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Estado de Minas PARIS

Carlos, 'O Chacal', o venezuelano que se tornou s�mbolo da luta armada


23/09/2021 17:37

O venezuelano Ilich Ram�rez S�nchez se tornou uma figura emblem�tica da luta armada pr�-palestina com o nome de guerra Carlos, mas meio s�culo depois, sua aura parece se apagar em um mundo que mudou de rumo.

"Estou orgulhoso da minha trajet�ria de revolucion�rio", disse nesta quinta-feira (23) pouco antes de um tribunal conden�-lo � pris�o perp�tua por um atentado cometido em Paris em 1974, sua terceira pena m�xima na Fran�a por a��es cometidas dos anos 70 e 80.

Ele nasceu na Venezuela em 12 de outubro de 1949 em uma fam�lia politizada. Seu pai era um advogado "comunista" e sua m�e, "social-democrata" e "cat�lica, mas n�o fan�tica", explicou durante o processo.

Nomearam Ilich o filho mais velho, que em 1964 se uniu � juventude comunista, e seus irm�os, Lenin e Vladimir, em homenagem ao pol�tico comunista que liderou uma revolu��o na R�ssia que acabou em 1917 com o imp�rio czarista.

Seu destino parecia estar escrito, mas seus pais decidiram que ele fosse � Europa "para afast�-lo dos movimentos revolucion�rios" venezuelanos, segundo o jornalista h�ngaro Laszlo Liszkai, autor de um livro sobre Carlos.

Ap�s estudar em Londres, e seguir para M�xico, Kingston, Bogot�, Miami e fixar resid�ncia em Caracas, acabou em 1968 na universidade Patrice Lumumba de Moscou, onde conheceu seus primeiros amigos palestinos.

- "Ao menos 83" mortos -

De sua temporada na antiga Uni�o Sovi�tica, Carlos lembrou no julgamento que "os professores russos [o] respeitavam muit�ssimo" - "eu era importante na universidade" - e que at� mesmo os servi�os secretos se interessaram por ele.

Ap�s ser expulso da universidade, dois anos depois, passou por um campo de treinamento na Jord�nia e no come�o dos anos 1970 uniu-se � Frente Popular para a Liberta��o da Palestina (FPLP), chefiada por George Habache.

"Eu era muito respeitado" na Jord�nia. No entanto, a FPLP considerou que era "mais �til na Europa", acrescentou o homem, que se vangloriou de ter matado ao longo da vida "pelo menos 83 pessoas, mas nunca inocentes".

Dentro da FPLP, adotou o nome de guerra Carlos, a quem o jornal brit�nico The Guardian adicionou a alcunha "O Chacal". Sua imagem deu volta ao mundo por chefiar opera��es armadas espetaculares na Europa.

Na Fran�a, j� tinha sido condenado pelo atentado em 1974 na galeria comercial Drugstore Publicis, por um triplo homic�dio em 1975 e por quatro atentados a bomba em 1982 e 1983. No total, 16 pessoas morreram e 226 ficaram feridas.

Em 1975, liderou o comando que dirigiu a a��o que fez ref�ns 11 ministros da Organiza��o de Pa�ses Exportadores de Petr�leo (Opep), em Viena, que deixou 3 mortos e que, segundo ele, teria sido encomendada pelo l�der l�bio Muammar Kadhafi.

- Esperado "respeito" -

Sua vida tamb�m o levou a visitar outros pa�ses, como S�ria e Arg�lia. No entanto, tudo parou quando foi detido no Sud�o em 1994 em uma opera��o de agentes da Intelig�ncia francesa, que ele chama at� hoje de "sequestro".

Desde ent�o, passou a vida atr�s das grades na Fran�a, onde viveu os atentados de 11 de setembro de 2001, a populariza��o dos celulares e da internet. Dez de seus 27 anos na pris�o foram em isolamento.

As testemunhas que compareceram no julgamento o descreveram como algu�m que se apresenta como um "preso pol�tico" e que � "contestat�rio", "egoc�ntrico", "sedutor", "manipulador" e com uma forte ideia de "superioridade".

No entanto, um relat�rio da pris�o na qual cumpre pena na Fran�a apontou que seu "capital de simpatia diminui com os anos" e que "n�o tem o respeito que espera" obter, sobretudo dos mais jovens.

Ram�rez S�nchez, criado como ateu, mas convertido ao isl� nos anos 70, tem quatro filhos, embora s� mantenha contato com a mais velha, e teve ao longo da vida v�rias esposas, entre elas sua advogada, Isabelle Coutant-Peyre.

Se n�o recorrer na �ltima senten�a, como recomenda sua advogada, Carlos poderia realizar o sonho de terminar de cumprir sua pena na Venezuela, mas primeiro, como advertiu Coutant-Peyre, Caracas ter� que pedi-lo a Paris.


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