Relat�rio pede novo contrato social para reduzir desigualdades

A covid-19 exacerbou as desigualdades no mundo, atacando os mais pobres e as minorias, alerta um relat�rio do Instituto Pathfinder, da Universidade de Nova York, divulgado nesta quinta-feira (23), que pede um novo contrato social.

A principal prova � que h� 120 milh�es a mais de pessoas vivendo em pobreza extrema e 114 milh�es que perderam o emprego, enquanto nos 18 meses da pandemia a fortuna dos bilion�rios passou de 8 bilh�es para 13 bilh�es de d�lares.

Faiza Shaheen, autora principal do estudo "Da ret�rica � a��o: tornando a igualdade e a inclus�o poss�veis", garante que "cada vez mais pessoas em todo o mundo est�o levantando desesperadamente suas vozes para tentar mudar a situa��o e melhorar suas vidas".

"Do movimento 'Black Lives Matter' aos colombianos que protestam contra os aumentos de impostos, os crescentes clamores por igualdade e justi�a e a lament�vel necessidade de uma nova rela��o entre o Estado e os cidad�os tornou-se estrondosa", ressalta.

O relat�rio Pathfinder, que consiste em uma pesquisa realizada com 17 mil pessoas em oito pa�ses, conclui que 80% dos participantes acreditam que a situa��o continuar� igual ou piorar�, o que vai causar maior "instabilidade, injusti�a e viol�ncia".

As divis�es de renda, identidade, pol�tica ou vacina��o s�o as principais causas das rachaduras na sociedade. "Pessoas em todo o mundo clamam por novas formas de contratos sociais para curar o mundo dividido", dizem os autores.

"A desigualdade e a exclus�o n�o s�o inevit�veis", e cita o exemplo do Botswana e da Irlanda, que alcan�aram per�odos de elevado n�vel de crescimento inclusivo.

Mais habita��o social, melhores sal�rios e maior solidariedade, assim como reformas de institui��es como a pol�cia, a justi�a, o empoderamento da sociedade e o combate � corrup��o s�o as f�rmulas para melhorar a inclus�o.

O estudo pede um esfor�o para aqueles que viram sua renda aumentar durante a pandemia. � citado tamb�m o caso de Serra Leoa, que, ap�s a guerra civil de 2002, perseguiu pol�ticas inclusivas e sociais.

Em contraste, o Brasil registrou um "progresso impressionante" na redu��o da desigualdade, mas "falhou em construir solidariedade e medidas anticorrup��o para sustentar o progresso".

Como solu��o para esse diagn�stico, prop�e uma lista com mais de 20 �reas que os pa�ses podem adaptar �s suas realidades e pede que os pol�ticos resolvam n�o s� as desigualdades sociais, mas de g�nero e minorias, e, acima de tudo, ou�am as preocupa��es das pessoas.

O relat�rio foi divulgado � margem da Assembleia Geral da ONU realizada esta semana em Nova York.