"Quero me concentrar nos esfor�os para combater o coronav�rus e � por isso que n�o vou concorrer �s elei��es" para liderar o Partido Liberal Democrata (LDP), declarou Suga � imprensa, ap�s uma reuni�o com os l�deres de sua legenda pol�tica, que det�m o poder no pa�s.
"Percebi que n�o poderia fazer as duas coisas": lutar contra a pandemia e pela reelei��o no PLD, disse Suga. "Tive de escolher", explicou.
"Honestamente, estou surpreso", reagiu Toshihiro Nikai, n�mero dois do partido. "� realmente lament�vel, mas ele fez o que acreditava ser melhor, ap�s uma longa reflex�o", acrescentou.
O vencedor das elei��es internas do PLD, marcadas para 29 de setembro, vai liderar o partido nas elei��es legislativas previstas para este outono boreal (primavera no Brasil).
Como o PLD (direita nacionalista) n�o tem outra sigla que o ofusque no pa�s, seu novo l�der se tornar� quase que automaticamente primeiro-ministro.
A decis�o de Suga lembra as tomadas por outros chefes de governo anteriores, em um pa�s em que a instabilidade parece quase cr�nica. O complicado calend�rio eleitoral do Jap�o e as incessantes lutas de poder dentro dos partidos fizeram com que, desde a Segunda Guerra Mundial, apenas cinco primeiros-ministros tenham passado mais de cinco anos no cargo.
- Impopular -
Suga, de 72 anos, era considerado o favorito para liderar o partido, embora seu governo seja muito impopular de acordo com as �ltimas pesquisas.
No final de agosto, tinha apenas 26% de opini�es positivas, de acordo com sondagem do jornal Mainichi, um m�nimo recorde.
A popularidade de Suga tamb�m despencou, em paralelo � de sua sigla, devido �s decis�es tomadas na gest�o da pandemia da covid-19, que continua a se espalhar pelo Jap�o. Desde junho, o pa�s registrou n�meros muito elevados de infec��es, chegando a 20 mil novos casos por dia.
O governo demorou a implementar uma campanha geral de vacina��o e decretou estado de emerg�ncia em v�rias ocasi�es. Este dispositivo, que se baseia principalmente em recomenda��es, cujo cumprimento n�o � obrigat�rio, parece cada vez menos eficaz na conten��o das infec��es e come�a a gerar enorme indigna��o na popula��o.
Suga tamb�m � muito impopular por sua determina��o em manter os Jogos Ol�mpicos e Paraol�mpicos deste ano a qualquer custo, apesar de a maioria da popula��o se opor � sua realiza��o.
"Para os representantes do PLD � um al�vio n�o ter que fazer campanha nas legislaturas com um candidato t�o impopular como primeiro-ministro", disse Tomoaki Iwai, professor de ci�ncia pol�tica da Universidade Nihon, em T�quio.
Suga "nunca deu verdadeiramente uma impress�o de compet�ncia ou de empatia" com as pessoas durante a crise sanit�ria, acrescentou Corey Wallace, professor da Universidade de Kanagawa (sudoeste de T�quio), especialista em pol�tica japonesa e rela��es internacionais.
- Candidatos -
Fumio Kishida, ex-ministro das Rela��es Exteriores de 64 anos, que j� havia demonstrado interesse em concorrer � lideran�a do partido, agora se tornou o "favorito", porque � "moderado e experiente", segundo Iwai.
H� outros pesos-pesados do partido, mais populares entre os eleitores, como o ministro da Reforma Administrativa e da Vacina��o, Taro Kono, ou o ex-ministro da Defesa Shigeru Ishiba, que tamb�m podem ser candidatos.
Suga assumiu o cargo de primeiro-ministro em setembro de 2020, ap�s a ren�ncia inesperada de Shinzo Abe por motivos de sa�de.
Suga encarnava a experi�ncia, o pragmatismo e a continuidade em rela��o ao seu antecessor, de quem era seu bra�o direito. Por isso, no in�cio de seu mandato, sua popularidade era invej�vel.
Filho de um fruticultor e de uma professora, Suga foi criado na zona rural de Akita, no norte do Jap�o, e pagou seus estudos trabalhando em uma f�brica depois de se mudar para T�quio.
Ganhou sua primeira elei��o em 1987, quando se tornou membro do C�mara Municipal de Yokohama, nos arredores de T�quio, e ingressou no Parlamento em 1996.
Em seus meses no poder, Suga manteve a pol�tica de impulso econ�mico de seu antecessor, quis ser mais ambicioso em quest�es ambientais e preservou as linhas de sua diplomacia, sempre baseada na estreita alian�a com os Estados Unidos e na desconfian�a em rela��o � China.
T�QUIO