Ap�s 13 meses de espera, o pa�s anunciou na sexta-feira (10) a forma��o de um novo governo liderado por Najib Mikati, um dos homens mais ricos do pa�s, que j� foi primeiro-ministro duas vezes.
A nova equipe de 24 ministros, cuja forma��o era condi��o para a obten��o de ajuda internacional, surgiu ap�s longas negocia��es entre os partidos no poder, amplamente desacreditados pela popula��o.
A manchete de hoje do jornal Al-Akhbar, pr�ximo ao partido xiita Hezbollah, era: "O governo da confian�a (quase) imposs�vel".
Os receios expressos nos meios de comunica��o, nas redes sociais e por alguns especialistas referem-se, em particular, � capacidade do novo governo de recuperar uma economia colapsada e ao seu espa�o de manobra em termos de reformas.
Muitos se perguntam que mudan�as essa equipe, eleita pelos "bar�es" dos v�rios grupos que dirigem o pa�s h� d�cadas e cujas pol�ticas clientelistas e supostamente corruptas causaram o colapso econ�mico, poder� trazer.
- Os mesmos "cozinheiros" -
"O governo (...) do nitrato, da esterilidade pol�tica e da corrup��o", resumiu um usu�rio do Facebook, referindo-se � grande explos�o em agosto de 2020 no porto de Beirute, causada pelo armazenamento de grandes quantidades de nitrato de am�nio sem medidas preventivas.
Essa explos�o - que matou mais de 200 pessoas, feriu milhares e devastou bairros inteiros da capital - � considerada consequ�ncia do descaso da classe dominante.
Poucos dias depois, o governo liderado por Hassan Diab renunciou diante do clamor geral.
"S�o os mesmos cozinheiros que formaram o governo. S�o capazes de fornecer uma nova comida? O verdadeiro temor � que n�o possam produzir nada novo", estima o pesquisador Sami Nader.
At� porque, como o jornal L'Orient-Le Jour aponta em sua capa, a tarefa do governo � "herc�lea".
A crise econ�mica sem precedentes que o pa�s atravessa desde 2019 n�o para de se agravar. O Banco Mundial a classifica como uma das piores do mundo desde 1850.
Com uma infla��o galopante e demiss�es em massa, 78% da popula��o libanesa agora vive abaixo da linha da pobreza, de acordo com a ONU.
Al�m disso, o pa�s est� �s escuras h� v�rios meses, com apag�es de at� 22 horas por dia, bem como uma queda livre da moeda local, restri��es banc�rias sem precedentes, elimina��o progressiva de subs�dios e escassez de combust�vel e medicamentos.
- "Medidas urgentes" -
Embora a chegada ao governo de algumas personalidades, como Firas Abiad, diretor do hospital p�blico Rafic Hariri e respons�vel pela luta contra a covid-19, ao minist�rio da Sa�de, tenha sido bem recebida por alguns, as d�vidas persistem.
"Quando um pa�s est� entre os tr�s primeiros em termos de gravidade da crise econ�mica da hist�ria contempor�nea do mundo, n�o nomeia um ministro do Turismo, nem um ministro da Juventude e Esportes (...) mas sim doze especialistas econ�micos e financeiros independentes para trabalhar 24 horas por dia na crise", estimou a ativista e especialista em pol�ticas p�blicas Sara el-Yafi nas redes sociais.
Entre os desafios mais urgentes est� a conclus�o de um acordo com o Fundo Monet�rio Internacional (FMI), cujas negocia��es est�o suspensas desde julho de 2020.
Para a comunidade internacional, este � um passo essencial para desbloquear mais ajuda.
V�rios pa�ses expressaram na sexta-feira a necessidade de a��o imediata e Washington pediu "medidas urgentes (...) para atender �s necessidades urgentes e aspira��es leg�timas do povo liban�s".
BEIRUTE