"Acredito que est�o enfrentando uma esp�cie de crise existencial sobre se querem ser reconhecidos pela comunidade internacional como um governo leg�timo", disse Biden � rede ABC News.
A insurg�ncia, que resistiu durante 20 anos de guerra a uma for�a internacional liderada pelos Estados Unidos e ao j� desaparecido governo afeg�o apoiado pelo Ocidente, enfrentar� agora problemas diferentes, estima.
Os talib�s "se preocupam se ser�o capazes ou n�o de manter a sociedade unida (...), se ter�o comida, renda (...), se conseguir�o administrar uma economia", explicou Biden, ao reconhecer que os insurgentes impulsionam uma poderosa agenda islamita.
A queda do governo afeg�o gerou uma onda de p�nico no pa�s, que agora relembra o �ltimo regime do Talib�, entre 1996 e 2001, marcado por viola��es dos direitos humanos: proibiram as meninas de frequentarem a escola, impediram as mulheres de trabalharem ou sa�rem sozinhas sem um acompanhante e castigavam as acusadas de adult�rio com apedrejamento.
Nesse sentido, "a ideia que podemos ter dos direitos das mulheres em todo o mundo por meio da for�a militar n�o � racional", disse Biden na entrevista, a primeira que concedeu desde que a vit�ria do Talib� desencadeou uma fren�tica retirada militar dos Estados Unidos.
"H� muitos lugares em que as mulheres est�o sendo subjugadas", destacou. "A forma de abordar isso � exercer press�o econ�mica, diplom�tica e internacional para que mudem seu comportamento".
O presidente reconheceu que muitas mulheres tentam sair do Afeganist�o por meio da retirada dos Estados Unidos no aeroporto de Cabul, e garantiu que ordenou que "as retirem, que retirem suas fam�lias" de l�.
"Devemos retirar todas as que conseguirmos", enfatizou.
Os talib�s, que desejam mostrar uma imagem de modera��o e mudan�a, se comprometeram a "deixar as mulheres trabalharem", mas "respeitando os princ�pios do Isl�", sem mais detalhes.
Ao defender a ca�tica sa�da das �ltimas tropas americanas, aliados e afeg�os, Biden disse que "n�o conta" que os talib�s mudem suas prioridades.
Por outro lado, "n�o sei se poderia ter previsto" a atual coopera��o dos l�deres talib�s com o ex�rcito americano para garantir uma sa�da segura dos cidad�os dos Estados Unidos, disse.
Caso grupos terroristas anti-EUA, como Al-Qaeda, voltem a se estabelecer no Afeganist�o, os Estados Unidos mant�m "a capacidade de combat�-los", afirmou Biden, referindo-se a m�sseis e outros ataques militares a longa dist�ncia.
Por enquanto, a amea�a � muito maior na S�ria e na �frica oriental, disse.
WASHINGTON