Presidente do M�xico agradece elogios de narcotraficante

O presidente do M�xico, Andr�s Manuel L�pez Obrador, agradeceu nesta sexta-feira, 20, um veterano traficante, condenado pelo assassinato de um agente americano, por se pronunciar a favor de sua estrat�gia de seguran�a.

"Agrade�o muito seus bons votos", disse L�pez Obrador em sua entrevista coletiva di�ria quando questionado sobre as declara��es de Miguel �ngel F�lix Gallardo, apelidado de "Chefe dos chefes" e considerado o criador do Cartel de Guadalajara, a primeira grande organiza��o do narcotr�fico mexicano.

O condenado, preso desde 1989 pelo assassinato de Enrique Camarena, um agente antidrogas americano, disse em uma entrevista que L�pez Obrador est� resolvendo a viol�ncia que atinge o pa�s latino-americano. "A viol�ncia � consequ�ncia do desemprego, da desigualdade social, que o sr. L�pez Obrador vai resolvendo aos poucos. � preciso dar tempo a ele", disse F�lix em entrevista ao canal Telemundo, na qual insistiu na sua inoc�ncia.

Na entrevista, a primeira que concedeu em 32 anos de pris�o, F�lix Gallardo apareceu com a sa�de visivelmente deteriorada, sentado em uma cadeira de rodas, completamente cego de um olho e surdo de um ouvido, e �s vezes amparado por um cilindro de oxig�nio .

L�pez Obrador acrescentou que a procuradoria-geral da Rep�blica analisar� se F�lix pode ser benefici�rio de um decreto que seu governo prepara para a liberta��o de presos torturados ou com mais de 65 anos com doen�as cr�nicas, ap�s diagn�stico do Minist�rio da Sa�de.

O projeto tamb�m concederia pris�o domiciliar a presidi�rios a partir dos 75 anos, desde que n�o sejam condenados por casos graves. "N�o quero que ningu�m sofra, n�o quero que ningu�m fique preso, sou um humanista, sou formado na escola da n�o-viol�ncia, mas tenho de fazer cumprir as leis", disse L�pez Obrador.

F�lix, de 76 anos, est� encarcerado em um pres�dio de seguran�a m�xima no Estado de Jalisco e foi uma figura-chave na expans�o do narcotr�fico mexicano. Nos anos 80, sua organiza��o, que at� o momento se dedicava ao tr�fico de maconha e �pio, foi uma das primeiras a estabelecer contatos com traficantes colombianos para transportar coca�na do pa�s sul-americano aos EUA.

O M�xico sofre uma onda de viol�ncia ligada ao tr�fico de drogas que causou mais de 300 mil assassinatos desde dezembro de 2006, quando o governo federal lan�ou uma pol�mica opera��o de combate ao crime organizado, segundo dados oficiais. (COM AG�NCIAS INTERNACIONAIS)