
Segundo Wasiq, esporte feminino � "algo
inapropriado
e
desnecess�rio
". Ele falou especificamente sobre o
cr�quete
, que � muito praticado naquela regi�o da �sia.
"Eu acho que n�o ser� permitido �s mulheres jogar cr�quete, porque n�o � necess�rio que as mulheres joguem cr�quete. No cr�quete, elas podem estar em situa��es em que o
rosto
e o
corpo
delas
n�o estejam cobertos
, e o
Isl� n�o permite
que elas sejam vistas dessa forma", afirmou ele.
"Essa � a era da m�dia, haver� fotos e v�deos de mulheres praticando esportes, e as pessoas poder�o assistir. O Isl� e o
Emirado Isl�mico
[a forma como o Taleban se refere ao pr�prio regime] n�o permitem que as mulheres joguem cr�quete ou os esportes em que elas ficam
expostas
", afirmou ele, segundo o jornal The Guardian.
Mulheres esportistas, incluindo jogadoras de cr�quete, est�o
escondidas
no Afeganist�o desde que o Taleban assumiu o poder em meio a uma retirada precipitada de for�as estrangeiras liderada pelos EUA no m�s passado, com algumas mulheres relatando amea�as de viol�ncia de combatentes do Taleban se forem flagradas jogando.
A proibi��o da pr�tica de esportes surge em meio a evid�ncias crescentes de que a atitude do Taleban em rela��o �s mulheres n�o ficou mais moderada desde a �ltima vez que ocuparam o poder, apesar das afirma��es do grupo em contr�rio.
Um novo
governo interino
do Taleban formado exclusivamente por membros leais come�ou formalmente a trabalhar na quarta-feira, com linha-dura estabelecida em todos os cargos-chave e nenhuma mulher - apesar das promessas anteriores de formar um governo inclusivo.
A declara��o cuidadosamente redigida observou que o gabinete foi provis�rio, mas disse que o Taleban manter� sua promessa de dar passagem segura a cidad�os estrangeiros e afeg�os, com documentos de viagem adequados, e garantir que o solo afeg�o n�o seja usado como base para prejudicar outro estado . "O mundo est� observando de perto", disse o comunicado.
O Departamento de Estado dos EUA expressou preocupa��o de que o novo gabinete inclu�sse apenas o Taleban, nenhuma mulher e personalidades com hist�ricos preocupantes, mas disse que o novo governo seria julgado por suas a��es.

Nesta quarta-feira, a Uni�o Europeia disse que o grupo extremista n�o cumpriu o pacto de incluir grupos diferentes na forma��o do governo. A Uni�o Europeia reclamou principalmente da falta de diversidade �tnica e religiosa.
O bloco havia estabelecido cinco condi��es para ter uma rela��o com o Taleban, enre elas estava a de formar um governo de transi��o inclusivo e representativo.
Alemanha, China e Jap�o tamb�m demonstraram preocupa��o ao governo provis�rio do Taleban no Afeganist�o, ap�s a tomada rel�mpago de Cabul por militantes isl�micos no m�s passado.
O ministro das Rela��es Exteriores alem�o, Heiko Maas, acrescentou que a composi��o encorajou pouco otimismo de que o Taleban tenha mudado. "O an�ncio de um governo de transi��o sem a participa��o de outros grupos e a viol�ncia de ter�a-feira contra manifestantes e jornalistas em Cabul n�o s�o sinais que d�o motivos para otimismo", disse ele.
No dia 4 de setembro houve um protesto pelos direitos das mulheres em Cabul, a capital do pa�s. Naquela ocasi�o, as mulheres afirmam que o Taleban as atingiu com g�s lacrimog�neo e spray de pimenta enquanto tentavam caminhar de uma ponte at� o pal�cio presidencial.
Houve outros protestos semelhantes em Cabul e tamb�m em Herat, a terceira maior cidade do Afeganist�o. As mulheres reivindicavam o direito de trabalhar e serem inclu�das no governo.
O Taleban tamb�m determinou regras para que as mulheres possam frequentar as universidades: as estudantes afeg�s ter�o que usar uma abaya (um vestido longo usado pelas mu�ulmanas) preta e um v�u, o niqab, que cobre o rosto deixando apenas os olhos � mostra.
As aulas n�o ser�o mistas, segundo um decreto publicado pelo novo regime taleban.
Al�m disso, as mulheres inscritas nestes estabelecimentos ter�o que sair da sala cinco minutos antes dos estudantes homens e aguardar, em salas de espera, at� que eles deixem o local, de acordo com o decreto que tem data de s�bado, 4, e foi publicado pelo Minist�rio do Educa��o superior.
As universidades ter�o tamb�m que "recrutar professoras para as estudantes", ou tentar contratar "professores idosos" cuja "moralidade tenha sido testada".
A quest�o dos direitos das mulheres deve dominar a forma como o regime � julgado pela comunidade internacional, com a postura sobre o esporte feminino e o governo exclusivamente masculino dando sinais de alerta amea�adores.
Embora uma declara��o divulgada para acompanhar o an�ncio do novo gabinete tenha procurado dissipar os temores dos vizinhos do Afeganist�o e do resto do mundo, as mulheres - ao contr�rio das minorias - n�o foram mencionadas nenhuma vez em suas tr�s p�ginas. (Com Ag�ncias)