
As explos�es ocorreram ao lado do chamado Abbey Gate, espa�o que era ocupado por tropas brit�nicas e americanas e que agora abriga pessoas tentando embarcar em voos para fora do pa�s, e em um hotel ali perto. Esse hotel, chamado Baron, era usado por autoridades brit�nicas para cadastrar os afeg�os que desejavam migrar ao Reino Unido. H� relatos tamb�m de disparos — embora n�o esteja claro se os tiros foram dados contra as multid�es ou para o ar.
Em uma coletiva do Pent�gono, o general americano Kenneth McKenzie disse que os dois homens-bomba eram "combatentes do Estado Isl�mico". "O ataque ao Abbey Gate foi seguido por v�rios homens armados que abriram fogo contra civis e for�as militares", disse ele.
Questionado sobre como os autores do atentado no aeroporto conseguiram se aproximar das for�as americanas, McKenzie disse que "claramente houve uma falha" das for�as do Taleb� nos postos de checagem das pessoas que vinham de fora do aeroporto. Ele disse que os Estados Unidos v�o "tentar melhorar todas as medidas adotadas conforme avan�amos".
'Uma menina morreu em minhas m�os'
H� alguns relatos angustiantes sobre o que aconteceu no aeroporto. "Corpos foram jogados em um canal pr�ximo", disse Milad, que estava no local da primeira explos�o, � ag�ncia de not�cias AFP.
"Quando as pessoas ouviram a explos�o, houve p�nico total. O Taleb� ent�o come�ou a atirar para o ar para dispersar a multid�o no port�o", disse uma segunda testemunha. "Eu vi um homem correndo com um beb� ferido nas m�os."
Na confus�o, a testemunha — que n�o foi identificada — disse que deixou cair os documentos que esperava usar para embarcar com sua esposa e tr�s filhos. "Eu nunca mais vou querer ir (para o aeroporto)", disse a testemunha � AFP.
Um int�rprete afeg�o que trabalhou com as for�as americanas descreveu � emissora CBS como tentou ajudar uma menina que acabou morrendo em seus bra�os.
"Muitas pessoas se machucaram e outras que estavam ca�das no ch�o", disse ele. "Eu vi uma menina l� e fui at� ela, peguei-a no colo e comecei a lev�-la ao hospital, mas ela morreu nas minhas m�os", disse ele, estimando a idade da crian�a em cerca de cinco anos.
"Isso � de partir o cora��o. O que est� acontecendo agora � de partir o cora��o, este pa�s inteiro se desintegrou."
"Eu tentei", continuou o int�rprete. "Eu fiz o meu melhor para ajud�-la."
Segundo testemunhas, uma das bombas explodiu perto de um canal de tratamento de �gua, onde afeg�os aguardavam. Com a for�a da explos�o, corpos de v�timas foram lan�ados � �gua.
Taleb� condenou ataques

Dados de intelig�ncia j� indicavam a possibilidade de ocorrer ataques suicidas de extremistas no aeroporto, por conta da visibilidade do local, enquanto pa�ses tentam evacuar o m�ximo poss�vel de pessoas at� o dia 31 de agosto, prazo determinado para a retirada total dos Estados Unidos do pa�s asi�tico.
� BBC, o ministro das For�as Armadas brit�nicas James Heappey havia dito que a amea�a ao local era "grave" e poderia ser "iminente". Por conta disso, os Estados Unidos, a Austr�lia e outros pa�ses haviam advertido seus cidad�os para que n�o se aglomerassem no aeroporto.
Havia uma grande multid�o no local, apesar dos avisos de ataque iminente, que foram ignorados por muitos afeg�os desesperados para fugir do Taleb�.
Analistas acreditam que o autor dos ataques seja o chamado Isis-K, filial do grupo autodenominado Estado Isl�mico (EI) que atua no Afeganist�o e no Paquist�o — e rival do Taleb�. � considerado o mais extremo e violento de todos os grupos militantes jihadistas no Afeganist�o.Foi criado em janeiro de 2015 no auge do poder do EI no Iraque e na S�ria, antes que seu autodeclarado califado fosse derrotado e desmantelado por uma coaliz�o liderada pelos Estados Unidos.
O grupo recruta tanto afeg�os quanto paquistaneses, especialmente membros desertores do Taleb� afeg�o que n�o consideram sua pr�pria organiza��o radical o suficiente.
Um porta-voz do Taleb�, por sua vez, condenou as explos�es e afirmou que elas "ocorreram em uma �rea em que as tropas americanas eram respons�veis pela seguran�a". Suhail Shaheen, outro porta-voz do Taleban, disse que o grupo est� "prestando muita aten��o � seguran�a e prote��o de seu povo" em outro comunicado tuitado.
O secret�rio-geral da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), Ant�nio Guterres, tamb�m condenou o "ataque terrorista que matou e feriu v�rios civis" em Cabul.
"Este incidente ressalta a volatilidade da situa��o no Afeganist�o, mas tamb�m fortalece nossa determina��o enquanto continuamos a fornecer assist�ncia urgente em todo o pa�s em apoio ao povo afeg�o", disse o porta-voz Stephane Dujarric a rep�rteres, acrescentando que "pelo que sabemos neste momento" n�o houve v�timas entre funcion�rios da ONU.
Atentados devem continuar
A escala de tens�o no pa�s deve continuar porque � pouco prov�vel que este seja o �ltimo atentado, afirma Mike Jason, ex-comandante militar dos Estados Unidos que atuou no Afeganist�o.
"Os alvos (como o aeroporto) s�o muito lucrativos e simb�licos" para militantes radicais que queiram dificultar a evacua��o de pessoas, afirmou Jason.
"Eles (militantes) t�m os recursos, t�m o alcance e t�m os alvos — as multid�es de pessoas indefesas que est�o desesperadas (para deixar o pa�s)."
"A amea�a do EI � real, e esperamos que esses ataques continuem", disse o general McKenzie.
De fato, como confirmou o rep�rter da BBC News em Cabul, Secunder Kermani, o aeroporto tem atra�do multid�es apesar dos alertas pr�vios de perigo de atentado.
"As pessoas est�o em tal estado de desespero que que n�o v�o prestar aten��o a esse tipo de informa��o (sobre riscos de atentados). Est�o ouvindo todo tipo de rumores e s� o que querem � deixar o pa�s. Muitos acamparam durante dias em condi��es extremas (no aeroporto)."
As explos�es que abalaram o aeroporto de Cabul ocorreram no mesmo dia em que v�rios pa�ses anunciaram que estavam interrompendo as evacua��es devido � deteriora��o da situa��o de seguran�a.
No entanto, Estados Unidos, Reino Unido e Fran�a j� anunciaram que prosseguir�o com suas opera��es para retirar seus cidad�os do pa�s.
Ao mesmo tempo, muitas pessoas tentam escapar do Afeganist�o pela fronteira com o Paquist�o.
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