Ap�s uma r�pida ofensiva militar, este grupo fundamentalista isl�mico agora controla o pa�s, uma campanha bem-sucedida que culminou com a tomada da capital do Afeganist�o no domingo.
A mudan�a de regime gerou uma onda de p�nico no pa�s, onde ainda s�o frescas as mem�rias do per�odo dos talib�s no poder, entre 1996 e 2001, marcado por viola��es dos direitos humanos.
Nas duas d�cadas de presen�a no territ�rio, desde 2001, da tropas da coaliz�o internacional liderada pelos Estados Unidos, sal�es de beleza antes proibidos proliferaram em Cabul.
Surgiram servi�os de manicure e de maquiagem em um pa�s onde as mulheres foram obrigadas, sob o regime talib�, a cobrir praticamente cada cent�metro de seu corpo.
Quando os talib�s entraram em Cabul no domingo, pelo menos um desses sal�es de beleza come�ou a apagar imagens de mulheres sorridentes em vestidos de noiva, que apareciam como an�ncios em suas vitrines.
Outro sal�o que teve que fechar as portas amanheceu com as vitrines pichadas na ter�a-feira (17). Com rifle no ombro, um talib� fazia patrulha em frente ao estabelecimento.
- 'N�o querem que as mulheres trabalhem' -
Durante seu governo (1996-2001), o Talib� proibiu as meninas de frequentarem a escola, impediu as mulheres de trabalharem, ou de sa�rem de casa sem um acompanhante do sexo masculino. Mulheres acusadas de adult�rio foram apedrejadas, ou a�oitadas, nas ruas.
A rigorosa interpreta��o da "sharia" (lei isl�mica) levou os talib�s a instalarem uma pol�cia religiosa para suprimir os "v�cios".
No momento atual, na tentativa de transmitir uma imagem de modera��o e de mudan�a, os talib�s se comprometeram a "deixar as mulheres trabalharem", mas "respeitando os princ�pios do Isl�". N�o se explicou exatamente o que isso significa na pr�tica.
Um de seus porta-vozes, Suhail Shaheen, afirmou que a burca n�o seria obrigat�ria e que as mulheres poder�o frequentar a universidade, e as meninas poder�o frequentar a escola. Muitos afeg�os e representantes da comunidade internacional n�o escondem o ceticismo em rela��o a essas promessas.
Durante o avan�o militar impressionante dos talib�s, v�rios ve�culos de comunica��o relataram que mulheres solteiras, ou vi�vas, foram obrigadas a se casar com combatentes. As not�cias foram desmentidas por um porta-voz talib�, que as descreveu como "propaganda".
Em todo mundo, manifesta��es foram organizadas em apoio aos civis afeg�os, em especial �s mulheres e meninas afeg�s.
Na quarta-feira (18), em uma declara��o conjunta, Uni�o Europeia e Estados Unidos disseram estar "profundamente preocupados" com a situa��o das mulheres no Afeganist�o e pediram aos talib�s para evitar "qualquer forma de discrimina��o e abuso", assim como a preservar seus direitos.
Em julho, a gerente de um sal�o de beleza em Cabul declarou � AFP que o estabelecimento teria de ser fechado se os talib�s voltassem ao poder.
"Se voltarem, nunca voltaremos a ter a liberdade que temos agora", desabafou esta mulher de 27 anos, que pediu para n�o ser identificada.
"N�o querem que as mulheres trabalhem", completou.
CABUL