
A manifesta��o, impens�vel durante o governo do Emirado Isl�mico do Afeganist�o (regime talib�, entre 1996 e 2001), mobilizou pelo menos 50 mulheres. Com cartazes e gritando palavras de ordem, elas se reuniram diante do Pal�cio Presidencial e do pr�dio do Minist�rio da Defesa, em Cabul, no 6º Distrito. "Eles s�o violentos e sabem apenas como matar pessoas. Fomos amea�adas de morte. Disseram-nos que f�ssemos para casa ou atirariam contra n�s", lamentou Razia, que n�o se intimida com a viol�ncia. A afeg� faz quest�o de se apresentar como ativista dos direitos das mulheres e feminista.
Pelo menos quatro manifestantes ficaram gravemente feridas - uma delas, Narjes, foi chicoteada na cabe�a pelo Talib� e amea�ada de morte. "O protesto come�ou �s 9h (1h30 em Bras�lia, desse s�bado). Nosso objetivo foi exigir que as mulheres tenham direito ao trabalho e � vida social", explicou. "N�s n�o queremos ser transformadas em escravas. N�s estudamos e todas somos ativistas sociais", acrescentou.
Ela acredita que protestos similares nas prov�ncias de Herat e de Nimroz levar�o as mulheres afeg�s a lutar. "N�s j� estamos lutando. O Talib� n�o tem respeito algum pelas mulheres, mas estamos lutando para sobreviver", desabafou Razia.

A ativista teme que os talib�s comecem a executar manifestantes nos pr�ximos dias. "Na quinta-feira, duas professoras foram assassinadas por eles na cidade de Herat. Os talib�s apedrejar�o todas as afeg�s ativistas e educadas. Algumas ser�o colocadas sob pris�o domiciliar", prev�. Razia pede � comunidade internacional para que se simpatize com a causa das mulheres do Afeganist�o. "N�s n�o temos nenhum simpatizante, nem mesmo um governo que nos apoie", lamentou. "Pedimos ao mundo para que n�o reconhe�a o governo do Talib�."
