(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas PARIS

'Carlos, o Chacal' � condenado � pris�o perp�tua na Fran�a


23/09/2021 16:48 - atualizado 23/09/2021 16:53

A Justi�a francesa condenou, nesta quinta-feira (23), o venezuelano Ilich Ram�rez S�nchez, conhecido como "Carlos, o Chacal", � pris�o perp�tua por um atentado em Paris em 1974, no �ltimo julgamento contra este s�mbolo da luta armada das d�cadas de 1970 e 1980.

Ap�s dois dias de julgamento, o tribunal destacou a "viol�ncia especial" deste atentado realizado para "pressionar o Estado". O condenado, de 71 anos, recebeu o an�ncio da senten�a impass�vel e com um "muito obrigado".

Um tribunal de apela��es confirmou a pris�o perp�tua de Carlos em 2018 por atirar uma granada na galeria comercial Drugstore Publicis em 1974, que deixou dois mortos e 34 feridos.

No entanto, o Tribunal de Cassa��o anulou parcialmente essa senten�a em 2019, embora sem questionar a sua culpabilidade, e ordenou que um novo julgamento fosse realizado unicamente sobre a pena.

Os magistrados seguem assim a opini�o do procurador R�mi Crosson du Cormier, que pediu pris�o perp�tua por este ato de "viol�ncia cega e sem precedentes", que representa o "primeiro atentado indiscriminado" na Fran�a.

Sinal de sua import�ncia, o futuro Museu Memorial do Terrorismo iniciar� sua linha do tempo pelo atentado de 1974 no cora��o de Paris. Previsto para ser erguido ao oeste de Paris, a constru��o deste museu foi anunciada em maio pelo governo franc�s.

Os longos tempos judiciais, criticados pela defesa, fizeram com que o processo desses acontecimentos de 47 anos atr�s coincidisse com o dos atentados jihadistas que deixaram 130 mortos em Paris em novembro de 2015.

- Chamado para a Venezuela -

Enquanto se aguarda um eventual recurso, este terceiro julgamento pelo atentado de 1974 significa que a cortina judicial na Fran�a ser� baixada para este "veterano do terrorismo", nas palavras do jornal Le Parisien.

"Eu o aconselhei a n�o" apelar, disse sua advogada Isabelle Coutant-Peyre, que instou "a Venezuela a pedir ao Estado franc�s sua transfer�ncia". No julgamento, Carlos expressou o desejo de terminar o cumprimento da pena em seu pa�s natal.

Com esta pris�o perp�tua, este homem que se apresenta como um revolucion�rio "profissional", soma tr�s condena��es, ap�s o triplo homic�dio em 1975 em Paris e os quatro atentados a bomba em 1982 e 1983, que deixaram 11 mortos.

Na �ltima apari��o de Carlos, preso na Fran�a desde que foi detido em 1994 em uma opera��o de espionagem francesa no Sud�o, que ele descreve como "sequestro", usava um palet� leve e len�o de bolso.

E, nos recessos, esta figura da luta "anti-imperialista" das d�cadas de 1970 e 1980 n�o hesitou em mandar beijos, rir e conversar com os simpatizantes presentes na sala, que se despediram dele com um "at� logo".

"Estou orgulhoso da minha trajet�ria de revolucion�rio", disse ele em suas �ltimas palavras antes do veredicto, pedindo aos ju�zes que "tomem uma boa decis�o". Em seguida, esquivou-se de novo de assumir a autoria.

- "Evitar" a reincid�ncia -

"Esta posi��o, apesar da sua idade e dos longos anos de deten��o", levou o tribunal a conden�-lo � pena m�xima, para "evitar" qualquer risco de reincid�ncia, argumentaram os magistrados.

O ataque na Drugstore ocorreu em 15 de setembro de 1974 em Paris. Por volta das 17:10, uma granada, posicionada em um restaurante no andar de cima, explodiu o t�rreo da ent�o popular galeria comercial.

Para a promotoria, ele buscava libertar um japon�s detido em Orly, membro do Ex�rcito Vermelho Japon�s, grupo armado de extrema esquerda que havia sequestrado simultaneamente ref�ns na embaixada francesa em Haia.

Esse movimento estava pr�ximo a um bra�o da Frente Popular pela Liberta��o da Palestina (FPLP), da qual Ram�rez S�nchez havia se tornado um de seus bra�os armados na Europa.

Na aus�ncia de amostras de DNA e de uma confiss�o, o venezuelano foi condenado em 2017 por uma s�rie de elementos de acusa��o, incluindo o depoimento de um antigo companheiro de armas, arrependido, o alem�o Hans-Joachim Klein.

Segundo a investiga��o, a granada utilizada prov�m de um lote roubado de uma base militar na Alemanha, assim como de alguns encontrados na casa da amante de Carlos e outras abandonadas na tomada de ref�ns em Haia.

Carlos, que se recusa a reconhecer este ataque e at� nega ter dado uma entrevista em 1979 � revista El Watan Al Arabi na qual confessou, reconhece ter "matado pelo menos 83 pessoas, mas nunca inocentes".


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)