Este julgamento representa "a �ltima rodada judicial" para um "veterano do terrorismo" e "um velho conhecido da Justi�a francesa", nas palavras do jornal Le Parisien e sobre quem j� pesam duas pris�es perp�tuas por outros crimes.
Sua chegada ao banco dos r�us nesta quarta comprovou a experi�ncia diante dos tribunais desta figura da luta armada "anti-imperialista" dos anos 1970-1980 e na pris�o na Fran�a desde sua deten��o em 1994 no Sud�o.
O homem de 71 anos, vestido com jaqueta escura e com a m�scara debaixo do nariz, cumprimentou sorridente seus advogados e outros conhecidos na sala. Nas m�os, o acusado levava um livro sobre ele mesmo.
Quando o presidente do tribunal pediu que confirmasse sua identidade, profiss�o e endere�o, ele respondeu: "Estou de f�rias for�adas h� 27 anos e meio". Tamb�m denunciou a revista de sua roupa por parte dos policiais.
No caso do atentado promovido h� 47 anos no centro de Paris, a Justi�a j� confirmou sua culpa, mas em novembro de 2019 o Tribunal de Cassa��o ordenou a revis�o da pena imposta, uma terceira pris�o perp�tua.
Em apela��o, este ex-membro do Frente Popular para a Liberta��o da Palestina foi declarado culpado dos assassinatos e tentativas de assassinato por "efeito de uma pot�ncia explosiva" e por transportar "um dispositivo explosivo sem motivo leg�timo".
No entanto, o Tribunal de Cassa��o considerou que o transporte da granada era "uma opera��o preliminar necess�ria para cometer os outros crimes" e estimou que ele havia sido condenado duas vezes pelo mesmo fato.
- "Preso pol�tico" -
Depois de criticar uma "arqueologia judicial" neste caso, "um dos mais antigos em julgamento" na Fran�a, sua advogada Isabelle Coutant-Peyre pediu, no primeiro dia do julgamento, a anula��o da acusa��o de transporte de artefato explosivo.
No entanto, seguindo a opini�o do promotor e ap�s um recesso, o presidente do tribunal rejeitou a demanda, ao defender que os fatos j� foram julgados e agora deve-se estabelecer a pena, com base no contexto da infra��o e de sua personalidade.
Para isso, os sete magistrados come�aram a interrogar as testemunhas. Um psiquiatra que o examinou em 2013 e em 2021 afirmou que o acuasdo n�o apresenta nenhum tipo de transtorno mental e que se apresenta como um "preso pol�tico em um ambiente hostil".
O jornalista interrogado defendeu essa ideia e destacou o in�cio de sua atividade na Venezuela, onde nasceu e foi criado em uma fam�lia politizada. "Para afast�-lo dos movimentos revolucion�rios", seus pais decidiram tir�-lo de l�.
Sua companheira no momento do atentado afirmou que ele n�o era uma pessoa violenta. "N�o o via como uma pessoa capaz de fazer isso", disse a mulher de 74 anos, que passou seis meses em pris�o preventiva por esses fatos e que tentou "se esquecer" para poder seguir em frente.
O ataque na Drugstore Publicis aconteceu em 15 de setembro de 1974, na capital francesa. Por volta das 17h10, uma granada em um restaurante localizado no andar de cima explodiu no t�rreo da ent�o popular galeria comercial.
Para a acusa��o, o atentado buscava facilitar a liberta��o de um japon�s detido em Orly, membro do Ex�rcito Vermelho japon�s, um grupo armado de extrema esquerda que, simultaneamente, sequestrou ref�ns na embaixada francesa em Haia.
Na aus�ncia de amostras de DNA e de uma confiss�o, o venezuelano foi condenado por uma s�rie de acusa��es, entre elas o depoimento de um ex-companheiro de armas arrependido, o alem�o Hans-Joachim Klein.
Segundo a investiga��o, a granada usada na Drugstore procedia do mesmo lote roubado de uma base militar na Alemanha, assim como algumas encontradas na casa da amante de Carlos e abandonadas na tomada de ref�ns em Haia.
O julgamento contra Carlos "O Chacal", que negou ter dado uma entrevista em 1979 � revista El Watan Al Arabi na qual reconhecia esta a��o, deve durar at� sexta-feira (24).
Ram�rez S�nchez j� foi condenado duas vezes � pris�o perp�tua por um assassinato triplo em 1975 em Paris e quatro atentados com bomba cometidos na Fran�a em 1982 e 1983 (11 mortos e 191 feridos).
PARIS