Njabulo, um motorista de t�xi que tinha 11 filhos, foi morto em 12 de julho na cidade de Phoenix, adjacente ao 'township' de Inanda, perto de Durban, onde vivia com sua fam�lia, aparentemente por um grupo de vigilantes de etnia indiana que vigiava um bloqueio de estrada.
Sua irm� Linda, de luto e usando um chap�u de lantejoulas, conta que ele foi baleado por "indianos" que vigiavam os saqueadores.
Como outros bairros nas zonas de dist�rbios, os residentes de Phoenix, uma cidade predominantemente povoada pela comunidade indiana, formaram seus pr�prios esquadr�es de defesa.
Foi uma resposta aos saques e inc�ndios que eclodiram em 9 de julho ap�s a pris�o do ex-presidente Jacob Zuma.
Algumas dessas mobiliza��es locais tornaram-se violentas e, em Phoenix, abundam as acusa��es de racismo ap�s a morte de pelo menos 20 pessoas, todas negras.
Njabulo Dlamini era um deles.
- "Uma bala na cabe�a" -
De acordo com sua irm�, o homem foi interceptado por um grupo de vigilantes quando ia com amigos para pegar uma corrida emPhoenix.
No in�cio, "eles n�o perceberam que Njabulo estava dormindo" na parte de tr�s do ve�culo, disse Linda Dlamini, de 37 anos, enxugando as l�grimas com um len�o.
"Ele acordou e come�ou a correr, mas levou um tiro na cabe�a", disse.
"Depois disso o espancaram, deixando v�rias cicatrizes na cabe�a", conta entre l�grimas.
Quando a pol�cia interveio, os agressores estavam prestes a queim�-lo vivo, junto com um amigo gravemente ferido. Ambos foram levados para o hospital, onde Njabulo morreu.
Seus irm�os lutaram para recuperar o corpo, impedidos pelos grupos armados que patrulhavam a cidade.
"Eles tinham machados e nos disseram para sairmos", conta Linda Dlamini. "Isso � apenas racismo", ressalta com os olhos vermelhos de raiva.
No munic�pio, amigos e familiares se reuniram em um pequeno p�tio em frente � modesta casa de cor ocre, onde montaram uma tenda branca para a cerim�nia.
Um jovem de terno verde-claro chorava, incapaz de controlar as l�grimas. A noiva do falecido olhava fixamente para o ch�o, embalando mecanicamente uma crian�a nos bra�os. Os colegas taxistas se reuniram no alto da colina enquanto aguardavam o enterro.
Os moradores de Inanda, em sua maioria negros, ainda est�o chocados com o que consideram uma rea��o imperdo�vel de seus vizinhos de Phoenix.
Ap�s os atos de viol�ncia, o ministro da Pol�cia, Bheki Cele, alertou contra o "vigilantismo" em Phoenix, prometendo enviar uma equipe especializada de 10 policiais para investigar as mortes suspeitas de 20 homens no sub�rbio.
Embora a viol�ncia tenha diminu�do, os cidad�os armados de Phoenix continuam patrulhando as ruas at� tarde da noite, mas negam ter causado tens�es raciais e afirmam agir pacificamente.
Na quarta-feira, uma d�zia de l�deres religiosos negros marcharam at� a delegacia exigindo que os supostos assassinos fossem levados � justi�a.
Cercados e protegidos por policiais armados, eles oraram pela paz. "Somente pris�es poderiam aplacar a ira do povo", advertiu um dos representantes religiosos, o pastor Vusi Dube.
INANDA