'A pandemia estimulou a criatividade', afirma diretor do Festival de Veneza

O diretor do Festival Internacional de Cinema de Veneza, Alberto Barbera, acredita que a edi��o deste ano ser� extraordin�ria, com in�meros filmes de alta qualidade, pois est� certo de que "a pandemia estimulou a criatividade dos realizadores".

Em entrevista � AFP, Barbera, que abre nesta quarta-feira (1�) a 78� edi��o da mostra, confessa que este tem sido um ano particular, n�o tanto pela pandemia, mas pela alta qualidade das obras submetidas. "A sele��o n�o foi f�cil, muitos filmes n�o aparecem por quest�o de espa�o, e n�o pela qualidade do mesmo", contou.

"O que mais me surpreendeu positivamente foi que a qualidade dos filmes � muito elevada este ano (...) � como se as dif�ceis condi��es em que os filmes foram rodados tivessem servido de est�mulo � criatividade dos realizadores", apontou. "Muitos filmes desses diretores est�o entre os melhores que eles j� fizeram. Ser� uma das melhores edi��es dos �ltimos anos", anuncia.

Este ano, ser�o exibidos filmes de 59 pa�ses, dos quais 21 ir�o concorrer ao cobi�ado Le�o de Ouro. Entre eles est�o os �ltimos trabalhos de diretores da dimens�o do espanhol Pedro Almod�var, a neozelandesa Jane Campion, o italiano Paolo Sorrentino e o chileno Pablo Larra�n, que disputar�o na se��o oficial.

"O cinema vive uma esp�cie de renascimento produtivo e econ�mico, compar�vel aos anos dourados das d�cadas de 1950 e 1960", explicou.

- Uma mostra 'quase normal' -

Apesar de uma programa��o particularmente rica, o festival ser� realizado sob condi��es especiais, mais uma vez blindado devido � pandemia, como aconteceu no ano passado.

"Optamos pelas mesmas medidas de seguran�a do ano anterior e exigimos tamb�m o chamado passaporte verde, o certificado anticovid ou fazemos testes em quem n�o foi vacinado. O Festival, portanto, ser� seguro, contar� com mais jornalistas credenciados e mais espectadores. As delega��es de quase todos os filmes selecionados desfilar�o no tapete vermelho. Ser� um Festival quase normal", disse Barbera.

O cr�tico de cinema italiano abre nesta quarta-feira a edi��o de 2021 com o longa de Almod�var, um sucesso, e que j� � presen�a certa no Festival de Cannes, na Fran�a.

"Digamos que flertamos h� anos. Ele n�o vinha a Veneza desde 1998, 23 anos atr�s. H� tr�s anos demos a ele o Le�o por sua trajet�ria, e o p�blico veneziano o recebeu de forma t�o calorosa e apaixonada que ele ficou pasmo. Prometeu apresentar seu novo filme em Veneza e manteve a promessa", contou.

Al�m de diretores reconhecidos, Barbera selecionou pela primeira vez quatro filmes da Am�rica Latina para a competi��o oficial, um recorde, e uma confirma��o da boa sa�de do cinema nessa regi�o. "Muitos pa�ses latino-americanos que n�o t�m tradi��o cinematogr�fica come�aram a investir no cinema. Est�o nascendo novos diretores, novos talentos, muito talentosos, que contam hist�rias do seu pr�prio pa�s e de sua pr�pria cultura. S�o muito originais", garantiu.

"Eles t�m a possibilidade de viajar pelo mundo gra�as aos festivais. Acredito que seus filmes chegar�o �s salas de cinema e, principalmente, �s plataformas, porque esse ser� o futuro para todos. � a maneira de atingir um p�blico que antes era dif�cil de conquistar", concluiu.