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Estado de Minas PARIS

Denunciar estupros 'n�o me ajudou na vida', admite Asia Argento


23/09/2021 15:10

"Quando falei, foi muito dif�cil": h� quatro anos, a atriz Asia Argento foi uma das primeiras a denunciar o predador sexual Harvey Weinstein. Para a italiana, o movimento #MeToo deve levar � condena��o dos estupradores, sem se tornar uma hashtag da "moda".

"N�o posso dizer que tenha me ajudado muito na vida o que aconteceu comigo h� vinte anos com Weinstein", declarou � AFP a atriz de 46 anos por ocasi�o da publica��o da edi��o em espanhol de seu livro autobiogr�fico, "Anatomia di un cuore selvaggio" (Anatomia de um cora��o selvagem).

A filha do mestre italiano do cinema de terror, Dario Argento, provocou uma onda sem precedentes para al�m do cinema, quando ela denunciou, em 2017, o estupro de que foi v�tima praticado pelo produtor americano em 1997, quando tinha 21 anos.

Os fatos aparecem em seu livro, assim como o pesadelo dos anos que se seguiram.

"Quando falei, foi uma tsunami", continua. "N�o me ajudou, me deixou em um estado de depress�o grave, mas minha consci�ncia me diz que tinha que contar a verdade".

"Quando descobri que v�rias mulheres tinham sofrido o mesmo, (...) que esse cara era um predador 'em s�rie', (...) n�o conseguia parar de ouvir uma voz na minha cabe�a que me dizia: 'Como voc� vai se sentir sabendo disso e n�o dizendo nada, dentro dez anos, se esse cara continuar vivendo sua vida?'", continua.

Meses ap�s sua den�ncia, o ator americano Jimmy Bennet a acusou de t�-lo agredido sexualmente quando ele tinha 17 anos, um caso que foi resolvido mediante um acordo financeiro.

Asia Argento negou a vers�o do ator e prefere n�o falar disso: "S�o coisas que n�o pertencem ao meu presente (...) N�o guardo rancor", afirma.

- "N�o � minha luta" -

A artista se nega a ser "um s�mbolo": "Eu pensava que minha m�e j� tinha feito a luta pela libera��o das mulheres, a libera��o sexual... Estar agora falando da mesma coisa me incomoda um pouco. N�o � minha luta, fiz o que tinha que fazer e n�o me interessa mais".

Quanto ao #MeToo, seu ponto de vista � ambivalente: "� como quando voc� ouve muito uma palavra, perde a sua import�ncia; quando voc� fala muito sobre algo, se torna um tanto hist�rico", critica Argento, falando de um slogan que se tornou "quase uma moda". Mas ela n�o lamenta nada: "N�o � uma derrota porque consegui levar esse cara para a pris�o".

O magnata de Hollywood caiu em desgra�a, acusado de dezenas de estupros e agress�es sexuais, e foi condenado em 2020 a 23 anos de pris�o por um tribunal americano, � espera de outros julgamentos.

"Anatomia di un cuore selvaggio" � o relato de uma vida de trope�os, uma inf�ncia de loucura, livre e dolorosa em Roma, entre um pai artista, que a ignorava, e uma m�e violenta.

Seguem-se depois anos de cria��o: atriz, diretora, m�sica em uma mistura de drogas, amor e desgra�as, como a tr�gica morte de seu companheiro, o chef e apresentador de televis�o de sucesso Anthony Bourdain.

Asia Argento tamb�m fala do estupro sofrido em 2002 das m�os do diretor Rob Cohen, que a teria drogado para abusar dela. Cohen negou as acusa��es ap�s a publica��o do livro na It�lia, em janeiro.

Para "a eterna incompreendida", que rejeita as conven��es burguesas, p�r sua vida no papel foi uma v�lvula de escape: "Quando vomitei tudo [no livro] e o distanciei de mim, o vi como quando se olha um quadro. As pessoas viram o que sou e se reconhecem nessa pintura da minha vida, me sinto menos sozinha".


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