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Estado de Minas KIGALI

Her�i do filme "Hotel Ruanda" � condenado a 25 anos de pris�o por terrorismo


20/09/2021 13:45 - atualizado 20/09/2021 13:49

Paul Rusesabagina, cuja hist�ria inspirou o filme "Hotel Ruanda" e que se tornou um cr�tico ferrenho do regime do presidente Paul Kagame, foi condenado nesta segunda-feira (20) a 25 anos de pris�o por "terrorismo", ao final de um julgamento classificado como "pol�tico" por seus simpatizantes.

A promotoria havia exigido uma pena equivalente � pris�o perp�tua, mas a ju�za Beatrice Mukamurenzi destacou que a pena de Rusesabagina "deveria ser reduzida para 25 anos", por ser a primeira contra ele.

"O tribunal conclui que o papel de Rusesabagina na cria��o da FLN, fornecendo fundos aos rebeldes e comprando m�dia para os rebeldes constitui crime de terrorismo", Mukamurenzi, um dos tr�s magistrados da corte de Kigali, havia dito pouco antes.

"Ele fundou uma organiza��o terrorista e contribuiu financeiramente para atividades terroristas", acrescentou.

Foi detido em condi��es controversas em Kigali, em agosto de 2020. E, de de fevereiro a julho deste ano, este ferrenho opositor de Kagame foi julgado com outras 20 pessoas, por nove acusa��es, incluindo terrorismo.

Em 2017, Rusesabagina participou da funda��o do Movimento de Ruanda pela Mudan�a Diplom�tica (MRCD), do qual a FLN � considerada o bra�o armado. Sempre negou, no entanto, qualquer envolvimento nos ataques.

- "Um espet�culo" -

Nem o r�u, que pode apelar da decis�o, nem seus advogados estavam presentes durante a leitura do veredicto. Eles boicotaram as audi�ncias a partir de mar�o, quando denunciaram um processo "pol�tico", poss�vel apenas por seu sequestro organizado pelas autoridades ruandesas. Tamb�m denunciaram o tratamento humilhante durante sua deten��o.

Sua fam�lia e seus simpatizantes afirmam que o julgamento � "um espet�culo montado pelo governo de Ruanda para silenciar um cr�tico e impedir qualquer dissid�ncia futura".

Carine Kanimba, filha do r�u interrogada na B�lgica pela AFP, acusou o presidente Paul Kagame de ter "decidido" a senten�a de seu pai, o que "n�o a surpreende", j� que ele havia sequestrado seu pai, e disse diante de sua televis�o que tinha "m�os manchadas de sangue".

A B�lgica, onde Rusesabagina residiu, expressou preocupa��o com este processo em v�rias ocasi�es.

Ap�s a senten�a, o executivo belga afirmou que o acusado n�o beneficiou de um "julgamento justo ou equitativo; nomeadamente no que diz respeito aos direitos de defesa", nas palavras da ministra de Rela��es Exteriores, Sophie Wilm�s.

Os Estados Unidos, que concederam a Rusesabagina a Medalha Presidencial da Liberdade em 2005, o Parlamento Europeu e a B�lgica expressaram preocupa��es com a legitimidade do julgamento.

Em uma entrevista recente, o presidente de Ruanda respondeu �s cr�ticas e declarou que Rusesabagina "seria julgado da maneira mais justa poss�vel".

Este processo "n�o tem nada a ver com o filme, ou seu status de celebridade. Trata das vidas perdidas dos ruandeses por suas a��es e pelas organiza��es, �s quais pertencia, ou dirigia", afirmou Kagame.

Rusesabgina acusa o presidente de autoritarismo e de promover o sentimento anti-hutu.

Desde 1996, viveu exilado nos Estados Unidos e na B�lgica, onde obteve a nacionalidade do pa�s europeu, at� ser detido em Kigali em 2020, quando viajava de avi�o para o Burundi.

O governo de Ruanda admitiu ter "facilitado a viagem" a Kigali, mas afirmou que a pris�o foi "legal" e que "seus direitos nunca foram violados".

No julgamento, que durou cinco meses, testemunhos contradit�rios sobre seu papel foram registrados.

Um porta-voz da FLN afirmou que Rusesabgina "n�o deu ordens aos combatentes" do grupo rebelde. Outro r�u alegou que ordens procediam do ex-gerente de hotel.

Sua notoriedade em Hollywood provocou cr�ticas. Alguns sobreviventes do Hotel Mille Collines reprovam-no, em particular, por se aproveitar de sua desgra�a e at� mesmo por destacar seu papel no resgate de mais de mil pessoas.

Ele usou sua fama para dar resson�ncia global �s suas posi��es cada vez mais virulentas contra Kagame, o que provocou ataques de partid�rios do governo.


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