Agredidos, amea�ados, eletrocutados: policiais dos EUA relatam invas�o do Capit�lio

Atacados com suas pr�prias armas, v�timas de crimes raciais e temendo por suas vidas: policiais dos EUA descreveram nesta ter�a-feira (27) os atos de viol�ncia perpetrados por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, durante a invas�o do Capit�lio, no primeiro dia de audi�ncias no Congresso.

- "Batalha medieval"-

O Sargento da Pol�cia do Capit�lio Aquilino Gonell, um veterano de combate das for�as armadas dos EUA no Iraque, disse que foi agredido por atacantes armados e sofreu v�rios ferimentos que exigiram hospitaliza��o.

"No Iraque, esper�vamos viol�ncia armada, porque est�vamos em uma zona de guerra. Nada em minha experi�ncia como militar ou como policial me preparou para o que enfrentamos em 6 de janeiro", declarou ele na audi�ncia na C�mara dos Deputados.

"Parecia uma batalha medieval. Lutamos de m�os dadas, cent�metro por cent�metro para evitar a invas�o", disse Aquilino Gonell entre l�grimas.

"� assim que vou morrer, defendendo esta entrada", lembra-se de ter pensado.

"Eu poderia ter perdido a vida naquele dia. N�o uma, mas muitas vezes", concluiu.

- "Arrancaram meu distintivo" -

O oficial da Pol�cia Metropolitana de Washington Michael Fanone,classificou a invas�o, que visava impedir o Congresso de certificar a vit�ria do democrata Joe Biden nas elei��es presidenciais, como "nada menos que brutal".

"Eles me agarraram, golpearam, me eletrocutaram. Tudo isso enquanto me chamavam de traidor de meu pa�s", disse ele.

"Em algum momento durante os dist�rbios, me puxaram da fila de agentes para a multid�o", lembrou.

"Arrancaram meu distintivo (...) Apreenderam a muni��o que estava presa ao meu corpo. Eles come�aram a me bater com os punhos e com o que pareciam ser objetos de metal duro", disse Fanone, que sofreu uma forte concuss�o no ataque.

Um atacante "repetidamente se lan�ou sobre mim e tentou pegar minha arma de fogo. Eu ouvi gritos de alguns na multid�o, 'pegue sua arma e o mate com sua pr�pria arma'", disse ele, ao denunciar a nega��o de Trump sobre o que aconteceu naquele dia.

"A indiferen�a demonstrada aos meus colegas � vergonhosa", acrescentou.

- "Terroristas" -

O oficial da Pol�cia Metropolitana de Washington, Daniel Hodges, que foi filmado sendo imprensado contra o batente de uma porta, gritando por socorro, enquanto os agressores lutavam para entrar no Capit�lio, os chamou de "terroristas".

"Os terroristas tinham uma parede de escudos que roubaram dos policiais, assim como cassetetes roubados".

Preso contra a porta, Hodges disse que um homem jogou um escudo contra ele.

"Meus bra�os estavam imobilizados e efetivamente in�teis (...) Eu estava efetivamente indefeso", lembrou ele. "Um homem v� a oportunidade da minha vulnerabilidade, agarrou a frente da minha m�scara de g�s e a usou para bater minha cabe�a contra a porta".

"O homem na minha frente pegou meu cassetete (...) Me bateu na cabe�a e no rosto com ele, abrindo meu l�bio e causando ferimentos adicionais no meu cr�nio (...) Eu fiz a �nica coisa que podia fazer: gritar para obter ajuda".

- Insultos racistas -

Harry Dunn, um agente negro da Pol�cia do Capit�lio, disse que a multid�o o amea�ou por causa de sua cor e deixou a ele e seus colegas negros traumatizados.

"At� ent�o, eu nunca tinha visto ningu�m agredir fisicamente um oficial da Pol�cia do Capit�lio ou do MPD. Muito menos presenciar ataques massivos contra policiais", disse ele.

"Fui testemunha de como os manifestantes usaram todo tipo de arma contra os policiais, incluindo mastros de bandeiras, biciclet�rios de metal que haviam destru�do e v�rios tipos de proj�teis", explicou o agente.

A certa altura, v�rios agressores o cercaram, dirigindo-lhe insultos racistas.

"Ningu�m jamais me chamou de (ep�teto) enquanto usava o uniforme de policial do Capit�lio", lamentou.

"Nunca mais podemos permitir que nossa democracia seja amea�ada como aconteceu em 6 de janeiro", disse ele.