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Estado de Minas ENERGIA

Fus�o nuclear: o laborat�rio que est� prestes a atingir um marco na busca pela energia ilimitada

Recorde � da National Ignition Facility, que fica na Calif�rnia, nos EUA.


22/08/2021 18:41 - atualizado 22/08/2021 22:30

A National Ignition Facility (NIF), na Califórnia, atingiu novo recorde em suas pesquisas com fusão nuclear(foto: LLNL)
A National Ignition Facility (NIF), na Calif�rnia, atingiu novo recorde em suas pesquisas com fus�o nuclear (foto: LLNL)

Um instituto cient�fico dos Estados Unidos est� prestes a conquistar um grande avan�o na pesquisa com a fus�o nuclear.

A National Ignition Facility (NIF) em Livermore, Calif�rnia, usa um poderoso laser para aquecer e comprimir combust�vel de hidrog�nio e est� a um passo de alcan�ar uma fus�o nuclear de enormes propor��es.

A partir de um experimento realizado em agosto de 2021, o laborat�rio em breve alcan�ar� a meta de "igni��o", quando a energia liberada pela fus�o superar� a liberada pelo laser.

A fus�o � um tipo de energia nuclear diferente do processo de fiss�o, que � usado desde 1950 nos reatores de energia at�mica. Na fus�o, a energia � gerada a partir da uni�o de �tomos, enquanto na fiss�o ela � subproduto da divis�o de �tomos.


A fus�o � o mesmo processo que acontece no Sol, e exige calor e press�o extremos, sendo muito mais dif�cil de controlar do que a fiss�o. Uma vez dominada, contudo, poderia nos fornecer uma fonte de energia limpa e ilimitada.

O processo n�o gera o lixo radioativo produzido pelos reatores de fiss�o, que � um dos principais obst�culos ao uso de energia nuclear atualmente, al�m do custo e das preocupa��o que a modalidade gera quanto � seguran�a e � prolifera��o de armas.

Recorde

Em um processo chamado de fus�o nuclear com confinamento inercial, 192 raios de laser da instala��o do NIF — a maior concentra��o de energia do mundo — s�o direcionados a uma c�psula do tamanho de um gr�o de pimenta.

Essa c�psula cont�m deut�rio e tr�tio, que s�o diferentes formas do elemento hidrog�nio.

O procedimento comprime o combust�vel a 100 vezes a densidade do chumbo e o aquece a 100 milh�es de graus Celsius — mais quente que o centro do sol. Essas condi��es ajudam a iniciar a fus�o termonuclear.

Um experimento realizado em 8 de agosto rendeu 1,35 megajoules (MJ) de energia — cerca de 70% da energia do laser que chega � c�psula de combust�vel. Alcan�ar a igni��o significa obter um rendimento de fus�o superior aos 1,9 MJ aplicados pelo laser.

"Este � um grande avan�o para a pesquisa com a fus�o e para toda a comunidade envolvida nisso ", disse � BBC News Debbie Callahan, f�sica do Laborat�rio Nacional Lawrence Livermore, que abriga o NIF.


Ilustração mostra uma fração de combustível de hidrogênio dentro de um recipiente chamado hohlraum(foto: LLNL)
Ilustra��o mostra uma fra��o de combust�vel de hidrog�nio dentro de um recipiente chamado hohlraum (foto: LLNL)

O experimento deste m�s conseguiu um resultado oito vezes maior do que o recorde anterior (no in�cio deste ano) e 25 vezes o rendimento de experimentos realizados em 2018.

"O ritmo de avan�os na produ��o de energia tem sido r�pido, sugerindo que podemos alcan�ar em breve mais recordes, como superar a energia dos lasers que iniciam o processo ", afirmou Jeremy Chittenden, codiretor do Centro para Estudos em Fus�o Inercial no Imperial College London, na Inglaterra.

Cientistas do NIF tamb�m acreditam terem alcan�ado algo chamado de "plasma ardente", onde as pr�prias rea��es de fus�o d�o calor para mais fus�o. Isso � vital para tornar o processo autossustent�vel e com alto rendimento.

"Acreditamos que nosso experimento chegou neste est�gio, mas ainda estamos fazendo an�lises e simula��es para ter certeza de que entendemos o resultado", explica Debbie Callahan.

Depois, os testes ser�o realizados novamente.

"Isso � fundamental para a ci�ncia experimental. Precisamos entender qu�o reproduz�veis s�o os resultados, e qu�o sens�veis s�o a pequenas mudan�as", diz Callahn.

"Depois, temos planos de melhorar o design deste sistema. Come�aremos a trabalhar nisso no pr�ximo ano."

Apesar dos enormes avan�os, Chittenden disse que ainda h� muito a superar.

"Os megajoules de energia liberados no experimento s�o realmente impressionantes em termos de fus�o, mas na pr�tica isso � equivalente � energia necess�ria para ferver uma chaleira."

"Energias de fus�o muito mais altas podem ser alcan�adas por meio da igni��o se pudermos descobrir como manter o combust�vel unido por mais tempo, fazendo com que mais dele queime."

Outros investimentos na tecnologia

A constru��o da National Ignition Facility (NIF) nos Estados Unidos come�ou em 1997 e foi conclu�da em 2009. Os primeiros experimentos para testar a pot�ncia do laser come�aram em outubro de 2010.

Outra fun��o do NIF � monitorar a situa��o e seguran�a do estoque de armas nucleares dos Estados Unidos. �s vezes, os cientistas que precisam o usar o enorme laser para a fus�o t�m que dividir o tempo com experimentos voltados para seguran�a nacional.

Esse � um dos v�rios projetos pelo mundo voltados para a pesquisa com fus�o. Um deles � a instala��o ITER, or�ada em bilh�es de euros e atualmente em constru��o em Cadarache, Fran�a.

O ITER adotar� uma abordagem diferente da fus�o acionada por laser no NIF; a instala��o no sul da Fran�a usar� campos magn�ticos para conter plasma quente — g�s eletricamente carregado. Este conceito � conhecido como fus�o por confinamento magn�tico.

Mas construir instala��es de fus�o comercialmente vi�veis, capazes de fornecer energia em rede, exigir� outro salto gigante.

"Transformar esse conceito em uma fonte renov�vel de energia el�trica � provavelmente um processo longo e envolver� a supera��o de desafios t�cnicos substanciais, como ser capaz de recriar este experimento v�rias vezes por segundo para produzir uma fonte est�vel de energia", ressalva Chittenden.

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