Alvo de piadas por seu comportamento austero e discursos em tom de aut�mato que lhe valeram o apelido de "Scholzomat", o ex-prefeito de Hamburgo conseguiu, no entanto, se posicionar � frente para as elei��es deste domingo (26).
Sem fazer barulho e aproveitando os erros dos advers�rios, este homem que a revista Der Spiegel apresenta como "a encarna��o do t�dio na pol�tica" tem grandes chances de suceder Angela Merkel, da qual deseja ser o �nico herdeiro, cultivando um mimetismo at� nos gestos.
Uma estrat�gia que isolou o advers�rio conservador Armin Laschet, o candidato que deveria ter assumido este papel, pois � o l�der do partido da chanceler, a CDU.
A recupera��o do partido SPD, que parecia fora da disputa no in�cio do ano, � uma surpresa em um pa�s onde os eleitores de esquerda ficaram desencantados com a flexibiliza��o do mercado de trabalho adotada h� duas d�cadas pelo mentor de Scholz, Gerhard Schr�der, e com a pol�tica de austeridade or�ament�ria defendida pelo atual candidato enquanto ministro das Finan�as.
Social-democrata de tend�ncia centrista, Scholz, de 63 anos, substituiu em 2018 como ministro das Finan�as o democrata-crist�o ortodoxo Wolfgang Scha�ble.
O ministro rompeu com o tom frequentemente rude e moralista de seu antecessor, especialmente ante pa�ses do sul da Europa considerados fr�geis na economia, mas n�o acabou com sua rigorosa gest�o financeira.
- O fim da austeridade -
A n�vel local, o ex-prefeito, casado com uma militante do SPD, pode transformou a inf�ncia e a habita��o social nas prioridades de seu mandato em Hamburgo.
Apesar de ter provocado a disparada do or�amento da cidade que governou entre 2011 e 2018, como ministro ele se aferrou a seu credo: "Voc� n�o d� o que n�o tem".
Sua postura centrista o levou a ser marginalizado por algum tempo dentro do pr�prio partido.
Em 2019, Scholz apresentou a candidatura para liderar o SPD, mas os militantes do partido escolheram dois quase desconhecidos mais � esquerda.
Scholz, no entanto, conseguiu recuperar espa�o com a pandemia, quando n�o hesitou em romper com a ortodoxia or�ament�ria.
Ap�s uma d�cada de ac�mulo de excedentes, a Alemanha contraiu bilh�es de euros em novas d�vidas desde 2020, em detrimento de suas regras constitucionais r�gidas.
"Tudo isto � caro, mas n�o fazer nada seria ainda mais caro", insistiu Scholz, contr�rio � redu��o do imposto sobre grandes fortunas prometida pelos conservadores e favor�vel ao aumento do sal�rio m�nimo.
Apesar de sua derrota em 2019, o SPD, um dos partidos mais antigos da Europa, escolheu Scholz como seu candidato para setembro, rejeitando as acusa��es de contra sua atua��o na fal�ncia da empresa financeira Wirecard.
Nascido em Osnabruck em 14 de junho de 1958, Olaf Scholz entrou para o SPD aos 17 anos. Na �poca, estava ligado �s ideias de esquerda do partido.
Ele se tornou advogado especialista em direito trabalhista e foi eleito deputado em 1998.
Como secret�rio-geral do SPD (2002-2004), Scholz teve que explicar todos os dias, diante das c�meras, as impopulares reformas liberais do ent�o chanceler Schr�der.
Ap�s uma s�rie de derrotas eleitorais, Scholz deixou em 2004 o cargo de secret�rio-geral, antes de retornar em 2007 como ministro do Trabalho.
Com Merkel, que o apoiou em 2017 quando enfrentou pedidos de ren�ncia ap�s as violentas manifesta��es durante a reuni�o de c�pula do G20 em Hamburgo, ele tem uma rela��o de confian�a.
BERLIM