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Estado de Minas TRAFICANTE

Como ajudei a matar Pablo Escobar

Agente de intelig�ncia do departamento americano de combate �s drogas conta ao programa 'Witness History' da BBC como os EUA ajudaram a rastrear narcotraficante foragido em 1993.


03/09/2021 11:28 - atualizado 03/09/2021 12:02

Pablo Escobar, o traficante de drogas colombiano que j� foi um dos homens mais ricos do mundo, foi morto a tiros pela pol�cia em dezembro de 1993.

Na ocasi�o, ele era um dos homens mais procurados do mundo — e estava fugindo das autoridades havia mais de um ano.

Elizabeth Zilli, que trabalhava na �poca para a DEA (Drug Enforcement Administration), a ag�ncia americana de combate �s drogas, foi uma das pessoas que ajudou a rastrear e encontrar Escobar na Col�mbia.


"Ele era muito inteligente. Intimidava as pessoas que trabalhavam para ele. Voc� n�o consegue chegar � posi��o de poder dele sem ser muito inteligente", disse Zilli ao programa de r�dio Witness History da BBC, em que ela contou como a pol�cia colombiana conseguiu, com a ajuda dos EUA, chegar at� ele.

Pablo Escobar saiu da pobreza para se tornar um dos homens mais ricos do mundo. Fundador do cartel de Medell�n, ele faturava bilh�es com tr�fico de drogas da Col�mbia para os Estados Unidos e a Europa.

Ele saiu da pobreza para se tornar um dos homens mais ricos do mundo. Fundador do cartel de Medell�n, ele faturava bilh�es com tr�fico de drogas da Col�mbia para os Estados Unidos e a Europa.

A Col�mbia havia se tornado o maior produtor de coca�na do mundo. Dizia-se que para cada pessoa que cheirava coca�na nos Estados Unidos, quatro em cada cinco carreiras da droga eram provenientes do cartel de Escobar.


Pablo Escobar era o narcotraficante mais rico e perigoso do mundo
Pablo Escobar era o narcotraficante mais rico e perigoso do mundo (foto: Getty Images)

Zilli fazia parte de um esfor�o do governo americano para monitorar e acabar com o tr�fico de drogas.

Ela trabalhou em duas ocasi�es em solo colombiano — a primeira vez nos anos 1970 e depois no fim dos anos 1980, reunindo intelig�ncia de informantes nos centros dos cart�is de drogas em Medell�n, Cali e Cartagena.

"Cada informante tinha de duas a tr�s pessoas para rastrear. Eles iam e voltavam com informa��es."

"Eu sa�a para encontrar meus informantes em Barranquilla, em Cartagena. Eu ia at� l� com dinheiro para pag�-los, e os interrogava", revela.

"Nada � insignificante quando voc� est� reunindo intelig�ncia. O menor detalhe pode ser importante, tudo que tenha a ver com a pessoa com quem voc� est� preocupado — as roupas que usa, onde vai comer, beber, quem s�o seus amigos", explica Zilli � BBC.

Quando n�o estava lidando com informantes, ela estava em busca de planta��es de coca e maconha na selva colombiana.

"Fizemos muitos sobrevoos de helic�ptero, em busca de planta��es de coca, planta��es de maconha. Isso tinha que ser feito de helic�ptero. Eu amava", relata.

Pablo Escobar revolucionou o fornecimento de drogas. Ele montou os chamados megalaborat�rios para fabricar coca�na em escala industrial na Col�mbia, de onde a droga era posteriormente transportada para os EUA.

Estima-se que ele ganhava meio bilh�o de d�lares por semana — n�o � � toa que em 1989 foi apontado como o s�timo homem mais rico do mundo.

Os bilh�es de d�lares que ele acumulou fomentaram a corrup��o do Ex�rcito, da pol�cia e do governo colombianos, � medida que ele subornava as autoridades para expandir seu imp�rio.

De acordo com Zilli, quando ela voltou a servir em solo colombiano, no fim dos anos 1980, a situa��o havia mudado, assim como os crimes praticados.

"No in�cio, havia principalmente crimes de rua e invas�o de casas. Isso foi pr� Pablo. Mas depois que nosso amigo se tornou o que se tornou, ficou muito pior. Virou estado de s�tio."

"Uma noite, uma bomba explodiu em uma pizzaria bem embaixo do meu pr�dio e praticamente me jogou para fora da cama", relembra.

