Mohammed e seus supostos c�mplices, Amar al-Baluchi, Walid bin Atash, Ramzi bin al-Shibh e Mustafa al-Hawsawi, compareceram ao tribunal na base naval dos Estados Unidos na Ba�a de Guant�namo, Cuba, para a retomada do processo, ap�s uma pausa de 18 meses provocada pela pandemia de covid-19.
Mas o novo magistrado militar no caso, o coronel da For�a A�rea Matthew McCall, encerrou a sess�o depois de apenas duas horas e meia por quest�es processuais relacionadas � sua nomea��o.
E a decis�o de um tribunal de apela��o militar, que apoia a destrui��o de um local clandestino da CIA onde alguns dos r�us podem ter sido torturados antes de chegar a Guant�namo, retornou o caso � sua quest�o central: as pessoas que foram submetidas � tortura met�dica podem ser julgadas com justi�a com o devido processo prometido pela lei americana?
Os cinco acusados, que est�o detidos na pris�o militar americana h� quase 15 anos, podem ser condenados � pena de morte por acusa��es de assassinato e terrorismo no tribunal de crimes de guerra.
- Turbante, kufiya e t�nica -
A audi�ncia desta ter�a-feira, a primeira desde fevereiro de 2020, aconteceu no "Camp Justice", o quartel-general das comiss�es militares no topo de uma colina na base naval americana na Ba�a de Guant�namo.
Mohamed entrou em um tribunal repleto de promotores, tradutores e equipes de defesa. Cada um dos acusados foi escoltado por militares.
Entre o p�blico, atr�s de uma espessa prote��o de vidro, estavam parentes das 2.976 pessoas que morreram nos ataques de 2001, quando quatro avi�es sequestrados colidiram com o World Trade Center, em Nova York, o Pent�gono, em Washington, e um terreno na Pensilv�nia.
Mohamed usava um turbante azul e uma m�scara que ele removeu, revelando sua longa barba. Ele conversou entusiasmadamente com Bin Attash enquanto examinava uma pilha de documentos.
Bin Atash, que supostamente ajudou a planejar os ataques de 11 de setembro, usava uma kufiya rosa e uma jaqueta camuflada bege, e caminhava lentamente com a pr�tese que substitui a perna que perdeu em um tiroteio no Afeganist�o em 1996.
Al-Shibh, membro da chamada "c�lula de sequestradores de Hamburgo", tamb�m vestia uma jaqueta camuflada cor de areia sobre as cal�as de algod�o branco, aparentemente para relembrar seus dias como membro da rede jihadista Al-Qaeda.
Baluchi, tamb�m conhecido como Ali Abdul Aziz Ali e sobrinho de Mohamed, exibia uma barba preta curta sob a m�scara e usava uma vestimenta sindhi de sua terra natal, Baluchist�o, no Paquist�o, junto com um colete tradicional sobre seu manto branco. Ele � acusado de manejar transfer�ncias de dinheiro para os ataques.
O quinto r�u, Hawsawi, que trabalhava com Baluchi, entrou com uma t�nica Thobe branca de estilo saudita. Ele tamb�m carregava um travesseiro que colocou na cadeira hospitalar reservada para ele, devido a danos retais que, segundo seus advogados, sofreu em interrogat�rios abusivos da CIA.
- Destrui��o de provas -
O processo � presidido por um novo juiz militar, o coronel da For�a A�rea Matthew McCall, o oitavo do caso.
McCall, o oitavo juiz militar a presidir o caso, come�ou perguntando aos r�us se eles entenderam as diretrizes para a audi�ncia. "Sim", cada um respondeu, alguns em ingl�s e outros em seus pr�prios idiomas.
Em seguida, detalhou os protocolos impostos pela pandemia de covid-19 e pediu o uso cont�nuo de m�scara durante o julgamento, embora tenha sido ignorado por Mohamed e outras pessoas. Segundo a defesa, praticamente todos os suspeitos foram vacinados contra o v�rus.
A defesa dos r�us, que busca desacreditar a maioria das provas da acusa��o devido � tortura sofrida pelos cinco r�us enquanto estavam sob cust�dia da CIA entre 2002 e 2006, se mostrou ansiosa pela retomada do processo.
Mas uma quest�o ligada � nomea��o de McCall colocou empecilhos na continua��o.
McCall foi nomeado no ano passado, mas descobriu-se que ele ainda n�o tinha os dois anos de experi�ncia como juiz militar necess�rios para presidir o caso de 11 de setembro. Ele finalmente se qualificou para o caso no m�s passado, mas, enquanto isso, outro juiz foi nomeado para supervisionar temporariamente o processo.
James Connell, advogado de Baluchi, disse que o juiz aprovou, com o apoio do Departamento de Defesa, a destrui��o de um dos locais da CIA supostamente usados para torturar detentos de 11 de setembro, prova essencial segundo a defesa.
Connell apelou, mas o tribunal de apela��es do sistema de justi�a militar decidiu nesta ter�a-feira a favor da destrui��o.
"A destrui��o intencional de provas tira da defesa, e realmente do povo americano, informa��es sobre o que realmente aconteceu", disse ele.
GUANTANAMO BAY