O processo aconteceu em uma sala dos Museus Vaticanos, equipada para a ocasi�o. Este tribunal tem a tarefa de determinar se a Santa S� foi v�tima de fraude por parte de um grupo de empres�rios inescrupulosos, ou se se tratou, na verdade, de um sistema de corrup��o interna envolvendo importantes l�deres da Igreja.
Substituto da Secretaria de Estado entre 2011 e 2018, o cardeal Becciu esteve presente.
O religioso, de 73 anos, destitu�do de seu t�tulo de cardeal, permaneceu sentado em seu banco, j� que n�o foi chamado para depor.
Durante a audi�ncia desta ter�a-feira, foram analisadas as quest�es do procedimento, com duas horas de dura��o. A audi�ncia vai continuar na quarta-feira (6).
A maior parte da sess�o foi dedicada a um debate caloroso entre o promotor e os advogados defensores de Becciu, que lamentaram n�o terem acesso aos elementos fundamentais do caso.
Outras nove pessoas ser�o julgadas, entre empres�rios e funcion�rios da C�ria Romana.
Se forem considerados culpados, os r�us poder�o enfrentar v�rios anos de pris�o por fraude, malversa��o de recursos, extors�o, lavagem de dinheiro e abuso de poder, em um esc�ndalo que inclui cumplicidade com espionagem, para�sos fiscais e que gerou um rombo de milh�es de euros nas contas do Vaticano.
Entre os 10 r�us, metade estava a servi�o da C�ria Romana e participou da pol�mica compra de um luxuoso edif�cio em Londres, ao custo de cerca de US$ 400 milh�es.
Durante a primeira audi�ncia, realizada em 27 de julho passado, o juiz italiano antim�fia Giuseppe Pignatone, presidente do tribunal, concordou com o pedido da defesa de adiar a sess�o para esta ter�a-feira.
Na esteira do esc�ndalo, Becciu foi destitu�do de suas fun��es, perdendo seus privil�gios como cardeal, em decis�o tomada pelo papa Francisco em setembro de 2020.
Para a compra do pr�dio em Londres, foram usados at� mesmo recursos destinados �s obras de caridade pessoais do pont�fice, como reconheceu a Santa S� pouco antes da abertura do julgamento.
A aquisi��o tamb�m foi feita por um pre�o superior ao seu valor real, por meio de pacotes financeiros altamente especulativos. A opera��o foi mediada por dois empres�rios italianos residentes em Londres.
A investiga��o teve in�cio com base nas den�ncias apresentadas em 2019 pelo Instituto para as Obras de Religi�o (IOR) e pelo Escrit�rio do Auditor Geral.
O caso representa um desafio para o papa Francisco, ao revelar o descontrole nas finan�as vaticanas e expor os privil�gios ocultos de v�rias entidades vaticanas. Este quadro levou o sumo pont�fice a iniciar uma reforma interna.
Cr�tico ferrenho da corrup��o, o pont�fice denuncia incessantemente a especula��o financeira mundial desde sua elei��o, h� oito anos.
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CIDADE DO VATICANO
Julgamento contra cardeal acusado por esc�ndalo financeiro recome�a no Vaticano
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