"Assumo e quero a verdade e a transpar�ncia", disse Macron em Papeete, na ter�a-feira (27), dirigindo-se �s autoridades polin�sias no �ltimo dia de sua primeira visita ao arquip�lago.
Em seu discurso, que come�ou e terminou com algumas palavras em polin�sio, Emmanuel Macron reconheceu que esse problema afeta a "confian�a" entre Papeete e Paris e disse que as v�timas desses testes - algumas delas com c�ncer - deveriam receber uma indeniza��o melhor.
"A na��o tem uma d�vida com a Polin�sia Francesa. Essa d�vida � por ter sediado esses testes, especialmente entre 1966 e 1974, e n�o podemos afirmar de forma alguma que eles foram limpos", declarou ele, em meio a aplausos.
Em 1966, a Fran�a mudou seu campo de tiro do Saara para a Polin�sia Francesa, nos at�is de Mururoa e Fangataufa. Em 30 anos, 193 testes foram realizados nesta regi�o. At� 1974, eles eram atmosf�ricos e, depois, passaram a ser subterr�neos.
"Quero lhes dizer claramente que os militares que os fizeram n�o mentiram. Eles se expuseram aos mesmos riscos" que voc�s, afirmou Macron.
"Acho que � verdade que n�o ter�amos feito esses mesmos testes em Creuse, ou na Bretanha (cidades francesas da metr�pole). Fizemos aqui porque ficava mais longe, porque estava perdido no meio do Pac�fico", reconheceu.
O presidente disse "assumir isso plenamente" e defendeu o general De Gaulle e seus sucessores por equiparem a Fran�a com armas nucleares.
- "Demagogia" -
Em seu discurso, Macron n�o pediu "perd�o", como exigiam as associa��es de v�timas, ou o l�der separatista, Oscar Temaru.
"Poderia me livrar do problema, dizendo 'desculpas', como voc� faz quando pressiona algu�m para seguir seu caminho, � muito f�cil. E � muito f�cil para um presidente da Rep�blica da minha gera��o dizer de alguma forma 'meus antecessores estavam errados (...) desculpas e indeniza��es'", acrescentou.
"N�o h� avan�o neste discurso, pura demagogia (...) As mentiras do Estado continuam", lamentou o padre Auguste Uebe-Carlson, presidente da associa��o 193, em entrevista ao canal Polin�sia 1�.
J� o presidente da Polin�sia, Edouard Fritch, aplaudiu o fato de Macron querer "finalmente que a verdade seja posta na mesa", ap�s "25 anos de sil�ncio".
No que diz respeito �s indeniza��es, Macron considerou que s�o "muito lentas". O presidente prometeu uma melhora no tratamento dos casos, porque o n�mero de pessoas indenizadas por terem contra�do doen�as induzidas pela radia��o continua "particularmente baixo", segundo o ministro de Ultramar, S�bastien Lecornu.
Ele disse ainda que os arquivos dos testes "ser�o abertos", com exce��o de dados militares sens�veis.
Esses an�ncios s�o feito cinco anos depois de ent�o presidente Fran�ois Hollande ter reconhecido, em 2016, o "impacto sobre o meio ambiente e a sa�de" de 30 anos de testes.
No plano econ�mico, Emmanuel Macron anunciou um empr�stimo para apoiar investimentos, especialmente para desenvolver a companhia a�rea Air Tahiti Nui, al�m de novas medidas de isen��o de impostos.
O presidente da Fran�a tamb�m encorajou os polin�sios a se vacinarem contra a covid-19, porque � "a �nica sa�da" da atual crise.
PAPEETE