A quest�o incomodava a comunidade paleoarqueol�gica desde a publica��o de um artigo de 2018 atribuindo a aplica��o de um pigmento ocre vermelho encontrado na c�pula estalagm�tica da Cueva de Ardales � nossa extinta esp�cie "prima".
A data��o sugeria que a arte tinha pelo menos 64.800 anos, feita em uma �poca em que os humanos modernos n�o habitavam o continente.
Mas a descoberta foi controversa, e "um artigo cient�fico disse que talvez esses pigmentos fossem uma coisa natural", resultado do fluxo de �xido de ferro, explicou � AFP Francesco d'Errico, co-autor de um novo artigo da revista PNAS.
Uma nova an�lise revelou que a composi��o e o posicionamento dos pigmentos n�o eram consistentes com processos naturais. Os pigmentos foram, na realidade, aplicados por meio de respingos e sopro.
Al�m disso, sua textura n�o era compat�vel com as amostras naturais coletadas nessas cavernas, sugerindo que os pigmentos vieram de uma fonte externa.
Uma data��o mais detalhada mostrou que os pigmentos foram aplicados em diferentes momentos, separados por mais de dez mil anos.
Isso "apoia a hip�tese de que os neandertais foram em v�rias ocasi�es, ao longo de v�rios milhares de anos, marcar a caverna com pigmentos", disse d'Errico, da Universidade de Bordeaux.
� dif�cil comparar a "arte" do Neandertal �s pinturas feitas por humanos modernos pr�-hist�ricos, como as encontradas na caverna Chauvet-Pont d'Arc, na Fran�a, com mais de 30 mil anos.
Mas a nova descoberta aumenta as evid�ncias de que os neandertais, cuja linhagem foi extinta h� cerca de 40 mil anos, n�o eram os parentes rudes do Homo sapiens, como s�o retratados h� muito tempo.
A equipe escreveu que os pigmentos n�o s�o "arte" no sentido estrito da palavra, "mas sim o resultado de comportamentos gr�ficos com a inten��o de perpetuar o significado simb�lico de um espa�o".
As forma��es das cavernas "desempenharam um papel fundamental nos sistemas simb�licos de algumas comunidades neandertais", embora o significado desses s�mbolos siga sendo um mist�rio por enquanto.
WASHINGTON