"Ouvimos, esperamos e trabalhamos duro, e agora podemos dizer: conseguimos!", Declarou St�re, o prov�vel pr�ximo primeiro-ministro, para aclama��o de seus partid�rios.
Espera-se que os cinco partidos da oposi��o obtenham 104 dos 169 assentos do "Storting", o Parlamento unicameral noruegu�s, suficientes para desbancar a coaliz�o de direita da conservadora Erna Solberg, segundo as proje��es.
Com 89 assentos at� o momento, o Partido Trabalhista de St�re obteria inclusive a maioria absoluta com seus principais aliados, o partido de centro e a esquerda socialista, sem precisar das outras for�as da oposi��o, os ecologistas do MDG e os comunistas do R�dt.
"A Noruega enviou uma mensagem clara: as elei��es mostram que o povo noruegu�s deseja uma sociedade mais equitativa", declarou St�re, um milion�rio de 61 anos que fez campanha contra a desigualdade social.
- Virada para a esquerda no norte -
Um recorde de mais de 1,6 milh�o de noruegueses, o que representa 42,3% do eleitorado, recorreu ao voto antecipado, que come�ou um dia antes nas principais cidades.
Com o resultado noruegu�s, os cinco pa�ses n�rdicos, basti�es da social-democracia, ser�o mais uma vez liderados pela esquerda.
"O trabalho do partido conservador no governo acabou desta vez", disse Solberg, que governou o pa�s escandinavo desde 2013, um recorde para a direita.
"Felicito Jonas Gahr St�re que, neste momento, parece ter uma clara maioria para mudar o governo".
O "alerta vermelho para a humanidade" divulgado no in�cio de agosto pelos especialistas do Painel Intergovernamental de Mudan�as Clim�ticas da ONU (IPCC, na sigla em ingl�s) colocou o aquecimento global no centro da campanha eleitoral e obrigou o pa�s a refletir sobre o destino das atividades petrol�feras que deixaram a na��o muito rica.
- Petr�leo -
O relat�rio encoraja aqueles que, da esquerda e, em menor medida, da direita, querem se livrar do petr�leo.
O MDG pede o fim imediato das prospec��es petrol�feras, e o fim da explora��o de petr�leo, at� 2035. Este ultimato foi rejeitado por St�re, formado em Ci�ncia Pol�tica em Paris e ministro do governo de Jens Stoltenberg entre 2005 e 2013.
Assim como os conservadores, o Partido Trabalhista - a outra grande for�a do pa�s - descarta desistir dos lucros do petr�leo e defende uma retirada gradual.
Na Noruega, o setor de petr�leo representa 14% do Produto Interno Bruto (PIB), mais de 40% das exporta��es e 160 mil empregos diretos.
"A demanda por petr�leo est� em decl�nio. Isso acontece por si s�, pela lei do mercado. N�o deve ser decretado (...), mas sim construir pontes para atividades futuras", disse � AFP o chefe de energia do Partido Trabalhista, Espen Barth Eide.
Os conservadores noruegueses passaram oito anos no poder, um recorde, em meio a m�ltiplas crises - de migrantes � queda dos pre�os do petr�leo e a pandemia da covid-19.
"Quero uma sociedade mais justa com oportunidades para todos, em que nos esforcemos para colocar todos para trabalhar. Essa � a prioridade n�mero um", disse St�re na segunda-feira, tamb�m pedindo uma "pol�tica clim�tica justa".
"Vamos levar todo o tempo necess�rio para falar com as outras partes", frisou, poucos minutos antes da publica��o das proje��es.
A popular primeira-ministra Solberg prejudicou sua imagem ao quebrar suas pr�prias regras de distanciamento social durante a celebra��o de seu 60� anivers�rio em mar�o, um passo em falso que tamb�m lhe custou uma multa pesada.
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Oposi��o de esquerda volta ao poder na Noruega
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