooperar com terroristas e "outros grupos ilegais". Segundo fontes judiciais e de seguran�a, eles foram libertados enquanto se concluem as investiga��es que os afetam.

Essas liberta��es "buscam acalmar a tens�o no pa�s e podem ter um impacto positivo na imagem do Egito no exterior", avalia Mustafa Kamel al-Sayyed, professor de Ci�ncia Pol�tica na Universidade do Cairo. "Embora eu duvide que isso v� mudar a situa��o, j� que h� muitos presos pol�ticos", assinala.

Outro jornalista conhecido no Egito, Abdel Nasser Salam, foi preso ap�s criticar o presidente Sisi no Facebook, informaram autoridades dos servi�os de seguran�a neste domingo, sem fornecer detalhes. O pa�s tem mais de 60.000 presos por crime de opini�o, de acordo com ONGs, e � regularmente apontado por viola��es dos direitos humanos.

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