"Teremos tempo para debater o que deu errado na guerra do Afeganist�o, mas neste momento cr�tico devemos ouvir as vozes das mulheres e meninas afeg�s. Elas est�o pedindo prote��o, educa��o, pela liberdade e pelo futuro que foi prometido", escreveu Yousafzai, de 24 anos.
"N�o podemos continuar a falhar com elas. N�o temos tempo a perder".
Yousafzai sobreviveu a uma tentativa de assassinato dos talib�s no Paquist�o quando tinha apenas 15 anos, quando os militantes atiraram em sua cabe�a na zona rural do noroeste do Paquist�o.
Desde ent�o, a graduada em Oxford tornou-se uma figura global na promo��o da educa��o para meninas.
O talib� assumiu o controle efetivo do Afeganist�o no domingo, quando o presidente Ashraf Ghani fugiu e os insurgentes entraram em Cabul sem oposi��o. O momento marcou uma derrota incrivelmente r�pida nas principais cidades do pa�s em apenas 10 dias, ap�s duas d�cadas de uma guerra que ceifou centenas de milhares de vidas.
Os insurgentes lideraram um regime, de 1996 a 2001, famoso por uma regra brutal em que as meninas n�o podiam ir � escola, as mulheres eram proibidas de trabalhar em empregos que as colocariam em contato com os homens e as pessoas eram apedrejadas at� a morte.
A recente tomada gerou temores de uma opress�o renovada, em particular contra mulheres e meninas.
"N�o posso deixar de ser grata por minha vida agora", escreveu Yousafzai. "Depois de me formar na faculdade no ano passado e come�ar a tra�ar meu pr�prio caminho profissional, n�o consigo imaginar perder tudo - voltando a uma vida definida para mim por homens armados", continuou.
"As meninas e jovens afeg�s est�o mais uma vez onde eu estive - desesperadas com a ideia de que talvez nunca mais tenham permiss�o para ver uma sala de aula ou segurar um livro."
Na ter�a-feira, um porta-voz do talib� indicou que n�o tornariam a burca completa - uma vestimenta de uma pe�a que cobre toda a cabe�a e o corpo - obrigat�ria, e procurou afastar as preocupa��es de que as mulheres seriam proibidas de estudar.
Mulheres "poder�o receber educa��o, do prim�rio � universidade. Anunciamos essa pol�tica durante confer�ncias internacionais, na confer�ncia de Moscou e aqui na confer�ncia de Doha [sobre o Afeganist�o]", explicou Shaheen.
Mas Yousafzai levantou ceticismo em rela��o a essa promessa.
"Dado o hist�rico do talib� de suprimir violentamente os direitos das mulheres, os temores das mulheres afeg�s s�o reais", escreveu ela.
"J� estamos ouvindo relatos de estudantes mulheres sendo rejeitadas em suas universidades, trabalhadoras de seus escrit�rios".
NOVA YORK