Central sindical uruguaia promove manifesta��o contra governo Lacalle Pou

Milhares de pessoas se manifestaram nesta quarta-feira (15) no centro de Montevid�u, em um dia de greve geral convocada pela central dos trabalhadores uruguaios para exigir empregos e melhores sal�rios, entre outros pontos de uma vasta plataforma que aponta contra o governo de centro-direita de Luis Lacalle Pou.

"Vamos ter que pedir para aumentar a Avenida Libertador, porque ela ficou pequena para n�s. Aqui est� o povo", disse Marcelo Abdala, secret�rio-geral da central sindical PIT-CNT, aos milhares que lotaram v�rios quarteir�es dessa via central da capital que leva ao Pal�cio Legislativo, sede do Parlamento uruguaio.

Em uma longa lista de demandas, o PIT-CNT reivindica empregos e melhores sal�rios, em meio � queda do poder de compra dos uruguaios.

Os sindicatos tamb�m rejeitam o aumento das tarifas p�blicas e proclamam a soberania do Porto de Montevid�u, ap�s o governo estender por 50 anos a concess�o a uma empresa belga para operar o terminal de cont�ineres.

Tamb�m pedem a revoga��o de 135 dos 476 artigos da Lei de Urgente Considera��o (LUC), iniciativa do governo muito questionada pelo opositor Frente Ampla (FA, esquerda) e sobre o qual est� sendo promovido um referendo.

Questionado sobre os protestos, o presidente Lacalle Pou afirmou que se trata de "uma greve claramente pol�tica", em particular porque se coloca "contra a LUC" e o governo.

O presidente do PIT-CNT, Fernando Pereira, retrucou que o presidente "tem raz�o" e acrescentou: "� uma greve pol�tica, assim como todas as greves da hist�ria do movimento sindical". No entanto, garantiu que n�o se trata de um ato partid�rio.

No meio da tarde, a central ainda n�o havia divulgado os percentuais de cumprimento da paralisa��o geral.

Setores como sa�de e educa��o suspenderam a maior parte de suas atividades, enquanto as empresas de transporte aderiram, mas n�o pararam para facilitar a mobilidade dos manifestantes. O movimento do com�rcio em Montevid�u foi praticamente o habitual.

Esta � a terceira greve geral do PIT-CNT, que re�ne quase todos os sindicatos de trabalhadores uruguaios, desde que Lacalle Pou chegou ao poder, em 1� de mar�o de 2020, pelas m�os de uma coaliz�o de cinco partidos liderada pelo Partido Nacional (PN, centro-direita).

A central se op�e ao governo, citando uma queda nos sal�rios reais, um aumento da pobreza e a perda de empregos.

Por�m, 56% dos uruguaios aprovam a gest�o de Lacalle Pou, segundo levantamento da consultoria Cifra divulgado na semana passada.

Embora o valor implique uma diminui��o de 10 pontos no �ltimo ano, o percentual continua alto, em particular devido � gest�o bem-sucedida da pandemia de covid-19.