Fim da retirada do Afeganist�o encerra guerra mais longa da hist�ria dos EUA

Os vest�gios da presen�a dos EUA no Afeganist�o acabaram na segunda-feira, 30, ap�s a partida do �ltimo voo militar do aeroporto de Cabul. Com a conclus�o da retirada de suas tropas, os EUA deixam o pa�s sob controle total do Taleban e encerram a guerra mais longa de sua hist�ria.

Nos �ltimos dias, o alto comando militar americano disse que os EUA continuariam com a retirada at� terminar o prazo de 31 de agosto. No entanto, as opera��es foram encerradas 24 horas antes. O �ltimo avi�o deixou Cabul pouco antes da meia-noite, no hor�rio local (tarde de ontem no Brasil).

"Estou aqui para anunciar que completamos nossa retirada do Afeganist�o", afirmou o general Kenneth Mckenzie, pouco ap�s a meia-noite do dia 31 em Cabul. Ele mencionou ainda as baixas de 2.461 civis e militares, al�m de mais de 20 mil feridos. A data foi estabelecida como limite pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em acordo com o comando do Taleban, que assumiu o controle do aeroporto.

Em comunicado, Biden voltou a defender a retirada. "Nos �ltimos 17 dias, nossas tropas realizaram a maior retirada a�rea da hist�ria dos EUA, resgatando mais de 120 mil americanos, cidad�os de pa�ses aliados e afeg�os", escreveu o presidente. "Terminar a miss�o como planejado foi a recomenda��o un�nime do Estado-Maior Conjunto das For�as Armadas e de todos os nossos chefes militares."
Zabihullah Mujahid, principal porta-voz do grupo, celebrou com uma mensagem no Twitter. "O �ltimo ocupante americano retirou-se do (aeroporto de Cabul) e nosso pa�s ganhou sua independ�ncia total", escreveu. "Louvor e gratid�o a Deus."

Centenas de pessoas ainda esperam na parte de fora do aeroporto, todas mantidas � dist�ncia por combatentes do Taleban. Cerca de 1,2 mil foram retiradas ontem de avi�o de Cabul, segundo a Casa Branca. Isso deixa para tr�s entre 100 e 200 americanos, segundo o secret�rio de Estado, Antony Blinken, al�m de 100 mil colaboradores afeg�os, de acordo com estimativa do New York Times. Muitos s�o funcion�rios do governo anterior e int�rpretes dos militares dos EUA, que aguardam um visto especial de imigrante.

Os EUA e outros 97 pa�ses disseram que continuar�o a receber pessoas que fogem do Afeganist�o e firmaram um acordo com o Taleban para permitir a passagem segura daqueles que planejam partir. O negociador-chefe do grupo, Sher Mohamed Abas Stanekzai, disse que n�o impediria as pessoas de partir, independentemente de sua nacionalidade ou se trabalharam para os americanos durante a guerra.
No entanto, se o Taleban manter� esse compromisso e quando o aeroporto poder� reabrir para voos comerciais ainda � incerto.

Os 20 dias finais da presen�a americana no Afeganist�o foram marcados por cenas tr�gicas, como a tentativa desesperada de afeg�os de embarcarem em avi�es americanos no aeroporto em Cabul. Um ataque do Estado Isl�mico de Khorasan (Isis-K, na sigla em ingl�s), na quinta-feira, matou 180 pessoas, incluindo 13 militares americanos.

Na segunda-feira, as defesas antim�sseis dos EUA interceptaram ao menos cinco foguetes lan�ados contra o aeroporto de Cabul, pouco antes de o �ltimo voo decolar. O ataque tamb�m foi reivindicado pelo Isis-K, em uma mensagem no Telegram. A organiza��o � considerada rival do Taleban.

Segundo a imprensa afeg�, os foguetes foram lan�ados da parte posterior de um ve�culo e atingiram diferentes partes da capital. Em comunicado, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, confirmou a intercepta��o, mas n�o deu detalhes sobre mortos ou feridos. (Com ag�ncias internacionais)

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.