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Estado de Minas INANDA

Viol�ncia na �frica do Sul alimenta velhos ressentimentos


22/07/2021 14:10

Os solu�os abafam as can��es f�nebres no funeral de Njabulo Dlamini, de 31 anos, uma das mais de 330 v�timas dos dist�rbios e saques que assolaram a �frica do Sul e que muitos consideram uma forma de racismo.

Njabulo, um motorista de t�xi que tinha 11 filhos, foi morto em 12 de julho na cidade de Phoenix, adjacente ao 'township' de Inanda, perto de Durban, onde vivia com sua fam�lia, aparentemente por um grupo de vigilantes de etnia indiana que vigiava um bloqueio de estrada.

Sua irm� Linda, de luto e usando um chap�u de lantejoulas, conta que ele foi baleado por "indianos" que vigiavam os saqueadores.

Como outros bairros nas zonas de dist�rbios, os residentes de Phoenix, uma cidade predominantemente povoada pela comunidade indiana, formaram seus pr�prios esquadr�es de defesa.

Foi uma resposta aos saques e inc�ndios que eclodiram em 9 de julho ap�s a pris�o do ex-presidente Jacob Zuma.

Algumas dessas mobiliza��es locais tornaram-se violentas e, em Phoenix, abundam as acusa��es de racismo ap�s a morte de pelo menos 20 pessoas, todas negras.

Njabulo Dlamini era um deles.

- "Uma bala na cabe�a" -

De acordo com sua irm�, o homem foi interceptado por um grupo de vigilantes quando ia com amigos para pegar uma corrida emPhoenix.

No in�cio, "eles n�o perceberam que Njabulo estava dormindo" na parte de tr�s do ve�culo, disse Linda Dlamini, de 37 anos, enxugando as l�grimas com um len�o.

"Ele acordou e come�ou a correr, mas levou um tiro na cabe�a", disse.

"Depois disso o espancaram, deixando v�rias cicatrizes na cabe�a", conta entre l�grimas.

Quando a pol�cia interveio, os agressores estavam prestes a queim�-lo vivo, junto com um amigo gravemente ferido. Ambos foram levados para o hospital, onde Njabulo morreu.

Seus irm�os lutaram para recuperar o corpo, impedidos pelos grupos armados que patrulhavam a cidade.

"Eles tinham machados e nos disseram para sairmos", conta Linda Dlamini. "Isso � apenas racismo", ressalta com os olhos vermelhos de raiva.

No munic�pio, amigos e familiares se reuniram em um pequeno p�tio em frente � modesta casa de cor ocre, onde montaram uma tenda branca para a cerim�nia.

Um jovem de terno verde-claro chorava, incapaz de controlar as l�grimas. A noiva do falecido olhava fixamente para o ch�o, embalando mecanicamente uma crian�a nos bra�os. Os colegas taxistas se reuniram no alto da colina enquanto aguardavam o enterro.

Os moradores de Inanda, em sua maioria negros, ainda est�o chocados com o que consideram uma rea��o imperdo�vel de seus vizinhos de Phoenix.

Ap�s os atos de viol�ncia, o ministro da Pol�cia, Bheki Cele, alertou contra o "vigilantismo" em Phoenix, prometendo enviar uma equipe especializada de 10 policiais para investigar as mortes suspeitas de 20 homens no sub�rbio.

Embora a viol�ncia tenha diminu�do, os cidad�os armados de Phoenix continuam patrulhando as ruas at� tarde da noite, mas negam ter causado tens�es raciais e afirmam agir pacificamente.

Na quarta-feira, uma d�zia de l�deres religiosos negros marcharam at� a delegacia exigindo que os supostos assassinos fossem levados � justi�a.

Cercados e protegidos por policiais armados, eles oraram pela paz. "Somente pris�es poderiam aplacar a ira do povo", advertiu um dos representantes religiosos, o pastor Vusi Dube.


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