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Estado de Minas SANTIAGO

Chile discute quarto saque de fundos de pens�o


14/09/2021 14:34

Gabriel Guzm�n tem 27 anos e, como milhares de jovens trabalhadores, cruza os dedos para que o Congresso chileno aprove uma quarta retirada antecipada dos fundos de pens�o, uma op��o que surgiu na pandemia, mas que alimenta a infla��o.

"Concordo em fazer meu quarto saque porque hoje o dinheiro vale mais na minha m�o, porque posso investi-lo", diz Guzm�n, que se formou em economia em 2019, falando em Cerrillos, uma localidade do oeste de Santiago.

Desde setembro de 2020 e em meio � pandemia do coronav�rus, o Congresso aprovou tr�s saques de at� 10% dos recursos em contas individuais nas administradoras privadas de fundos de pens�o, entidades criticadas pelos chilenos por pagarem pens�es baixas.

Os trabalhadores sacaram um total de 50 bilh�es de d�lares, segundo a Superintend�ncia de Pens�es.

"Todos os economistas consideram indesej�vel, porque se trata de uma retirada de dinheiro guardado para a velhice", lamenta o economista V�ctor Salas, da Universidade de Santiago, em entrevista � AFP.

Cinco milh�es de pessoas, de 11 milh�es de afiliados, j� ficaram sem fundos nessas administradoras institu�das h� 40 anos na ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Boa parte da atual expans�o econ�mica se deve ao forte aumento do consumo, gra�as aos saques e ajudas governamentais �s fam�lias, que no segundo semestre alcan�aram 16 dos 19 milh�es de habitantes.

A indigna��o com o sistema de pens�es foi uma das causas do violento dist�rbio social de 2019, uma mobiliza��o que desencadeou um processo constituinte.

No Chile, existe um clamor pela mudan�a do sistema previdenci�rio, mas por enquanto n�o existe um modelo para substitu�-lo.

A quarta retirada est� em discuss�o no Congresso depois que o Banco Central elevou a taxa b�sica de juros para conter a infla��o que amea�a ultrapassar a meta anual de 4%.

O debate se d� em meio a alertas de que a economia corre o risco de "superaquecer" por conta do excesso de liquidez, em raz�o dos saques e das ajudas p�blicas, que hoje chegam a 3 bilh�es de d�lares por m�s.

"H� um contorno de superaquecimento que pode ser visto nos n�meros da infla��o, que est�o em alta, mas acima de tudo h� um potencial de superaquecimento dif�cil de estimar e que � importante", explica o economista Guillermo Larra�n, ex-superintendente de Previd�ncia e de Valores e Seguros.

"N�o h� raz�o macroecon�mica para proceder ao quarto saque. Tampouco h� motivo previdenci�rio [...]. O que orienta isso � um motivo bastante pol�tico", aponta o doutor em economia e professor da Universidade do Chile.

O governo conservador de Sebasti�n Pi�era se op�s �s retiradas, mas n�o conseguiu impedi-las nem mesmo com os parlamentares de sua coaliz�o.

Em ano eleitoral, � impopular para um parlamentar que busca a reelei��o votar contra a libera��o de fundos. As elei��es presidenciais e legislativas ser�o em 21 de novembro.

Ap�s a pandemia, os saques e aux�lios favoreceram uma reativa��o precoce e a economia chilena cresceria este ano at� 11,5% em rela��o a 2020, segundo o Banco Central.

Boa parte dos fundos retirados foi colocada em dep�sitos banc�rios, mas "se as pessoas decidirem gastar esse dinheiro, ent�o pode haver um problema de demanda excessiva", alerta Larra�n.

Mas as explica��es n�o convencem os jovens trabalhadores. "� confort�vel dizer 'n�o concordo', quando se come todos os dias, quando se pode trabalha", sustenta Guzm�n.

"Quando se vive mal no presente, o futuro pouco importa. Entre estar ruim hoje e estar pior amanh�, prefere-se estar bem hoje", conclui.


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