De cor bege e datado de entre 2140 e 1976 a.C., o tecido funer�rio repousa desde 1929 nas cole��es do Museu do Louvre, em Paris.
Uma equipe de cientistas do Instituto de Pesquisa Dupuy de L�me (IRDL), da Universit� Bretagne Sud, submeteu-o a toda uma bateria de testes para comparar sua resist�ncia e a conserva��o de sua estrutura com as de um tecido de linho moderno.
Os pesquisadores ficaram "muito surpresos, quando observaram propriedades semelhantes da fibra ap�s quatro mil anos de envelhecimento, e quase nenhuma diferen�a em seu desempenho mec�nico", disse � AFP Alain Bourmaud, engenheiro de pesquisa do IRDL e principal autor do estudo.
A observa��o das fibras pelos meios mais modernos, do microsc�pio eletr�nico � tomografia (t�cnica de exame de tecidos) por raios X, passando por resson�ncia magn�tica nuclear, confirmou o "know-how" dos antigos eg�pcios.
Eles sabiam extrair a fibra do linho de uma forma que possibilitava a obten��o de fios "de grande finura, muito dif�cil de reproduzir mesmo com os meios atuais", segundo o pesquisador.
Mas, apesar de sua durabilidade, os fabricantes ainda temem que a fibra sofra com a passagem dos anos.
"Atrav�s do estudo do envelhecimento dessas fibras antigas, queremos aprender li��es para desenvolver materiais mais eficientes", explicou Bourmaud.
A fibra de linho j� � encontrada em um grande n�mero de materiais comp�sitos para os setores automotivo, n�utico, ou aeroespacial.
"No seu carro, provavelmente, voc� tem fibras de linho, misturadas com pol�meros, no porta-malas e nas portas, mas tamb�m nas pe�as injetadas", segundo Bourmaud.
H� um forte argumento a favor de seu uso. A fibra de linho tem desempenho equivalente ao da fibra de vidro, muito utilizada na ind�stria, mas � muito mais leve.
E este � um "argumento forte que interessa aos utilizadores de materiais comp�sitos", afirma Bourmaud, acrescentando que sua capacidade de amortecimento � maior que as fibras de vidro, ou de carbono.
O estudo do tecido mortu�rio eg�pcio tamb�m revelou pontos fracos, que a equipe do IRDL pretende explorar mais, com testes de ruptura em particular.
Para isso, recuperaram min�sculas amostras de outros tecidos, dos quais os mais antigos t�m 5.000 anos. E esperam estudar outros com a colabora��o do Instituto Franc�s de Arqueologia Oriental, no Cairo.
PARIS