Escobar lan�ava m�o de uma express�o simples para lidar com obst�culos ao seu neg�cio: plata ou plomo , que pode ser traduzida como "dinheiro ou chumbo". Ou seja, se ele n�o conseguisse subornar algu�m, o mataria.

Estima-se que 5 mil assassinatos estejam ligados ao narcotraficante.

A execu��o de Luis Carlos Gal�n, ent�o candidato � presid�ncia da Col�mbia, em agosto de 1989, foi um divisor de �guas.

Ele havia prometido extraditar os bar�es do tr�fico para os EUA se ganhasse a elei��o. E foi esta proposta que levou ao seu assassinato.

Em resposta, o cerco ao tr�fico de drogas apertou — dando in�cio a um per�odo de extrema viol�ncia no pa�s.

Os narcotraficantes chegaram a colocar bombas em escrit�rios de partidos pol�ticos e a amea�ar atacar ju�zes, empres�rios e l�deres sindicais.

Em 1991, Escobar se entregou �s autoridades colombianas — sob a condi��o de cumprir pena no pa�s, em vez de ser extraditado para os Estados Unidos.

A negocia��o previa tamb�m que ele constru�sse sua pr�pria pris�o, que ficou conhecida como La Catedral .

Era um rancho de luxo, nas colinas de Medell�n — e n�o uma pris�o comum administrada pelo governo.

"Era muito confort�vel. Ele tinha mulheres l� e todas as coisas materiais que um homem gostaria de ter: muita bebida, companhia e divers�o", afirma Zilli.

O jornal americano The New York Times publicou � �poca que a instala��o contava com colch�o de �gua, videocassete, bar, refrigerador, TV de 60 polegadas, banheira e at� lareira. Havia tamb�m um gin�sio e um campo de futebol.

Escobar teria continuado a administrar seu imp�rio de drogas de dentro desta pris�o de luxo.

Mas, em 1992, ele decidiu que j� tinha passado tempo suficiente ali.

"Quando Pablo saiu, perd�o, eu n�o deveria dizer 'saiu', escapou, o estado de s�tio realmente come�ou", conta Zilli.

Teve in�cio ent�o a ca�ada a Pablo Escobar — e com ela, uma s�rie de rumores sobre seu paradeiro.

"Primeiro disseram que ele estava na Espanha. Depois, que ele estava na Argentina", ela recorda.

"� muito interessante porque disseram a mesma coisa sobre El Chapo Guzm�n (traficante mexicano). (Mas) esses traficantes de drogas nunca v�o embora. Eles querem ficar em sua zona de conforto. El Chapo nunca saiu de Culiac�n (no M�xico). Pablo nunca saiu de Medell�n."

Durante a ca�ada ao narcotraficante, o DEA compartilhava a intelig�ncia que recebia com as autoridades colombianas.

"Informantes nos disseram que ele, Pablo, atravessava as planta��es � noite, tentando encontrar um lugar para dormir."

"Ele n�o tinha acesso f�cil a todo o seu dinheiro — e � incr�vel como, no caso de traficantes de drogas, seus amigos v�o sumindo. Ele estava passando por um momento dif�cil."

Em 2 de dezembro de 1993, uma equipe da pol�cia em busca do narcotraficante teve sorte.

"Quando a pol�cia colombiana realmente come�ou a procur�-lo, foi absolutamente fascinante. N�s os est�vamos ajudando, mas eles estavam fazendo muito por conta pr�pria."

"Uma coisa com a qual ajudamos eles em Medell�n foi com a triangula��o do telefone (de Escobar)", diz Zilli.

A tecnologia permitiu que os colombianos rastreassem o narcotraficante, localizando onde estava seu aparelho quando ele fazia as liga��es. E isso se provou vital para os agentes em solo.

"Um dia, cinco deles estavam em um carro, vestidos de forma bem casual, sem uniforme, dirigindo pelas ruas de Medell�n, e receberam um sinal no dispositivo."

"Eles olharam para o alto, na janela, e l� estava Pablo, no parapeito, conversando (pelo telefone) com o filho."

Pablo Escobar tentou escapar pelo telhado, onde foi morto a tiros pela pol�cia colombiana.

"Em meia hora, estava tudo acabado. N�o houve muito tiroteio. Mas Pablo estava morto", diz Zilli.

"O chef�o da nossa ag�ncia correu para o corredor, nenhum de n�s sabia de tudo isso ainda, e ele disse tr�s palavras: 'N�s o pegamos'. E foi assim que ficamos sabendo. "

Ou�a aqui a �ntegra da entrevista de Elizabeth Zilli ao Witness (em ingl�s)

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