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Estado de Minas RELAT�RIO DO IPCC

Aquecimento global chegar� a +1,5�C at� 2030, 10 anos antes que o previsto

Relat�rio mais importante divulgado desde 2014 mostra os pontos-chave da situa��o no planeta, que vai se agravar em ritmo mais acelerado do que se imaginava


09/08/2021 05:39 - atualizado 09/08/2021 09:09

Canoas não têm mais como navegar no leste do Malawi, na África, efeito do aquecimento global(foto: AMOS GUMULIRA / AFP)
Canoas n�o t�m mais como navegar no leste do Malawi, na �frica, efeito do aquecimento global (foto: AMOS GUMULIRA / AFP)


O relat�rio do Painel Intergovernamental de Mudan�as Clim�ticas (IPCC), da ONU, publicado nesta segunda-feira (09/8), o mais importante divulgado desde 2014, mostra de forma inequ�voca que o aquecimento global est� se desenvolvendo mais r�pido do que o esperado e que praticamente tudo � consequ�ncia das atividades humanas.

Confira alguns dos pontos-chave do relat�rio:

Adeus +1,5 ºC; ol�, sobrecarga 


Espera-se que por volta de 2030 a temperatura m�dia do planeta seja 1,5 ºC ou 1,6 ºC mais quente que a dos n�veis da era pr�-industrial nos cinco cen�rios relativos �s emiss�es de gases de efeito estufa - que evoluem do mais otimista ao mais pessimista -, considerados no relat�rio. Isto ocorreria uma d�cada antes do que o IPCC previu h� apenas tr�s anos.

Em meados do s�culo, o limite de +1,5 ºC ter� sido superado em todos os cen�rios: os mais otimistas indicam que ser� superado em 0,10 ºC e os mais pessimistas, em 1,0 ºC.

Mesmo assim, ainda h� um resqu�cio de esperan�a: na suposi��o de que se fa�a absolutamente tudo para combater as mudan�as clim�ticas, a temperatura global, ap�s ter subido 1,5 ºC, ser� 1,4 ºC superior � da era pr�-industrial at� 2100.

Os aliados naturais, debilitados 


Desde 1960, aproximadamente, as florestas, os solos e os oceanos absorveram 56% de todo o CO2 que a humanidade emitiu na atmosfera, apesar destas emiss�es terem aumentado 50%. Sem a ajuda da natureza, a Terra seria um lugar muito mais quente e in�spito do que � agora.

Mas estes aliados - conhecidos como sumidouros de carbono - est�o dando ind�cios de satura��o e espera-se que o percentual de CO2 que conseguem absorver ser� menor com o passar do tempo.

- Sim, as mudan�as clim�ticas s�o culpadas -


O relat�rio destaca o progresso surpreendente de uma nova �rea, a "ci�ncia da atribui��o", para quantificar at� que ponto o aquecimento global provocado pelo ser humano aumenta a intensidade a probabilidade de que ocorra um fen�meno meteorol�gico extremo, como uma onda de calor, um furac�o ou um inc�ndio florestal.

Em algumas semanas, por exemplo, os cientistas estabeleceram que a onda de calor que castigou o Canad� em julho, com temperaturas recorde, teria sido "quase imposs�vel" sem a influ�ncia das mudan�as clim�ticas.

- Eleva��o r�pida do n�vel do mar -


O n�vel global dos oceanos aumentou cerca de 20 cm desde 1900, e a taxa de eleva��o praticamente triplicou na �ltima d�cada. As calotas de gelo que derretem na Ant�rtida e na Groenl�ndia s�o agora o principal fator, � frente do degelo dos glaciares.

Se as temperaturas globais aumentarem 2 ºC, o n�vel dos oceanos aumentar� cerca de meio metro no s�culo XXI. E continuar� aumentando at� quase dois metros at� 2300, o dobro do que o IPCC previa em 2019.

Devido � incerteza somada �s calotas de gelo, os cientistas n�o descartam uma eleva��o das �guas de at� dois metros at� 2100.

- Li��es alarmantes do passado -


Avan�os importantes em paleoclimatologia (ci�ncia que estuda as caracter�sticas clim�ticas da Terra ao longo da sua hist�ria), fizeram soar alguns alarmes.

Por exemplo, a �ltima vez que a atmosfera do planeta estava t�o quente como agora foi h� cerca de 125.000 anos e o n�vel do mar era de 5 a 10 metros maior, o que atualmente submergiria a maioria das cidades costeiras.

H� tr�s minh�es de anos, quando as concentra��es de CO2 na atmosfera coincidiam com os n�veis atuais e as temperaturas eram entre 2,5 ºC e 4 ºC mais altas, o n�vel do mar estava at� 25 metros acima do que est� hoje.

- O metano, (enfim) na al�a de mira -


O relat�rio inclui mais dados do que nunca sobre o metano (CH4), o segundo g�s de efeito estufa mais importante, depois do CO2, e adverte que se n�o se conseguir diminuir as emiss�es, n�o ser� poss�vel cumprir os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris.

As emiss�es produzidas pelo homem se dividem entre os escapes na produ��o de g�s natural, minas de carv�o e lix�es, por um lado; e o gado e o esterco por outro.

O CH4 permanece menos tempo na atmosfera do que o CO2, mas tem um poder de aquecimento muito maior. Os n�veis atuais de CH4 s�o os mais altos registrados nos �ltimos 800.000 anos.


- Diferen�as regionais -


Embora todas as partes do planeta - dos oceanos �s terras, passando pelo ar que respiramos - estejam mais quentes, algumas �reas se aquecem mais rapidamente do que outras. No �rtico, por exemplo, prev�-se que o aumento da temperatura m�dia dos dias mais frios seja tr�s vezes superior � m�dia global do planeta.

O n�vel do mar tamb�m aumenta em todos as partes, mas � prov�vel que em v�rias costas suba 20% acima da m�dia.

- Pontos de inflex�o -

O IPCC n�o descarta "pontos de inflex�o" no sistema clim�tico, ou seja, modifica��es abruptas de "pouca probabilidade, mas impacto importante", que s�o irrevers�veis.

Entre estes est�o a desintegra��o das calotas polares com �gua suficiente para elevar o n�vel do mar em dezenas de metros, o degelo do permafrost que guarda imensos volumes de carbono ou a transforma��o da floresta amaz�nica em savana.

Correntes atl�nticas 

A Circula��o Meridional de Capotamento do Atl�ntico (AMOC, na sigla em ingl�s) - um sistema de correntes oce�nicas que regula o tr�nsito global de temperatura dos tr�picos para o hemisf�rio norte - desacelera, uma tend�ncia que muito provavelmente continuar� no restante do s�culo.

Os cientistas mostram apenas uma "confian�a mediana" de que este sistema n�o v� colapsar por completo, como j� ocorreu no passado.

Se acontecer, os invernos europeus ser�o muito mais rigorosos e haveria perturba��es nas mon��es na �frica e na �sia e uma eleva��o do n�vel do mar no Atl�ntico Norte.


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