Jennifer Hudson encarna os dem�nios de Aretha Franklin em 'Respect'

Anos atr�s, Aretha Franklin escolheu Jennifer Hudson para interpret�-la em seu filme biogr�fico "Respect" como a op��o natural: al�m de uma voz sensacional, ambas compartilham trag�dias pessoais.

A produ��o retrata a vida da "Rainha do Soul", falecida em 2018. A inf�ncia abalada pela morte da m�e quando ela tinha nove anos e sua gravidez apenas tr�s anos depois. Tamb�m mostra sua luta contra um pai controlador, um marido violento e seu v�cio em �lcool.

Hudson, que ficou famosa no programa "American Idol" aos 25 anos, viveu seu pr�prio pesadelo quando sua m�e, seu irm�o e sobrinho foram assassinados pelo ex-marido de sua irm� em 2008.

"Eu precisava estar em um lugar espec�fico e ter passado pelo que passei na minha vida para ser capaz de interpret�-la", disse Hudson durante uma exibi��o em Los Angeles antes da estreia do filme na sexta-feira.

"Pelo menos � como me sinto agora", acrescentou.

A jovem atriz ainda n�o tinha enfrentado sua trag�dia pessoal quando conheceu Franklin para discutir o projeto incipiente, 15 anos atr�s.

Depois daquele primeiro encontro, levou oito anos para Aretha Franklin - que havia considerado outras atrizes como Halle Berry - chamar Hudson para o papel.

"Interpretar a 'Rainha do Soul' n�o � algo com o qual voc� se acostuma. Eu vou indo aos poucos", disse Hudson, que n�o esconde sua admira��o pela cantora.

Sua escolha para o papel foi um sucesso: sua excelente capacidade de atua��o j� foi reconhecida com pr�mios, embora o filme em si tenha recebido cr�ticas moderadas.

Ao contr�rio de outros musicais biogr�ficos, Hudson cantou e gravou ao vivo no set grandes sucessos de Aretha Franklin como "I Never Loved a Man (The Way I Love You)", "(You Make Me Feel Like) A Natural Woman", e, claro, "Respect".

Hudson tamb�m aprendeu a tocar piano para o papel, que exigiu 83 trocas de roupas e 11 perucas, incluindo o look de colmeia caracter�stico de Franklin.

- "Interpretar sua dor" -

O filme abrange duas d�cadas de vida, repassando seus primeiros nove �lbuns que n�o produziram um �nico sucesso.

A Columbia Records descartou Aretha Franklin antes que ela encontrasse sua voz influenciada pelo gospel atrav�s de sess�es em um est�dio no Alabama.

"Acho que foi sua habilidade de interpretar sua dor para um p�blico de milh�es de pessoas", comentou � AFP o roteirista Tracey Scott.

"Ela conseguiu pegar sua pr�pria dor e coloc�-la em todos os tipos de can��es: rom�ntica ou de empoderamento. Ela sempre foi capaz de viver sua vida atrav�s da m�sica", acrescentou.

O filme tamb�m aborda a participa��o no movimento pelos direitos civis de Franklin, filha de um influente pastor de uma igreja batista (interpretado por Forest Whitaker), que tinha entre seus amigos pr�ximos Martin Luther King Jr.

"Estar no lugar dela em tempos como aqueles, uma mulher negra, e estar perto de pessoas como o Dr. King. E ter que sair e animar todo mundo, pensar em quanta dor ela passou", refletiu Hudson, que como Franklin come�ou a cantar em coros gospel e confiou em sua f� para superar a trag�dia.

"Muitas vezes as pessoas esquecem que �cones e lendas tamb�m s�o seres humanos e t�m vida", lembrou a atriz.