Afeganist�o: as imagens que mostram o caos e o desespero dos afeg�os ap�s a entrada do Taleb� em Cabul

Cenas de caos e desespero foram vistas no Aeroporto Internacional de Cabul, no Afeganist�o, em meio � tentativa de fuga em massa depois que o grupo fundamentalista Taleb� entrou na capital e tomou o controle da totalidade do pa�s.

"Levei 5 horas para chegar ao aeroporto", disse um estudante de 22 anos � BBC.

"Meus p�s est�o doendo, est�o com bolhas e � dif�cil para eu ficar de p�".

- Geopol�tica: Quem s�o os talib�s?

"Era como uma cidade militar: as pessoas usavam roupas tradicionais, mas tinham armas e atiravam para o alto. Isso me lembrou da Jihad (guerra religiosa) que ouvi de meus pais", acrescentou ele desesperado.

O jovem est� prestes a iniciar um mestrado em Istambul, na Turquia. Ele voltou a Cabul para passar um tempo com sua fam�lia antes do in�cio do curso, mas ficou surpreso ao ver que o governo estava desmoronando.

"Agora que vou embora, penso na minha fam�lia, eles n�o t�m como escapar. N�o vejo futuro."

O jornalista Bilal Sarwary compartilhou um v�deo gravado na madrugada desta segunda-feira (hor�rio local) que mostra pessoas tomando a plataforma de estacionamento do aeroporto internacional de Cabul

Os Estados Unidos e outros pa�ses estavam tentando evacuar seus funcion�rios da embaixada, e muitos afeg�os aterrorizados tamb�m tentavam deixar a capital.

Uma testemunha descreveu a sala de embarque do aeroporto se transformando em um caos depois que as pessoas disseram que os cart�es de embarque estavam sendo impressos secretamente para celebridades, parlamentares e autoridades.

"Esperamos quase oito horas, at� que o pessoal do aeroporto come�asse a sair dos balc�es, primeiro os balc�es de check-in e depois os balc�es de imigra��o e passaporte", diz.

"N�o houve verifica��o de seguran�a. Passamos e vimos que as grandes portas de vidro estavam quebradas. As pessoas correram em dire��o ao �ltimo avi�o. Foi quase uma debandada."

Os Estados Unidos enviaram helic�pteros militares para evacuar o pessoal de sua embaixada em Cabul.

Ap�s v�rias horas de cerco nos arredores da cidade, o Taleb� ordenou que seus combatentes entrassem em Cabul no domingo.

Segundo porta-vozes do grupo, a medida foi tomada para evitar o caos e os saques depois que as for�as de seguran�a deixaram partes da capital.

Quando isso aconteceu, centenas de moradores de Cabul tentaram sair da cidade com os pertences que conseguiram reunir.

Muitos tentavam escapar de Cabul a p� por medo de retalia��o por parte dos combatentes do Taleb� e pela incerteza diante de uma potencial onda de viol�ncia.

Escapando de Cabul

Durante todo o domingo, as pessoas fizeram longas filas em frente aos bancos em Cabul para sacar dinheiro, com medo do confisco de suas economias.

Algumas fam�lias chegaram ao campo de refugiados do Parque Hasa-e-Awal em Cabul no s�bado (14/8), fugindo dos combates fora da capital.

Nooria, 35 (embaixo � esquerda), deixou sua casa em Kunduz depois que um foguete a destruiu e feriu um de seus filhos.

Mulheres deslocadas pelos combates em Kunduz se refugiaram em uma mesquita em Cabul, enquanto o Talib� continuava avan�ando em dire��o � captura da capital.

A BBC recebeu mensagens e testemunhos de mulheres que temem o que pode acontecer com suas vidas sob um governo isl�mico do Taleb�.

Elas est�o preocupados com a volta do mesmo tipo de governo que o grupo instaurou na d�cada de 1990, quando estava no poder.

Algumas das que fugiram de �reas controladas pelo Taleb� disseram que os militantes exigiam que as fam�lias entregassem meninas e mulheres solteiras para se tornarem esposas de seus combatentes.

Mulheres de �reas controladas pelo Taleb� tamb�m descreveram ser for�adas a usar burcas — veste que cobre todo o corpo, e apresenta uma estreita tela, � altura dos olhos, atrav�s da qual se pode ver — e militantes espancaram pessoas por infringirem as regras sociais.

A vida sob o Taleb� na d�cada de 1990 for�ou as mulheres a usar a vestimenta. Os islamistas radicais restringiram a educa��o para meninas com mais de 10 anos e puni��es brutais foram impostas, incluindo execu��es p�blicas.

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