Uma investiga��o independente publicada nesta quinta-feira (16) concluiu que Georgieva esteve entre os respons�veis da organiza��o que pressionaram seu pessoal para que modificasse informa��es para favorecer a China na edi��o de 2017 do relat�rio anual "Doing Business", a principal publica��o do BM.
O ex-economista-chefe do Banco Mundial naquela �poca, o ganhador do Nobel de Economia Paul Romer, criticou Georgieva por tentar "encobrir" e "fazer vista grossa" em algumas quest�es que lhe preocupavam sobre o relat�rio, at� que finalmente decidiu renunciar em 2018, ap�s tornar p�blicas as suas inquieta��es.
Em entrevista � AFP, Romer afirmou que os pa�ses-membros do FMI "ter�o que tomar uma decis�o sobre se est�o confort�veis com ela e se ela seguir� no cargo". "Acho que eles devem pensar sobre suas op��es", frisou.
Nesse sentido, os Estados Unidos ser�o cruciais para definir o futuro da economista b�lgara na organiza��o, j� que Washington tem a maior participa��o de voto no Fundo Monet�rio Internacional.
"Essas descobertas s�o muito s�rias", afirmou o Departamento do Tesouro em comunicado. "Nossa principal responsabilidade � defender a integridade das institui��es financeiras internacionais", acrescentou.
Georgieva, por sua vez, questionou as conclus�es da investiga��o independente conduzida pelo escrit�rio de advogados WilmerHale, que foi encarregada pela diretoria do Banco Mundial, analisou milhares de documentos e entrevistou mais de 30 funcion�rios e ex-colaboradores da organiza��o.
Al�m disso, ela mesma informou ao Conselho Executivo do FMI sobre a situa��o e negou as acusa��es. No entanto, segundo a agenda da reuni�o do Conselho marcada para hoje, n�o havia qualquer men��o ao relat�rio.
Os resultados da investiga��o j� v�m causando barulho nos Estados Unidos, pois eles ajudam a alimentar as cr�ticas da oposi��o republicana em torno das organiza��es multilaterais, especialmente quando diz respeito ao envolvimento da China.
Alguns legisladores do partido, como o representante de Arkansas, French Hill, j� levantaram quest�es sobre a atua��o de Georgieva.
Se as acusa��es procedem, "o Conselho do FMI deveria avaliar de imediato" a perman�ncia de Georgieva no cargo, escreveu Hill em comunicado.
- "Uma acusa��o bastante contundente" -
� luz da investiga��o, o Banco Mundial eliminou o ranking do relat�rio "Doing Business", que classificava os pa�ses em fun��o de suas regulamenta��es comerciais e reformas econ�micas, e fazia com os governos competissem por um lugar mais alto para atrair investimentos.
A investiga��o descobriu que Georgieva e Simeon Djankov, o ex-ministro de Finan�as da Bulg�ria que criou o informe, al�m de Jim Yong Kim, ent�o presidente do Banco Mundial, teriam pressionado os funcion�rios do banco a mudar o c�lculo de classifica��o da China para evitar problemas com Pequim.
Isso teria acontecido no mesmo per�odo em que os dirigentes do Banco Mundial estavam envolvidos em negocia��es delicadas com Pequim sobre o capital de empr�stimo do banco.
O FMI, por sua vez, tem sua pr�pria s�rie de relat�rios sobre as economias nacionais, que poderiam ser questionados ap�s as acusa��es contra Georgieva.
Nesse sentido, o legislador French Hill pediu � secret�ria do Tesouro americana, Janet Yellen, que informe o Congresso americano sobre a situa��o e encontre formas de "garantir a integridade estrita e transparente dos dados em relat�rios e avalia��es do Banco Mundial e do FMI".
Outro legislador republicano, Andy Barr, do Kentucky, tamb�m pediu ao Departamento do Tesouro que investigue as "descobertas explosivas" da investiga��o e classificou a alegada participa��o de Georgieva na manipula��o de dados em benef�cio da China como "alarmante".
Georgieva compareceu hoje a uma reuni�o do FMI sem fazer coment�rios sobre a pol�mica. Est� previsto que ela tamb�m esteja presente na Assembleia Geral das Na��es Unidas na pr�xima semana.
WASHINGTON