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Estado de Minas INTERNACIONAL

Taleban celebra vit�ria no aeroporto de Cabul ap�s sa�da dos EUA do Afeganist�o


31/08/2021 09:17

Tiros comemorativos ressoavam em Cabul na madrugada desta ter�a-feira, 31. Era o aviso de que os combatentes talebans assumiram o controle do aeroporto da capital afeg�, ap�s a sa�da dos �ltimos soldados americanos do Afeganist�o, uma imagem que encerrou 20 anos de uma guerra devastadora e abre um novo cap�tulo marcado pela incerteza.

A retirada americana foi considerada um �xito "hist�rico" pelo grupo Taleban, que assumiu o controle de Cabul em 15 de agosto e derrubou o governo afeg�o ap�s uma ofensiva rel�mpago em todo o pa�s.

As tropas dos Estados Unidos invadiram o Afeganist�o em 2001, na lideran�a de uma coaliz�o internacional, para derrubar o grupo radical, que se recusava a entregar o l�der da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, ap�s os atentados de 11 de setembro.

Na pista do aeroporto, os l�deres taleban se comprometeram com a prote��o do pa�s, a reabertura r�pida do aeroporto e a concess�o de anistia a antigos advers�rios. "Felicita��es ao Afeganist�o (...) Esta vit�ria pertence a todos n�s", declarou Zabihullah Mujahid, porta-voz dos islamitas, no aeroporto de Cabul, que foi controlado at� segunda-feira (30) pelas for�as americanas.

"Esta � uma grande li��o para outros invasores e para nossas futuras gera��es.Tamb�m � uma li��o para o mundo", disse Mujahid. "� um dia hist�rico, um momento hist�rico e estamos muito orgulhosos", completou.

"O Afeganist�o est� finalmente livre", disse Hekmatullah Wasiq, um oficial taleban, � Associated Press na pista. "Os lados militar e civil (do aeroporto) est�o conosco e sob nosso controle. Esperamos anunciar nosso governo em breve. Tudo pac�fico. Tudo seguro", disse. Wasiq tamb�m instou as pessoas a voltarem ao trabalho e reiterou o compromisso dos taleban de oferecer uma anistia geral.

Postos de controle liberados

Na manh� desta ter�a-feira, os taleban retiraram quase todos os postos de controle no caminho para o aeroporto - apenas um foi mantido. Nas estradas, os combatentes n�o escondiam a alegria ao cumprimentar os motoristas.

As imagens dos l�deres taleban caminhando vitoriosos pelos hangares do aeroporto, escoltados por milicianos armados que exibiam a bandeira branca do movimento, enquanto posavam para c�meras, ao lado dos helic�pteros destru�dos pelos americanos antes da retirada do pa�s, resumem de maneira perfeita o novo cap�tulo que come�a no pa�s.

Desde que assumiram o poder, os taleban se esfor�am para apresentar uma imagem conciliadora e aberta. Eles prometeram n�o aplicar repres�lias contra as pessoas que trabalharam para o governo anterior. "Queremos boas rela��es com os Estados Unidos e o mundo", garantiu Zabihullah Mujahid nesta ter�a-feira.

Os taleban tamb�m informaram que pretendiam anunciar nos pr�ximos dias a forma��o de um novo governo ap�s a conclus�o da retirada militar americana.

Gosto amargo

Ap�s duas semanas de retiradas precipitadas e em alguns momentos ca�ticas, o �ltimo avi�o de transporte militar C-17 decolou do aeroporto na segunda-feira pouco antes da meia-noite em Cabul (16h29 de Bras�lia), anunciou em Washington o general Kenneth McKenzie, que dirige o Comando Central dos Estados Unidos.

Uma imagem registrada pelo Pent�gono com lente de vis�o noturna mostra o general Chris Donahue, o �ltimo militar dos EUA a embarcar a bordo do voo final de retirada dos americanos para fora de Cabul. A retirada americana foi conclu�da 24 horas antes da data-limite estabelecida pelo presidente Joe Biden, para quem este dia tem um gosto amargo.

Embora o objetivo de neutralizar Bin Laden tenha sido concretizado em 2 de maio de 2011, quando as for�as especiais americanas mataram no Paquist�o o l�der da Al-Qaeda, as tropas dos Estados Unidos permaneceram no Afeganist�o, sobretudo para formar um ex�rcito afeg�o que rapidamente desapareceu diante do avan�o do Taleban.

No total, os Estados Unidos registraram 2.500 mortes e uma conta de 2,3 trilh�es de d�lares em 20 anos de guerra, de acordo com um estudo da Brown University.

Al�m disso, o pa�s deixa o Afeganist�o com uma imagem abalada por sua incapacidade de prever a rapidez da vit�ria dos taleban e pela maneira como a retirada foi organizada.

Desde 14 de agosto e durante 18 dias, avi�es dos Estados Unidos e de pa�ses aliados retiraram quase 123.000 pessoas do Afeganist�o, segundo o Pent�gono. Entre as pessoas que fugiram estavam cidad�os de pa�ses ocidentais, mas tamb�m milhares de afeg�os que trabalhavam para pa�ses e organiza��es estrangeiras ou que por sua profiss�o ou maneira de viver seriam alvos dos taleban.

Na segunda-feira, os militares americanos admitiram que n�o conseguiram retirar todas as pessoas que desejavam, um fracasso que foi criticado pela oposi��o republicana. Biden "abandonou americanos � merc� dos terroristas", disse o l�der dos republicanos na C�mara de Representantes, Kevin McCarthy.

A grande opera��o de retirada a partir do aeroporto de Cabul foi manchada de sangue em 26 de agosto com o atentado suicida reivindicado pelo grupo extremista Estado Isl�mico de Khorasan (ISIS-K), que deixou mais de 100 mortos, incluindo 13 soldados americanos.

Grande inimigo do Taleban, o ISIS-K pode prosseguir como uma amea�a e executar novos ataques no pa�s. No �ltimo domingo, o Pent�gono afirmou que evitou um atentado com carro-bomba da filial do Estado Isl�mico contra o aeroporto ao destruir, com um drone, um ve�culo que estaria lotado de explosivos.

Medo de recuo

O governo dos Estados Unidos seguir� "ajudando" todos os compatriotas que desejam sair do Afeganist�o, afirmou na segunda-feira o secret�rio de Estado, Antony Blinken, e "trabalhar�o" com os taleban caso cumpram seus compromissos. "Os taleban querem legitimidade e apoio internacional. Nossa mensagem � que a legitimidade e o apoio precisam ser merecidos", completou.

Entre 100 e 200 americanos ainda estariam no Afeganist�o, segundo Blinken, que anunciou a transfer�ncia para Doha das atividades diplom�ticas e consulares de Cabul.

O movimento islamista herda um pa�s devastado, apesar dos bilh�es de d�lares investidos pelos Estados Unidos, e com uma pobreza extrema, a seca e a amea�a jihadista.

Al�m disso, os novos governantes tamb�m ter�o que enfrentar os receios de grande parte da popula��o, que teme um novo regime fundamentalista como o imposto entre 1996 e 2001, tristemente c�lebre pelo tratamento reservado �s mulheres, a proibi��o das liberdade b�sicas e a brutalidade de seu sistema judicial. "Depois de fazer a jihad durante os �ltimos 20 anos, agora temos o direito de dirigir o pr�ximo governo. Mas continuamos comprometidos com a forma��o de um governo representativo", insistiu Mujahid. (Com ag�ncias internacionais).


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