Em uma entrevista � AFP de Kabul, a diretora do PMA destacou que ficou no pa�s para manter, na medida do poss�vel, a ajuda � popula��o mais afetada pela insurrei��o talib� - que tomou o poder no Afeganist�o - e os deslocamentos internos provocados pelos insurgentes.
Al�m do conflito, os afeg�os j� enfrentam uma grave crise alimentar, e 2021 � um "ano extremamente dif�cil", disse McGroarty.
Al�m das consequ�ncias econ�micas da pandemia de covid-19, "o pa�s enfrenta a segunda seca severa em tr�s anos. As pessoas ainda se recuperam da seca de afirmou.
"Aconteceu uma redu��o de 40% da colheita de trigo, resultado de um dos invernos mais secos dos �ltimos 30 anos. Tivemos pouca neve em Cabul este ano, o abastecimento de �gua na �poca de degelo � muito escasso", disse, antes de citar um "impacto devastador para o gado".
Esta situa��o est� logicamente agravada pelo conflito que afeta todo pa�s, com "agricultores que n�o podem fazer a colheita e que fugiram de suas casas", assim como "planta��es destru�das".
A destrui��o de infraestruturas, como pontes, represas e estradas, tamb�m compromete o acesso aos alimentos, lamentou a representante do programa da ONU.
- Ajuda antes do inverno -
O impacto combinado do conflito e da seca provocou uma infla��o dos pre�os dos alimentos b�sicos: o trigo est� 24% mais caro que na m�dia dos �ltimos cinco anos.
"A situa��o � desastrosa. As �ltimas an�lises indicam que 14 milh�es de pessoas j� est�o em risco de fome severa ou aguda, ou seja, uma pessoa a cada tr�s. E dois milh�es est�o em risco de desnutri��o", advertiu McGroarty.
� frente de uma equipe de 480 pessoas, 440 delas afeg�s, ela deseja continuar com o trabalho e indica que o PMA atua h� anos em �reas controladas pelos talib�s.
"O PMA, as Na��es Unidas e o sistema humanit�rio est�o determinados a permanecer e dar a resposta humanit�ria t�o necess�ria", disse, antes de destacar que a ag�ncia que representa espera ajudar nove milh�es de afeg�os at� o fim do ano.
A organiza��o calcula que, para isso, precisa urgentemente de US$ 200 milh�es.
Esta ajuda � ainda mais importante quando se leva em considera��o que a situa��o pode piorar nos pr�ximos meses.
"No Afeganist�o, temos invernos rigorosos. Quando a neve chegar, muitas comunidades ficar�o isoladas. Devemos levar reservas de alimentos para estas zonas antes da chegada do inverno", explica.
PARIS