O assunto estar� na boca de todos os membros da Confer�ncia Geral Anual da Ag�ncia Internacional de Energia At�mica (AIEA), a ag�ncia de supervis�o da ONU, aberta nesta segunda-feira (20) em Viena.
Enquanto Teer� insiste na natureza pac�fica de suas atividades, a recente escalada nuclear preocupa os especialistas, em um momento em que as negocia��es diplom�ticas est�o paralisadas.
- Quais limites Teer� ultrapassou?
Nos termos do acordo conclu�do em Viena em 2015 com as grandes pot�ncias (Estados Unidos, Alemanha, Fran�a, Reino Unido, China e R�ssia), o Ir� concordou em limitar o n�vel de enriquecimento de ur�nio a 3,67% para um limite de 202,8 quilos (ou 300 quilos equivalente de UF6).
O processo consiste em aumentar a propor��o de is�topos f�sseis no ur�nio, principalmente nas centr�fugas.
O ur�nio natural, extra�do do solo, � composto por 99,3% de ur�nio 238, n�o fission�vel. A parte f�ssil, o ur�nio 235, constitui apenas 0,7%.
Enriquecido entre 3% e 5%, esse ur�nio � usado para abastecer usinas nucleares para a produ��o de eletricidade.
Mas, em resposta � decis�o de 2018 do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, de se retirar deste texto, o Ir� gradualmente se libertou de seus compromissos.
O pa�s passou a ultrapassar o limite autorizado, enriquecendo a 5%. De acordo com o �ltimo relat�rio da AIEA, no final de agosto havia acumulado 2.441,3 quilos de ur�nio desse tipo, ou seja, 12 vezes o limite autorizado.
No in�cio deste ano, o Ir� elevou o n�vel para 20%, o que, em tese, possibilita a produ��o de is�topos m�dicos, usados principalmente no diagn�stico de alguns tipos de c�ncer. Seu estoque enriquecido a essa porcentagem agora � de 84 kg.
Em abril, a Rep�blica Isl�mica ultrapassou o limite sem precedentes de 60% e produziu 10 kg, se aproximando dos 90% necess�rios para fazer uma bomba.
O Ir� desenvolveu ur�nio met�lico pela primeira vez, "sob um pretexto civil, embora seja um material fundamental para a fabrica��o de uma arma at�mica", disse � AFP Andrea Stricker, co-autora de um relat�rio recente do Instituto de Ci�ncia e Seguran�a Internacional de Washington.
- O Ir� tem material suficiente para fabricar uma bomba?
A quantidade autorizada pelo acordo � determinada pelo resultado de um c�lculo para definir o "breakout time", ou seja, o tempo que teoricamente � necess�rio para o Ir� obter o material destinado a uma bomba nuclear. Esse prazo era de aproximadamente um ano.
Com os �ltimos avan�os tecnol�gicos, agora � "muito menos", sublinha um diplomata a par do assunto, para quem "n�o � complicado do ponto de vista t�cnico" passar de 60% para 90%.
O Ir�, portanto, "avan�ou 99% do caminho" para atingir uma taxa de enriquecimento de 60%, na opini�o dos especialistas, "o que mostra a gravidade da situa��o", segundo Stricker.
O regime iraniano sempre negou querer se equipar com a bomba at�mica.
"O Ir� n�o reconstituiu um estoque de ur�nio t�o grande quanto antes do acordo de 2015", continua o especialista, que pede "para n�o ceder � histeria".
- Quais s�o os outros par�metros?
Mesmo se puder reunir material suficiente para uma bomba, "teria que convert�-lo e un�-lo a explosivos e outros componentes", diz Eric Brewer, um especialista em prolifera��o nuclear do Centro de Estudos Estrat�gicos e Internacionais (CSIS).
Etapas adicionais s�o necess�rias "para adaptar a arma a um m�ssil e operar o dispositivo corretamente", acrescenta Brewer.
Embora seu acesso tenha sido limitado desde a entrada em vigor de uma nova lei iraniana em fevereiro, a AIEA inspeciona regularmente as principais usinas do pa�s, em particular o complexo de enriquecimento de Natanz (centro).
VIENA