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Estado de Minas VENEZA

O grito de dor do cinema latino-americano em Veneza


08/09/2021 15:27

Como um grito de dor, o cinema latino-americano denuncia injusti�as, racismo, classismo e escravid�o moderna no Festival de Veneza, com cenas realistas que surpreender os espectadores.

"Essa hist�ria � agoniante", diz, ainda impressionada, a cineasta italiana Silvana Sari, 65 anos, ap�s assistir � exibi��o do filme brasileiro "7 Prisioneiros", na rec�m-criada premia��o Horizonte Extra.

Dirigido pelo americano-brasileiro Alexandre Moratto, 33 anos, autor do aclamado "S�crates", o filme narra com efici�ncia e ritmo o terr�vel fen�meno do tr�fico de pessoas e da escravid�o a que est�o submetidos os trabalhadores, como ocorre no filme do venezuelano Lorenzo Vigas, "La Caja", sobre maquiadoras no M�xico, que disputa na competi��o oficial.

Produzido pela Netflix, o filme de Moratto, com Rodrigo Santoro no elenco, mostra o mundo que se esconde em algumas f�bricas ou armaz�ns de uma gigantesca metr�pole como S�o Paulo, onde centenas de pessoas s�o submetidas � escravid�o, longe de suas fam�lias.

"A beleza deste filme est� na dire��o perfeita, na interpreta��o intensa de seus atores (alguns deles em sua primeira experi�ncia), na crueza do tema e, principalmente, na capacidade de mostrar o problema sob diferentes perspectivas, sem apontar o dedo contra algu�m ", escreveu o jornal Today sobre o festival.

- "V�tima e algoz, parte de uma mesma hist�ria" -

O filme mostra como os algozes s�o tamb�m v�timas e como as v�timas se tornam algozes, n�o existem "mocinhos" ou "bandidos", todos fazem parte de uma engrenagem perversa e de um sistema que os obrigam a enfrentar este dilema para para sobreviver.

"No filme, como na vida, tudo tem um pre�o", resumiu Moratto em encontro com o p�blico, ap�s dizer que passou muitas semanas com equipes das Na��es Unidas que trabalham com imigrantes sem documentos, quando ouviu seus depoimentos, incluindo o de um boliviano que foi escravo durante 16 meses, "uma hist�ria que n�o pude esquecer", confessou.

"Aqui n�o h� vencedores. V�tima e algoz fazem parte da mesma hist�ria", reconheceu o ator Rodrigo Santoro, no papel de Luca, o homem que mant�m seus trabalhadores presos e os obriga a extrair cobre dos cabos e separar os metais dos lixos em troca de um banho.

Com a participa��o de cerca de 16 filmes nas diferentes sess�es do festival, incluindo quatro na competi��o oficial, o cinema latino-americano tem mostrado que vive um bom momento e que consegue surpreender o espectador com o presente.

Fiel � tradi��o do cinema pol�tico e de den�ncia, uma nova gera��o de cineastas, entre eles o mexicano Joaqu�n del Paso, 35 anos, com "El hoyo en la cerca" (O buraco na cerca), aborda a quest�o da educa��o no M�xico, seu racismo e classismo, para retratar as f�rias de um grupo de adolescentes de uma elite implac�vel, assim como seus pr�prios professores cat�licos.

"� tudo baseado em eventos reais", disse o diretor, que foi educado em um col�gio ultraconservador da Opus Dei e agora lidera um grupo de cineastas independentes de v�rios continentes, o Coletivo Amondo Films.


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