Apresentada pelos grupos ind�genas, esta mo��o foi aprovada por "100%", declarou Mamadou Diallo, membro da presid�ncia da assembleia durante os debates, sob uma salva de palmas dos presentes, conforme transmiss�o ao vivo do evento de Marselha (Fran�a).
A mo��o pede aos Estados-membros da UICN que se comprometam a "proteger, conservar e administrar de forma sustent�vel pelo menos 80% da Amaz�nia at� 2025, em colabora��o com e reconhecendo a lideran�a dos povos ind�genas na Amaz�nia, garantindo seu consentimento livre, pr�vio e informado".
As resolu��es da UICN n�o s�o juridicamente vinculantes para os Estados-membros, mas servem, em geral, para orientar as pol�ticas ambientais.
Com a aus�ncia de v�rios membros, alguns participantes solicitaram, em car�ter urgente, uma vota��o "o-line". Esta modalidade n�o est� prevista nos estatutos da UICN.
Nove pa�ses e territ�rios compartilham a bacia amaz�nica, considerada uma das �reas do planeta com maior biodiversidade.
Esta mo��o foi a primeira e grande entrada dos grupos ind�genas nos debates da UICN. Na discuss�o final, seus votos s�o agrupados junto com os das ONGs. Mo��es aprovadas viram resolu��es.
Nesta assembleia em Marselha, os ind�genas passaram a ter sua pr�pria categoria de membros, depois de terem participado durante d�cadas como organiza��es n�o governamentais.
Fundada em 1948, a UICN � uma organiza��o pouco comum, com Estados, ONGs e agora povos ind�genas em p� de igualdade.
Na mo��o, a UICN lamenta "a morte de milhares de ind�genas e de seus l�deres na Amaz�nia durante a pandemia, assim como a dos defensores assassinados deliberadamente, enquanto protegiam seus territ�rios".
O texto lembra ainda que, em 2020, a Amaz�nia perdeu pelo menos 2,3 milh�es de hectares, devido ao desmatamento, "o que significa um aumento de 17% em rela��o a 2019".
A mo��o tamb�m pede aos "Estados e ag�ncias governamentais membros da UICN na Amaz�nia" que "reconhe�am plenamente e delimitem todas as terras e territ�rios ancestrais pertencentes aos povos ind�genas".
Al�m da prote��o da Amaz�nia, v�rios outros temas mobilizam mo��es neste congresso de Marselha, incluindo quase 30 consideradas urgentes.
Entre elas, o uso de biologia sint�tica; uma mo��o de urg�ncia sobre o aumento do risco de propaga��o da zoonose, devido � perda de biodiversidade; duas mo��es relacionadas com as negocia��es internacionais para estabelecer um novo marco mundial para a prote��o da natureza; mudan�a clim�tica; e uma mo��o a favor de uma "morat�ria sobre a minera��o no fundo do mar".
PARIS