"Na Am�rica Latina, segundo a pesquisa que fizemos, esta � a primeira vez [que se realiza este procedimento cir�rgico]. No Instituto Favaloro, na Argentina, houve um transplante de intestino delgado, mas n�o � a mesma cirurgia", contou o cirurgi�o de t�rax Renato Brenes, membro da equipe m�dica que operou o rapaz.
Um grupo de 20 especialistas, formado por um microcirurgi�o, intensivistas, anestesistas, entre outros, realizou em agosto o procedimento cir�rgico de transposi��o do es�fago pelo intestino delgado, que durou cerca de 12 horas.
A informa��o, no entanto, s� se tornou p�blica hoje, ap�s a confirma��o da rea��o positiva e evolu��o do quadro de sa�de do paciente, cujo nome n�o foi revelado.
O m�dico Ricardo Alfaro, que tamb�m � cirurgi�o de t�rax, explicou que, tradicionalmente, a substitui��o do es�fago se realiza com o est�mago ou c�lon do paciente, mas, neste caso, o est�mago estava lesionado e uma interven��o no c�lon seria inconveniente dadas as caracter�sticas do caso.
O paciente apresentava uma patologia adquirida, e n�o de nascimento, em seu es�fago e est�mago, considerada "irrevers�vel" e "progressiva", que lhe impedia de comer. "Sua qualidade de vida n�o era boa e seu futuro era alimentar-se atrav�s de uma sonda", esclareceu Alfaro.
Por isso os m�dicos optaram por utilizar o jejuno, uma parte intermedi�ria do intestino delgado situada entre o duodeno e o �leo.
"A parte mais arriscada do procedimento consistia em retirar o es�fago e o est�mago prejudicados e colocar outro �rg�o em seu lugar, neste caso um segmento do intestino delgado", contou Alfaro.
A interven��o consistia em unir os vasos sangu�neos de um �rg�o com os de outro distinto, "algo parecido com um transplante, o que foi um grande desafio", acrescentou. "Al�m disso, foi preciso cortar v�rios fragmentos da parede tor�cica e dar continuidade ao intestino a n�vel abdominal".
Segundo Brenes, o paciente j� consegue ingerir alimentos com normalidade. Em um comunicado de imprensa, o jovem costarriquenho se mostrou satisfeito com sua r�pida recupera��o.
"Pouco depois da cirurgia, comecei a ingerir alimentos e podia toler�-los bem, mas em quantidades muito pequenas [...]. Com o passar do tempo, fui comendo cada vez mais, at� que chegou o momento em que podia comer o dobro do que me serviam", contou o paciente.
O jovem tamb�m falou sobre sua mobilidade. "N�o posso correr uma maratona, mas posso caminhar. Tudo melhorou em pouqu�ssimos dias, j� posso caminhar a gosto, sem que precise dar passos lentos", reconheceu.
SAN JOS