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Estado de Minas BRAS�LIA

Bolsonaro participa de in�dito desfile de tanques militares em Bras�lia


10/08/2021 23:19 - atualizado 10/08/2021 23:26

O presidente Jair Bolsonaro participou nesta ter�a-feira (10) de um in�dito desfile militar em frente ao Pal�cio do Planalto e do Congresso, em Bras�lia, em meio a um clima de tens�o institucional por seus reiterados ataques ao sistema eleitoral.

Na noite desta ter�a, a C�mara dos Deputados proferiu um duro golpe contra Bolsonaro ao rejeitar e arquivar a proposta de emenda � Constitui��o (PEC) que propunha o voto impresso nas elei��es, plebiscitos e referendos.

O presidente tem criticado duramente, sem evid�ncias, a confiabilidade do sistema eletr�nico de vota��o no pa�s, em vigor desde 1996.

Junto com os comandantes do Ex�rcito, da Marinha, da Aeron�utica e alguns ministros, Bolsonaro observou o comboio de ve�culos militares do alto da rampa do Pal�cio do Planalto, com vista para o Congresso e para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Formalmente, o evento foi organizado para que membros das For�as Armadas entregassem ao presidente o convite para um exerc�cio militar que ocorre anualmente desde 1988, a cerca de 80 quil�metros da capital.

Fora de qualquer data p�tria, por�m, o desfile dos blindados e de outros ve�culos militares pela regi�o central de Bras�lia, sede dos Tr�s Poderes, � apontado por observadores como algo in�dito desde a redemocratiza��o no pa�s e como um gesto de for�a de Bolsonaro, cada vez mais acossado por investiga��es judiciais e com sua popularidade em decl�nio.

"O presidente usa o desfile dos blindados como uma tentativa de intimida��o ao STF e ao Congresso, para mostrar que as For�as Armadas est�o ao seu lado e que apoiam suas demandas, mesmo as mais controversas, como o retorno do voto impresso", disse � AFP o professor de Ci�ncia Pol�tica Maur�cio Santoro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

- "Assunto enterrado" -

O desfile militar coincide tamb�m com a discuss�o no Congresso Nacional de uma proposta para modificar o sistema de vota��o eletr�nica, atual alvo das cr�ticas do presidente.

Tanto Bolsonaro quanto a Marinha, que organiza o exerc�cio militar, negam qualquer rela��o entre o desfile e as presentes discuss�es legislativas.

Bolsonaro quer que as urnas eletr�nicas passem a imprimir um recibo dos votos, para que possam ser contados fisicamente.

O presidente garante que houve fraude nas �ltimas duas elei��es presidenciais e que ele deveria ter vencido j� no primeiro turno, em 2018. Segundo a Justi�a eleitoral e v�rios especialistas, as alega��es s�o completamente infundadas.

"Espero que esse assunto esteja definitivamente enterrado", declarou o presidente da C�mara dos Deputados, Arthur Lira, um aliado de Bolsonaro, ap�s a vota��o.

Para que a PEC avan�asse, o texto precisava de 308 votos favor�veis, mas recebeu 229.

Apesar da derrota, "a quest�o do voto impresso continuar� como plataforma de sua campanha, refor�ando a ideia de que ele � o homem contra o sistema e que ser� necess�rio um novo mandato e um novo Congresso para aprov�-lo", explicou � AFP Creomar Da Souza, da consultoria Dharma.

- Uso in�dito das For�as Armadas

Nas �ltimas semanas, o presidente intensificou seus ataques ao Supremo e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cujos ju�zes acusa de quererem prejudic�-lo em sua tentativa de reelei��o, em 2022.

Os repetidos questionamentos de Bolsonaro sobre a legitimidade das elei��es levaram a Justi�a eleitoral e o STF a abrir investiga��es contra ele.

O presidente tamb�m enfrenta uma investiga��o por suspeitas de que ignorou acusa��es de corrup��o na negocia��o, por parte de seu governo, de doses da vacina indiana Covaxin.

Bolsonaro chegou a amea�ar usar um "ant�doto" fora da Constitui��o contra esses procedimentos judiciais, os quais ele considera ilegais.

Desde que assumiu o poder, em janeiro de 2019, Bolsonaro nomeou v�rios militares em diferentes minist�rios e outros postos-chave do governo.

Para o professor Maur�cio Santoro, cada vez mais as For�as Armadas est�o aceitando participar das "manobras pol�ticas" de Bolsonaro, algo in�dito desde o fim da ditadura no Brasil (1964-1985).

"Desde a redemocratiza��o, os presidentes buscaram evitar conflitos com os militares, mas nenhum quis us�-los desse modo, pois havia o receio da elite pol�tica civil com os riscos de partidariza��o das For�as Armadas, algo que havia ocorrido com frequ�ncia ao longo do s�culo XX. Bolsonaro rompe esse consenso", afirma Santoro.

Durante o desfile dos tanques, que durou cerca de 10 minutos, dezenas de apoiadores do governo se reuniram em frente ao Planalto. Alguns levavam faixas, pedindo uma interven��o militar para "salvar o Brasil".


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