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Estado de Minas ASHFORD

Caminhoneiros no Reino Unido n�o veem luz no fim do t�nel


06/10/2021 09:05

"Sou divorciado e, infelizmente, isso � algo bastante comum" nesta profiss�o, explica Dean Arney, caminhoneiro h� quase 40 anos, que lamenta como muitos as duras condi��es de trabalho em um momento em que o Reino Unido precisa desesperadamente de motoristas.

"Meu filho (...) estava pensando em pegar a estrada", mas "eu o aconselhei a n�o fazer isso", acrescenta este brit�nico do alto da cabine de seu caminh�o na parada de estrada de Ashford, um ponto de passagem entre Londres e o t�nel sob o Canal da Mancha, que conecta o Reino Unido ao continente europeu.

Arney descreve condi��es de trabalho dif�ceis, vida familiar complicada e sal�rios ainda insuficientes.

Diante de uma grave falta de caminhoneiros, que causou uma escassez de mercadorias e gasolina em todo o Reino Unido, o governo brit�nico prop�s at� 5.000 vistos de trabalho com dura��o entre 3 e 6 meses. Mas, at� agora, apenas 27 inscri��es foram enviadas para as 300 vagas abertas.

"Esta medida, embora positiva, � tardia e n�o tem um apelo claro para os motoristas n�o brit�nicos, porque parece muito tempor�ria e tamb�m porque os motoristas n�o brit�nicos t�m boas oportunidades fora do Reino Unido", considera Luis G�mez, presidente da grupo de transporte XPO Logistics.

A escassez de motoristas atinge todo o continente, mas aqui � especialmente grave, frisa, lembrando que dos 400 mil motoristas desaparecidos na Europa, 100 mil correspondem ao Reino Unido.

Para os veteranos de uma profiss�o com idade m�dia em torno de 58 anos, esse desequil�brio do mercado pode ser uma boa not�cia.

"Os motoristas t�m que suportar sal�rios baixos, instala��es degradadas, roubo frequente de cargas", diz Steven Evans, um ex-motorista e agora propriet�rio de uma empresa de transporte em Liverpool, que teve que pegar a estrada novamente devido � escassez.

- Locais deteriorados, inseguran�a -

Segundo o empres�rio, as empresas agora tentam seduzir novos motoristas a todo custo para convenc�-los a trabalhar seis dias por semana e em jornadas de at� 15 horas.

"Normalmente eu pagava aos meus motoristas 1.000 libras (1.400 d�lares, 1.200 euros) por semana, agora subiu para 1.400 libras (1.900 d�lares, 1.600 euros)", explica.

Mas Arney est� menos otimista e diz que agora cobra menos do que na d�cada de 1990.

Acostumado a viajar para a Europa, como a maioria de seus colegas, ele � muito cr�tico em rela��o � infraestrutura brit�nica.

"Os estacionamentos nos cobram pela noite, e pela manh� voc� acorda com a porta de correr arrancada com sua carga e combust�vel roubados", reclama. "Tamb�m pode acontecer na Europa, mas aqui � um problema real".

Outro motivo para preferir o continente: "Na Fran�a, voc� pode pagar uma refei��o completa, entrada, prato principal e sobremesa, por 10 ou 11 euros. No Reino Unido, voc� tem que pagar entre 7 e 10 libras (8 a 12 euros) por lasanha e batatas fritas ou um bolo de carne", compara Steven Abbott, outro caminhoneiro.

Aos 35, Abbott opta por fazer apenas viagens relativamente curtas, o que lhe permite voltar para casa todas as noites.

"J� vi chuveiros nas paradas onde a �gua pinga devagar, � preciso segurar com as duas m�os para consegui se molhar, n�o d� pra fazer isso cinco noites por semana", diz.

V�rias empresas lhe ofereceram contratos com melhores sal�rios para viagens longas, que o fariam passar a maior parte das noites na estrada. "Eu ganharia 10.000 libras a mais por ano, mas n�o conseguia ver meus filhos crescerem", justifica.

O casal romeno formado por Marian e Mariana-Loredana Aivanesei � motorista. Eles se alternam ao volante de seu caminh�o por quatro horas cada, entre a Europa e o Norte da �frica.

Bloqueados temporariamente em Ashford devido a um problema administrativo, eles nem consideram a possibilidade de solicitar um visto brit�nico. "Significaria se estabelecer aqui, pagar um aluguel brit�nico", diz Marian enquanto espera por sua pizza em um drive-thru.

"Eles nos dizem que os motoristas estrangeiros est�o aqui para pegar seus empregos, mas n�o vejo nenhum brit�nico querendo manter o seu", resume Evans.


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