Ida deixa danos 'catastr�ficos' na Louisiana

Equipes de resgate revisaram nesta segunda-feira (30) os "danos catastr�ficos" causados pelo furac�o Ida na Louisiana, um dia depois do poderoso ciclone deixar dois mortos, pessoas ilhadas e arrancar tetos de casas.

A principal cidade da Louisiana, Nova Orleans, ainda estava sem energia quase 24 horas depois que Ida atingiu a costa do estado como um furac�o de categoria 4, exatamente 16 anos depois que o Katrina atingiu o continente, causando estragos mortais.

"A maior preocupa��o � que ainda estamos realizando buscas e resgates e temos pessoas em todo o sudeste da Louisiana que est�o em lugares dif�ceis", disse o governador da Louisiana, John Bel Edwards, ao programa Today da NBC.

At� o momento, duas mortes foram confirmadas, enquanto equipes de resgate s�o enviadas em barcos at� comunidades alagadas pelo furac�o.

Imagens de pessoas retiradas de carros atingidos pela �gua e casas destru�das se multiplicaram nas redes sociais, mas o dano em Nova Orleans foi limitado.

Ida, rebaixado a tempestade tropical nesta segunda-feira, deixou toda Nova Orleans, com mais de um milh�o de propriedades, sem energia, de acordo com o rastreador de queda PowerOutage.US.

"Eu estava l� h� 16 anos. O vento parece pior desta vez, mas os danos parecem menos graves", disse Dereck Terry, morador do Bairro Franc�s, analisando sua vizinhan�a de chinelos e camiseta, guarda-chuva na m�o.

"Estou com uma janela quebrada. Algumas telhas ca�ram na rua e entrou �gua", acrescentou o farmac�utico aposentado de 53 anos.

De acordo com o governador da Louisiana, o sistema de diques nos locais afetados "realmente funcionou muito bem". "Caso contr�rio, ter�amos muito mais problemas hoje".

- "Devasta��o total" -

Em Jean Lafitte, cidade ao sul de Nova Orleans, o prefeito Tim Kerner disse que a r�pida eleva��o das �guas sobrecarregou os diques de 2,3 metros de altura.

"Devasta��o catastr�fica total, os diques de nossa cidade transbordaram", disse Kerner � televis�o local WGNO, observando que entre 75 e 200 pessoas ficaram presas na reserva Barataria.

Cynthia Lee Sheng, presidente da par�quia de Jefferson, que abrange parte da �rea metropolitana de Nova Orleans, disse que as pessoas se refugiaram em seus s�t�os.

V�rios moradores da regi�o do LaPlace postaram pedidos de ajuda nas redes sociais, dizendo que ficaram presos pela enchente.

"O dano � realmente catastr�fico", disse Edwards ao Today.

O presidente Joe Biden declarou situa��o de desastre para Louisiana e Mississ�pi, permitindo ajuda federal.

Uma pessoa morreu quando uma �rvore caiu em Prairieville, cerca de 60 milhas a noroeste de Nova Orleans, de acordo com as autoridades.

"Vamos responder por este furac�o por um longo tempo e a recupera��o levar� muitos meses", antecipou Edwards.

Mais de 5.200 funcion�rios do Ex�rcito, da ag�ncia federal de gerenciamento de emerg�ncias e da Guarda Nacional foram enviados aos estados da Louisiana, Mississ�pi, Texas e Alabama para responder � emerg�ncia, disse o general Hank Taylor, um alto funcion�rio do Pent�gono.

- "Muito menos escombros" -

A maioria dos moradores acatou os avisos de perigo das autoridades para deixar a �rea.

"Eu estava aqui no Katrina e, pelo que vi at� agora, h� muito menos escombros nas ruas do que depois do Katrina", disse � AFP Mike, que mora no Bairro Franc�s, recusando-se a revelar seu sobrenome.

A mem�ria do Katrina, que atingiu o continente em 29 de agosto de 2005, ainda est� viva no estado, onde causou cerca de 1.800 mortes e danos de bilh�es de d�lares.

O Centro Nacional de Furac�es (NHC) emitiu avisos de tempestade e frio em partes do sudeste da Louisiana, ao sul do Mississ�pi e ao sul do Alabama, enquanto Ida se movia para o nordeste.

A partir do meio-dia desta segunda (hor�rio de Bras�lia), Ida estava 105 quil�metros a sudoeste de Jackson, Mississ�pi, com ventos m�ximos sustentados de cerca de 65

De acordo com as previs�es, a tempestade deve se mover para o interior e atingir o oeste e centro do Mississ�pi na tarde desta segunda-feira, antes de atravessar os Estados Unidos em dire��o ao Atl�ntico, criando a possibilidade de uma inunda��o repentina em seu rastro.

Cientistas alertaram para um aumento na atividade cicl�nica � medida que a superf�cie do oceano esquenta devido �s mudan�as clim�ticas, aumentando a amea�a de danos �s comunidades costeiras em todo o mundo.