"A sobrecarga f�sica e mental � muito alta (...) alguns dos nossos funcion�rios desmaiam. Estamos no limite das nossas capacidades", desabafa Thanitchet Khetkham, funcion�rio do necrot�rio do Hospital Universit�rio Thammasat, ao norte de Bangcoc.
Vestido com traje de prote��o, luvas, viseira e m�scara facial, o trabalhador examina, com o aux�lio de um cotonete, um en�simo corpo que acaba de chegar ao seu servi�o.
Se ele for positivo para a covid-19, nenhuma necropsia poder� ser realizada e ser� cremado rapidamente em um cremat�rio.
O servi�o de Thanitchet Khetkham est� sobrecarregado h� v�rios dias. Foi preciso alugar um cont�iner. Antes usado para armazenar produtos perec�veis, foi transformado em dep�sito para os cad�veres.
Se isso continuar, "precisaremos de mais", afirma o jovem.
Depois de superar 2020 com um pequeno n�mero de casos de covid-19, a Tail�ndia se encontra agora em uma situa��o de pandemia muito vulner�vel - assim como outros pa�ses asi�ticos -, em grande parte devido � variante Delta.
Nesta quinta-feira (5), cerca de 21 mil novos casos foram registrados, algo nunca visto desde o in�cio da crise de sa�de.
E houve 160 mortes, a grande maioria em Bangcoc.
A megal�pole de dez milh�es de habitantes e parte do pa�s est�o sob severas restri��es, e um toque de recolher noturno foi imposto.
Apesar do quadro dram�tico, a campanha de vacina��o avan�a lentamente. Apenas quatro milh�es dos 70 milh�es de tailandeses receberam duas doses da vacina. O governo do primeiro-ministro Prayut Chan-O-Cha � criticado por sua gest�o da crise.
"Antes do final do ano, planejamos administrar pelo menos 10 milh�es de doses por m�s", declarou o porta-voz do governo, Anucha Burapachaisri.
Por enquanto, os corpos dos mortos por covid-19 permanecem em suas casas por v�rios dias at� que as equipes m�dicas possam cuidar deles.
"Devemos continuar fazendo nosso trabalho at� que n�o possamos mais", disse Thippailin Phinjirapong, legista do necrot�rio de Thammasat.
Mas isso requer mais pessoal, ele insiste.
"O n�mero de funcion�rios � o mesmo de antes da pandemia, mas o trabalho que fazemos triplicou. E se um de n�s ficar doente?", pergunta ele.
BANGCOC