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Estado de Minas PARIS

Relat�rio sobre abusos sexuais na Fran�a em cinco n�meros


05/10/2021 07:34

A Comiss�o Independente sobre Abusos Sexuais na Igreja (Ciase) calcula que mais de 216.000 menores de idade foram v�timas de padres e religiosos desde 1950 na Fran�a, uma das principais conclus�es do relat�rio.

- Ao menos 216.000 v�timas -

Ao menos 216.000 menores de idade foram agredidos diretamente por padres, di�conos e religiosos na Fran�a entre 1950 e 2020, segundo um estudo do Instituto Nacional de Sa�de e de Pesquisa M�dica (Inserm) solicitado pela Ciase.

A comiss�o presidida por Jean-Marc Sauv� explica, no entanto, que, se levados em considera��o os laicos vinculados a institui��es da Igreja Cat�lica, o n�mero aumenta para 330.000 v�timas em sete d�cadas.

Feito com base em uma pesquisa com 28.000 pessoas, o estudo do Inserm revela que mais de 5,5 milh�es de pessoas foram agredidas sexualmente na Fran�a quando eram menores: 14,5% das mulheres, e 6,4%, dos homens.

"A Igreja Cat�lica �, sem contar a fam�lia e os amigos, o ambiente onde a preval�ncia da viol�ncia sexual � maior", afirma o relat�rio da Ciase.

Os abusos na Igreja, laicos inclu�dos, representariam 6% do total.

Ap�s o apelo para ouvir testemunhas, a Comiss�o Sauv� recebeu 6.471 relatos - 3.652 por telefone, 2.459 e-mails e 360 cartas. De todos, conseguiu entrevistar 250 v�timas de abusos sexuais durante sua inf�ncia.

- 3.000 agressores -

O n�mero de agressores homens, entre padres e religiosos, ficaria entre 2.900 a 3.200, o que representa 2,5% e 2,8% dos 115.000 que integraram a Igreja nos �ltimos 70 anos na Fran�a, detalha o informe.

"� uma estimativa m�nima", baseada no censo e nas an�lises de arquivos da Igreja, da Justi�a, da Pol�cia Judici�ria e da imprensa, assim como nos depoimentos, afirmou Jean-Marc Sauv�.

- 45 recomenda��es -

As 45 recomenda��es estabelecidas pela Comiss�o Sauv� envolvem diversos �mbitos: do momento de ouvir as v�timas � reforma do direito can�nico, passando pelo reconhecimento, por parte da Igreja, de sua responsabilidade "sist�mica" nos fatos.

Os especialistas tamb�m desejam que a Igreja reconhe�a sua "responsabilidade civil e social", al�m da "penal e civil" dos agressores, no per�odo analisado e crie dispositivos de reconhecimento �s v�timas, como cerim�nias p�blicas, missas, ou memoriais.

Al�m de afastar os envolvidos em abusos sexuais do trabalho com menores e de estudar como evitar novos casos, a Ciase pede que as autoridades da Igreja deixem claro que o sigilo da confiss�o n�o cobre estes crimes, os quais devem ser denunciados � Justi�a.

Outra proposta � um prestar um melhor atendimento �s v�timas, que incluiria a cria��o de uma linha telef�nica para den�ncia, assim como a an�lise da possibilidade, j� apontada no S�nodo da Amaz�nia, de ordenar homens casados.

A respeito do sacerd�cio, o relat�rio prop�e uma avalia��o psicol�gica antes da entrada no semin�rio e da forma��o dos padres. Outra recomenda��o � refor�ar a presen�a de laicos e de mulheres na tomada de decis�es da Igreja.

- Quase 1.000 dias de trabalho -

Iniciada em 8 de fevereiro de 2019, a investiga��o da Comiss�o Sauv� trabalhou durante 970 dias at� a apresenta��o do relat�rio solicitado pela Confer�ncia Episcopal (CEF) e pela Confer�ncia de Religiosos e Religiosas da Fran�a (Corref).

Al�m de Sauv�, ex-vice-presidente do Conselho de Estado, os outros 21 membros da comiss�o independente incluem soci�logos, historiadores, advogados, te�logos e psic�logos, entre outros. No total, foram 12 homens e 10 mulheres, n�o remunerados.

O informe de mais de 2.000 p�ginas se articula em tr�s eixos: "jogar luz" sobre o n�mero de casos; "revelar o lado obscuro" para estabelecer um diagn�stico dos fatos; e "dissipar a escurid�o", para tratar as atuais v�timas e prevenir novas agress�es.

- Quase 3 milh�es de euros -

A Ciase calcula em 3,8 milh�es de euros (US$ 4,4 milh�es) o custo total da elabora��o do relat�rio, fora a quantidade de trabalho volunt�rio de seus integrantes.

O custo efetivo para as institui��es que solicitaram o relat�rio, CEF e Corref, foi de 2,6 milh�es de euros (quase US$ 3 milh�es), um valor dirigido, em sua maior parte, para a elabora��o dos informes solicitados aos centros de investiga��o e convoca��o de v�timas.

O informe explica que tanto a Confer�ncia Episcopal como a de religiosos forneceram os recursos financeiros necess�rios, mas sem direito a supervisionar a pertin�ncia dos gastos, para al�m de sua regularidade e exatid�o.


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