"� uma dissolu��o muito dolorosa", declarou Tsang King-shing, membro da Alian�a de Hong Kong, ap�s a vota��o da dissolu��o.
"O governo usa todos os tipos de leis para for�ar a dissolu��o de grupos da sociedade civil", acrescentou.
O movimento era um dos s�mbolos mais vis�veis do pluralismo pol�tico de Hong Kong e sua queda reflete o aumento do controle de Pequim sobre a ex-col�nia brit�nica.
A dissolu��o da Alian�a de Hong Kong ocorre ap�s a separa��o de cerca de trinta grupos ativistas nos �ltimos meses, incluindo o maior sindicato da cidade e a coaliz�o que organizou as massivas manifesta��es pr�-democracia de 2019.
- "Privar o povo de sua mem�ria" -
Ap�s o an�ncio, os representantes da Alian�a leram uma carta de seu presidente, Lee Cheuk-yan, que est� atr�s das grades.
"Um regime n�o pode privar o povo de sua mem�ria e consci�ncia", escreveu Lee. "As convic��es da Alian�a de Hong Kong ser�o transmitidas aos cora��es dos cidad�os de Hong Kong", garantiu.
A m�dia estatal chinesa e as autoridades pr�-Pequim de Hong Kong h� muito acusam a Alian�a de Hong Kong de ser uma organiza��o subversiva.
No in�cio do m�s, a pol�cia indiciou tr�s de seus membros por subvers�o, um crime contra a seguran�a nacional.
A pol�cia tamb�m ordenou que o grupo apagasse seu site e contas nas redes sociais. As autoridades anunciaram que revogariam seu registro como empresa.
Numa carta escrita da pris�o, um dos l�deres da Alian�a, Chow Hang-tung, exortou os membros a n�o desistirem, mostrando-se contra a sua dissolu��o.
"Espero sempre mostrar as convic��es da Alian�a de Hong Kong para o mundo inteiro e continuar esse movimento que j� dura 32 anos", afirmou em mensagem no Facebook no in�cio da semana.
No entanto, dois outros l�deres presos, Lee Cheuk-yan e Albert Ho, assinaram cartas pedindo que o grupo fosse dissolvido devido ao "contexto social atual".
A Alian�a foi notificada este ano que estava sendo investigada pela unidade de seguran�a nacional, que ordenou a entrega de um grande n�mero de documentos e detalhes sobre seus membros.
Ao contr�rio de muitos grupos opositores que se dissolveram rapidamente ou obedeceram �s exig�ncias da pol�cia, a Alian�a assumiu uma postura mais provocativa.
Muitas de suas principais figuras s�o advogados, que at� argumentaram que o pedido da pol�cia era ilegal.
No final de agosto, a nova pol�cia de seguran�a nacional da cidade enviou notifica��es aos l�deres da Alian�a, acusando-os de serem "agentes de for�as estrangeiras".
- Subvers�o -
Nessas ordens, tamb�m pediram a entrega de informa��es pessoais de todos os membros desde sua funda��o em 1989, todas as atas de reuni�es, registros de receitas e trocas com v�rias ONGs relacionadas � democracia e direitos humanos na China.
Assim que a Alian�a confirmou que n�o cooperaria, a pol�cia acusou seus l�deres de subvers�o.
O grupo, cujo nome oficial � "Alian�a de Hong Kong em Apoio aos Movimentos Democr�ticos Patri�ticos da China", foi fundado em maio de 1989 para apoiar os estudantes que organizavam manifesta��es pr�-democracia e anticorrup��o em Pequim.
Um m�s depois, em 4 de junho, o movimento estudantil foi reprimido com sangue.
Esses fatos continuam a ser censurados pelo regime comunista na China, mas, em Hong Kong, a Alian�a manteve sua mem�ria por tr�s d�cadas enquanto apelava aos l�deres chineses por reformas, com slogans como "Fim do regime de partido �nico" e "Construindo uma China democr�tica".
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