"Posso contar que est� em Kandahar. Tem estado (l�) desde o come�o", disse o porta-voz dos talib�s, Zabihullah Mujahid.
"Aparecer� em p�blico em breve", destacou neste domingo o porta-voz adjunto, Bilal Karimi.
Mul� especializado em quest�es religiosas e judiciais, o nome de Akhundzada come�ou a ser ouvido em maio de 2016, quando substituiu � frente dos talib�s o Mul� Mansur, morto em um ataque americano com drones no Paquist�o.
Seu primeiro objetivo era unir o movimento fundamentalista, dividido por lutas internas e a descoberta de que a morte de seu fundador, o mul� Omar, tinha sido ocultada durante anos.
Hibatullah Akhundzada s� se manifesta durante as festas isl�micas. Para muitos analistas, seu papel � mais simb�lico do que operacional.
Os talib�s s� divulgaram uma foto dele.
Filho de um te�logo, origin�rio de Kandahar, territ�rio pashtum e ber�o dos talib�s, Akhundzada desfrutava, antes de sua nomea��o, de grande influ�ncia no movimento, e chegou a dirigir seu sistema judicial.
Desde que retomaram o poder do Afeganist�o, ap�s terem sido expulsos h� 20 anos por uma coaliz�o internacional liderada pelos Estados Unidos, os talib�s n�o tinham informado sobre seus deslocamentos e atividades.
- Uma vida de "ermit�o" -
"Se Deus quiser, o ver�o em breve", assegurou nesta semana � imprensa o principal porta-voz dos talib�s, Zabihullah Mujahid.
Os l�deres das diferentes fac��es talib�s t�m se mostrado publicamente em Cabul estes dias.
Tradicionalmente, os talib�s deixam seu l�der supremo nas sombras. O fundador do grupo, mul� Omar, levava uma vida de asceta e apenas foi visto na capital afeg� durante o anterior per�odo de governo do grupo, nos anos 1990.
Omar vivia escondido em sua casa em Kandahar e era muito reticente a receber lideran�as em sua casa. Mas suas palavras eram consideradas sagradas, um respeito que nenhum de seus sucessores conseguiu.
Para Laurel Miller, que dirige o programa �sia do International Crisis Group, Hibatullah Akhundzada "parece ter adotado um modo de vida similar de ermit�o".
Esta discri��o poderia responder tamb�m a um tema de seguran�a para evitar um final similar ao de seu antecessor, Mansur, avalia esta especialista.
- Manter o equil�brio entre fac��es -
O movimento Talib�, composto por v�rias fac��es origin�rias de diferentes partes do Afeganist�o e representantes de grupos com aspira��es diferentes, sofreu pelo menos uma cis�o importante em 2015, quando soube-se da not�cia da morte do mul� Omar.
Ap�s 20 anos de guerrilha, os fundamentalistas ter�o que manter o equil�brio entre as diferentes fac��es, com interesses �s vezes desencontrados, em sua volta ao poder.
O v�cuo do poder poderia desestabilizar um movimento que, sob Hibatullah Akhundzada, p�de manter sua coes�o apesar da guerra, da morte de milhares de seus combatentes, do assassinato ou do envio para a pris�o de Guant�namo de alguns de seus principais dirigentes.
Para outros analistas, o l�der talib� espera simplesmente a retirada definitiva dos americanos, em 31 de agosto, para se mostrar publicamente.
"Os talib�s pensam que est�o na jihad", enquanto houver for�as estrangeiras em territ�rio afeg�o, comenta Imtiaz Gul, analista de temas de seguran�a paquistaneses.
CABUL